Lip-Bu Tan chegou à liderança da Intel em março deste ano, e parece já ter pisado calos ao presidente dos Estados Unidos da América (EUA). Depois de Donald Trump ter exigido a sua demissão, Tan defendeu-se e diz que existe "desinformação" em relação ao seu percurso profissional".

Donald Trump alegou que o CEO da Intel tinha "graves conflitos de interesses" e que se deveria "demitir imediatamente" da empresa. As dúvidas do presidente americano surgiram depois da Reuters ter divulgado que Tan, através da sua empresa de capital de risco, investiu em mais de 600 empresas chinesas, algumas com ligações militares. Contudo, sempre foi do conhecimento empresarial de que Lip-Bu Tan era um dos investidores mais antigos de Silicon Valley que apostava em tecnologia chinesa. 

Numa carta enviada aos trabalhadores, após o ataque de Trump, o CEO afirma que a empresa já está em contacto com a Administração Trump para alertar para a desinformação de que foram alvo e para assegurar para o facto dos investimentos.

"Há muita desinformação a circular sobre as minhas funções anteriores... Quero ser absolutamente transparente: durante mais de 40 anos nesta indústria, construí relações pelo mundo e pelo nosso diverso ecossistema - e sempre operei com os mais elevados padrões legais e éticos", escreveu Tan na missiva. 

Esta carta serviu para assegurar os trabalhadores de que está empenhado no papel para o qual foi nomado. Atualmente, a Intel é a única empresa sediada nos EUA capaz de fabricar "chips" avançados, não sendo impactada pelas tarifas que Trump tem imposto ao outro lado do Oceano Pacífico.

"Os Estados Unidos são a minha casa há mais de 40 anos. Amo este país e estou profundamente grato pelas oportunidades que me têm sido dadas. Também adoro esta empresa", terminou Lip-Bu Tan na correspondência aos funcionários da Intel.

De recordar que a firma lançou, recentemente, um programa de redução de custos e que abandonou o fabrico de tecnologia em vários locais europeus.