Dona do TikTok passou de lucro a prejuízo de 2,1 mil milhões em 2020
A ByteDance, que detém a aplicação de vídeos curtos TikTok, enviou aos trabalhadores informações sobre os resultados financeiros no ano passado. Meios como o Wall Street Journal, a CNBC ou a Bloomberg avançaram estes resultados, com um porta-voz da empresa a confirmar à Bloomberg a veracidade destes números.
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Em 2020, a empresa atingiu receitas de 34,3 mil milhões de dólares (28,74 mil milhões de euros), uma subida de 111% face a 2019, cita a CNBC. A ByteDance terá comunicado aos trabalhadores que o lucro bruto disparou 93% em 2020 para os 19 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros).
A empresa chinesa registou, no entanto, um prejuízo líquido de 2,1 mil milhões de dólares, o equivalente a 1,76 mil milhões de euros. Em 2019, a dona do TikTok obteve um lucro líquido de 684 milhões de dólares (573 milhões de euros). Aos funcionários, a empresa justificou que estas perdas entre janeiro e dezembro resultaram de despesas mais elevadas ligadas às compensações de ações a atribuir aos funcionários, refere o WSJ.
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No ano passado, a ByteDance viu a popularidade do TikTok disparar, muito impulsionada pelos confinamentos em vários países para conter a propagação da covid-19. Mas a empresa é dona de outros produtos, como o agregador de notícias Toutiao, por exemplo. Também o número de utilizadores da Douyin, a versão do TikTok que está disponível apenas para a China, continua a crescer. No total, juntando todos os produtos, a ByteDance contabilizava em dezembro 1,9 mil milhões de utilizadores mensais nos diferentes produtos.
Ao mesmo tempo em que são conhecidos os resultados financeiros da ByteDance, crescem os rumores de que a empresa estará a preparar-se para uma oferta pública inicial (IPO, em inglês).
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Além disso, a ByteDance enfrenta também um escrutínio crescente no mercado chinês, com o regulador a apertar o cerco a mais de uma centena de aplicações e serviços. No mês passado, o fundador e até então CEO da empresa, Zhang Yiming, anunciou que vai abandonar a liderança da tecnológica. De acordo com a agência Reuters, o anúncio terá surpreendido na altura os empregados da companhia, principalmente devido à justificação apresentada.
Yiming indicou sentir que não tem as competência sociais necessárias para liderar a empresa, num momento em que o escrutínio e a atenção dada à atividade da ByteDance tem crescido em diversas geografias. Recorde-se ainda que, no verão do ano passado, a aplicação de vídeos curtos TikTok esteve no centro de uma batalha geopolítica entre os Estados Unidos e a China.
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Entretanto, com a mudança de ocupante na Casa Branca, Joe Biden revogou, no arranque deste mês, a ordem executiva que visava o TikTok e também o WeChat, mas manteve o escrutínio a aplicações e serviços que possam representar algum risco à segurança do país.
Além dos contratempos nos EUA, a aplicação já passou por períodos de suspensão noutros países, como foi o caso da Índia, Indonésia e Paquistão.
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"Estou mais interessado na análise da organização e princípios de mercado e em utilizar estas teorias para reduzir os trabalhos de gestão em vez de estar efetivamente a gerir pessoas", era possível ler no memorando enviado aos empregados, ao qual a Reuters teve acesso em maio. "Ao mesmo tempo, não sou muito sociável, preferindo atividades mais solitárias como estar online, ler, ouvir música ou contemplar outras possibilidades."
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