Microsoft admite "cumprir leis europeias" com investimento de milhares de milhões
O presidente da Microsoft deixou claro que a tecnológica entende e respeita as leis europeias, ao mesmo tempo que anunciou a expansão do investimento em data centers em 16 países da Europa.
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"Tal como qualquer cidadão e empresa, nem sempre concordamos com todas as políticas de todos os governos. Mas mesmo quando perdemos casos nos tribunais europeus, a Microsoft sempre respeitou e cumpriu as leis europeias", escreve Brad Smith numa publicação no blog da Microsoft.
Na mensagem, Brad Smith atenta que as leis europeias se aplicam aos negócios na Europa, tal como as leis locais se aplicam nos Estados Unidos. "Isso inclui a lei da competitividade europeia e a Lei dos Mercados Digitais, entre outras", sustenta o presidente.
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Esta indicação pode ser encarada como um desacordo face às últimas declarações da Casa Branca. A Administração Trump reclamou das sanções aplicadas por Bruxelas, na ordem dos 700 milhões de euros, à Apple e à Meta por quebra da Lei dos Mercados Digitais.
A tecnológica fundada por Bill Gates também tem sido alvo de investigações por parte da Comissão Europeia nos últimos anos, acumulando multas de 2,2 mil milhões de euros, com a última a incidir sobre o Teams.
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"Estamos comprometidos a construir uma infraestrutura digital para a Europa, mas para também a respeitar o papel que as leis representam em regular os nossos produtos e serviços", acrescenta Brad Smith.
Cinco novos compromissos digitais para a Europa
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De forma a mostrar o compromisso com o seguimento das regras europeias, o presidente revela cinco responsabilidades digitais com que se compromete nos próximos anos.
Um dos primeiros compromissos é o "aumento da capacidade dos nossos data centers na Europa em 40% nos próximos dois anos".
"Estamos a expandir as operações dos data centers em 16 países europeus. Quando combinado com a construção recente, os planos é mais do que duplicar a capacidade dos data centers na Europa entre 2023 e 2027", explica Brad Smith, acrescentando que tal será refletido com operações de "cloud" em mais de 200 data centers espalhados pelo continente.
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O anúncio dos compromissos chega num momento em que o bloco europeu tenta estabelecer a sua soberania no que respeita a tecnologia. Para a Microsoft, a Inteligência Artificial e os data centers são "a próxima fase da industrialização", com Brad Smith a assemelhar estas tecnologias à eletricidade.
"Estão a criar capacidades para impulsionar a inovação nos negócios e indústria, gerir sistemas de saúde públicos, permitir serviços governamentais e apoiar ferramentas digitais de educação - tudo enquanto guardamos os dados e as operações perto de casa, sujeitos às leis e regulamentos europeus", vinca Brad Smith.
Com um ambiente de "volatilidade", o presidente da Microsoft esclarece que a tecnológica está empenhada em "ajudar a Europa a navegar perante a incerteza geopolítica e comercial, gerindo os riscos ao fortalecer a resiliência digital do continente".
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A tecnológica compromete-se também a proteger a privacidade dos dados resultantes dos cidadãos e empresas europeias, a proteger e defender a cibersegurança europeia com novas ferramentas, a fortalecer a competitividade económica da Europa e a construir uma infraestrutura capaz de apoiar o futuro.
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