Presidente da Google encontra-se amanhã com Papa Francisco
Ao vivo e a cores, em tempo real, de carne e osso. Assim deverá ser a conversa que o Papa Francisco e Eric Schmidt, o chairman executivo da gigante tecnológica Alphabet, que inclui o Google, protagonizam amanhã, sexta-feira, no Vaticano.
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Segundo a imprensa internacional desta quinta-feira, 14 de Janeiro, o sumo pontífice e o empresário vão reunir-se durante 15 minutos, embora a agenda do encontro não tenha sido confirmada.
Citando fontes anónimas, o Financial Times avança que Schimdt poderá ir até à cidade-Estado a título pessoal, para falar sobre problemas ambientais, causa para a qual tem feito donativos através da sua fundação e que também é querida do Papa, sobretudo o combate à mudanças climáticas.
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Já o The Guardian noticia, citando uma fonte próxima do assunto, que na reunião também participará Jared Cohen, agora na liderança da Google Ideas e co-autor, com Eric Schmidt, do livro "A nova era digital – Reformulando o futuro das pessoas, das Nações e da Economia".
Na verdade, essa também poderá ser uma temática abordada no diálogo que conectará o mundo da tecnologia com a Santa Sé.
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Nos últimos tempos, o chefe da igreja católica tem criticado o descontrolo dos mercados. E raras foram as vezes que – pelo menos oficialmente – manifestou proximidade com Wall Street ou Silicon Valley e Bay Area, as mecas da alta finança e da revolução tecnológica.
Do seu pontificado, constam apenas alguns encontros com magnatas como Steve Schwarzman, fundador da Blackstone, quando esteve nos EUA, no ano passado.
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Mas emanam várias análises sobre o mundo da tecnologia, a voracidade do digital, o impacto nas novas tecnologias no comportamento humano.
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Numa mensagem divulgada a 1 de Junho de 2014, dia mundial das comunicações, o Papa Francisco considera que "a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus". Mas também aponta "aspectos problemáticos", argumentando que "a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento". "A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas", realça.
Já na Carta Encíclica "Laudato Si", o Papa reflecte também sobre a tecnologia, assumindo que, "às vezes, resolve um problema criando outro". A "verdadeira sabedoria", opina, "não se adquire com uma mera acumulação de dados, que, numa espécie de poluição mental, acabam por saturar e confundir".
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E, prossegue, "tendem a substituir as relações reais com os outros, com todos os desafios que implicam, por um tipo de comunicação mediada pela internet", gerando "emoções artificiais, que têm a ver mais com dispositivos e monitores do que com as pessoas e a natureza", cuja oferta é "sufocante".
Não se sabe que argumentos usará amanhã Eric Schmidt, que conduz os destinos de gigantes como o Youtube, Android ou Google Search, para contrariar esta visão de Francisco. Ou sequer se vai tentar fazê-lo.
Mas sabe-se, contudo, que o Papa também tem aproveitado os benefícios das redes sociais. A sua conta no Twitter em inglês, onde se faz ouvir com frequência, tem 8,4 milhões de seguidores.
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