Metade das crianças portuguesas navega online sem controlo digital dos pais
Vasto e incerto, em grande parte desconhecido, o mundo online reveste-se de uma série de riscos e perigos, os quais afiguram-se ainda mais preocupantes quando em causa estão crianças e jovens, alvos relativamente fáceis, sendo que as consequências podem ser irreversíveis.
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Cerca de 46,4% das crianças dos 5 aos 12 anos em Portugal com um ou mais dispositivos eletrónicos não tem qualquer aplicação de controlo parental instalada nos mesmos, uma percentagem que sobe para 53,3% entre as que têm 5 ou 6 anos.
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Estas são duas das mais preocupantes conclusões de um inquérito da empresa de cibersegurança Dashlane, que explorou a relação entre as crianças neste intervalo de idades no nosso país e o mundo online.
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"Este relatório retrata um cenário que não deixa de ser preocupante. O acesso a dispositivos com ligação à Internet por crianças dos 5 aos 12 anos em Portugal é praticamente generalizado, mas o controlo parental efetivo está longe de o ser", concluiu.
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"Apesar das boas intenções, há uma representatividade muito expressiva de crianças que não têm nos seus dispositivos aplicações que de facto permitem garantir este controlo, tanto a nível de tempo de utilização como a nível de conteúdo acedido", realça a Dashlane.
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Outra das conclusões do inquérito revela que mais de 11,9% das crianças que têm dispositivos eletrónicos não foi abordada pelos seus pais acerca da temática da segurança online, uma falta de interpelação que representa um terço (33,3%) das que têm cinco e seis anos.
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Mais: 41,5% das crianças entre os 5 e os 12 anos não vê o seu histórico verificado pelos pais. Esta percentagem ainda é mais significativa nas faixas etárias mais baixas (5 e 6 anos), com 46,7% das crianças na posse de dispositivos eletrónicos a não ver o seu histórico de pesquisas online verificado pelos pais.
Segundo os pais inquiridos, quase metade (45,2%) das crianças passa entre uma a duas horas por dia no smartphone, computador, tablet e outros dispositivos eletrónicos. Seguem-se as que passam menos de uma hora (27,4%), entre duas e três horas (16,7%) e entre três e quatro horas (7,1%), havendo ainda registos de crianças entre estas idades que passam entre quatro e cinco horas e mais de cinco horas por dia.
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Conclusão: "É urgente promover mais ações de sensibilização e difundir conhecimento para que o acompanhamento adequado por parte dos adultos e a deteção de questões suspeitas por parte das crianças possa prevenir situações mais complicadas e evitáveis", alerta a Dashlane.
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A grande maioria das crianças (8 em cada 10) tem pelo menos um dispositivo eletrónico com acesso à Internet. O tablet é o mais comum, com 66,7% das crianças que têm dispositivos eletrónicos a ter um equipamento deste género, seguido pelo smartphone (com 57,1%) e pelo computador (50%).
No que diz respeito ao tipo de utilização, ainda segundo os pais, a maioria (84,5%) das crianças que têm um ou mais dispositivos eletrónicos utiliza-os para jogar. Seguem-se ver vídeos (78,6%), ouvir música (42,9%), trocar mensagens (27,4%), ir às redes sociais (21,4%) e fazer chamadas (11,9%). "De realçar que a utilização para fins escolares tem muito pouca expressão", enfatiza a Dashlane.
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Apresentando-se como uma "aplicação para telemóvel e computador que simplifica e protege a identidade digital e que conta com escritórios em Lisboa, Paris e Nova Iorque", a Dashlane afianças que as conclusões relatadas neste relatório resultam de inquéritos efetuados a pais de 105 crianças entre os 5 e os 12 anos em Portugal.
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"Realizados entre os dias 19 de outubro e 9 de novembro de 2020, na amostra estão representadas, de forma equilibrada, todas as idades no intervalo dos 5 aos 12 anos e vários distritos do país, com destaque para o do Porto e o de Lisboa", garante a Dashlane.
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