"Novo design vai dar um grande trimestre à Apple". Novo iPhone já vende mais do que o antecessor
A empresa da maçã escolheu mudar o design e parece ter encontrado a chave para vender mais a cada ano, mesmo que com poucas novidades. Gama "premium" brilha e Air não revoluciona.

A nova geração do iPhone já está a vender mais do que a sua antecessora e isso é um bom presságio para os resultados dos últimos três meses do ano, podendo mesmo impulsionar ligeiramente os lucros do terceiro trimestre.
"As vendas do 17 estão a correr melhor do que as do 16, e as versões 'premium', o Pro e Pro Max, continuam a ser os mais procurados", diz Francisco Jerónimo, vice-presidente da IDC na Europa.
Dados recentes da Counterpoint Research apontam que a nova série - que engloba quatro modelos - superou em 14% as vendas da série 16 nos primeiros 10 dias em que os equipamentos foram lançados no mercado. Um desempenho que catapultou as ações da Apple para um recorde em bolsa (264,375 dólares) que a deixou às portas de ser uma "4-trillion-dollar baby".
Estes números apenas representam a resposta dos mercados nos Estados Unidos da América e na China, mas o sentimento é generalizado. Para já, o preço dos equipamentos e o seu design diferenciador estão a atrair consumidores. "Também estamos a ver este feedback positivo nas vendas a nível europeu, mas ainda não temos números concretos", revela o analista da IDC.
Enquanto a Counterpoint aponta para um ecrã maior, maior armazenamento e para o "chip" A19, Francisco Jerónimo olha para a diferença mais notória. "O novo design é a grande onda de renovação após a pandemia. Veio atrair a atenção das pessoas e já não há a ideia do 'smartphone' ser igual às gerações anteriores", explica ao Negócios.
Efetivamente, a China está a ganhar em vendas do iPhone 17, com estas a duplicarem face ao iPhone 16 e o ritmo de entusiasmo se manter ao fim de um mês. Nos EUA, o foco está na gama Pro Max, cuja procura tem superado as expectativas, em muito devido à melhoria das câmaras.
"Esta linha melhorada do iPhone 17 vai dar um grande quarto trimestre [anual] para a Apple", acredita Francisco Jerónimo, a 10 dias de serem apresentados os resultados do terceiro trimestre anual. Com a empresa prestes a apresentar contas do ano fiscal, que terminou em setembro, tudo indica que o seu arranque do ano será brilhante, e possivelmente difícil de superar.
Questionado sobre se a mudança para o alumínio poder vir a trazer dúvidas para os consumidores - uma vez que, até aqui, os "smartphones" da Apple eram produzidos em titânio -, o analista da IDC nega. "O facto de ser em alumínio não parece estar a afugentar os consumidores da Apple. Estes podem adaptar-se e comprar uma capa para o equipamento", diz.
Air vende, mas não revoluciona iPhone
O "iPhone mais fino de sempre" custa mais 200 dólares do que a versão base - 250 euros em Portugal -, o que pode significar um afastamento do produto que a Apple quis apresentar como revolucionário. Ainda assim, o analista ouvido pelo Negócios afirma que é um "produto fantástico" e que a "imagem online não faz justiça à qualidade que o aparelho tem".
"É um produto que custa mais 200 dólares do que a versão base e oferece pouco de diferente. Tem uma câmara diferente, mas muda pouco, e o facto de ter um processador pró ainda significa pouco para a maioria dos consumidores", adianta, explicando que a bateria tem uma duração superior.
Para o vice-presidente da IDC na Europa, o facto de ter um preço superior é um impedimento à compra. "A gama de preço ser significativamente mais elevada leva a que continue a não ter o sucesso de que se estava à espera", lembrando que "um ajuste do preço pode levar a um bom desempenho em termos de vendas".
Francisco Jerónimo explica ainda que este pode ser "uma proposta interessante para quem tenha um 16 e 16 Plus e esteja a pensar em atualizar". Ainda assim, "a diferença de especificações é interessante, mas não revolucionária".
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