Um responsável da Administração norte-americana terá dito a alguns dos principais fabricantes mundiais de semicondutores que pretende revogar as autorizações que as produtoras de chips têm utilizado para exportar tecnologia norte-americana para as suas fábricas na China, avançou o Wall Street Journal.

Entre as empresas visadas, estarão as sul-coreanas Samsung e SK Hynix e ainda a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), que beneficiam atualmente destas licenças.

Se levada a cabo, a medida pode perturbar as relações entre as duas maiores economias mundiais, tanto a nível diplomático como económico, numa altura em que a China e os EUA continuam as negociações no plano comercial, após terem chegado a um acordo temporário.

O jornal norte-americano dá conta que Jeffrey Kessler, diretor da unidade do Departamento do Comércio dos Estados Unidos (EUA) responsável pelo controlo das exportações, terá dito esta semana às três empresas que pretendia cancelar as prorrogações em questão.

"Os fabricantes de chips continuarão a poder operar na China. Os novos mecanismos de aplicação da lei sobre os semicondutores refletem os requisitos de licenciamento aplicáveis a outras empresas de 'chips’ que exportam para a China e asseguram que os Estados Unidos dispõem de um processo igual e recíproco", afirmou um porta-voz do Departamento do Comércio.

Representantes da indústria citados pelo WSJ disseram que as restrições mais rigorosas que Washington quererá impor poderiam levar a dificuldades acrescidas nas operações destas empresas. Além disso, opositores da Administração norte-americana receiam que a eliminação das prorrogações acabe por favorecer, em último caso, empresas chinesas do setor.

Kessler tem argumentado nos últimos tempos que são necessárias medidas agressivas para limitar os avanços de Pequim em setores críticos.

Nas últimas semanas, a Administração dos EUA suspendeu as vendas para a China de semicondutores “topo de gama” das norte-americanas Nvidia e Advanced Micro Devices, medida que, de acordo com o jornal norte-americano, terá impactado negativamente as receitas das empresas em milhares de milhões de dólares.