Saídas voluntárias na Altice acontecem até ao fim do ano
Os trabalhadores que se inscreveram no programa de saídas voluntárias têm até 31 de dezembro para sair da empresa. Sindicatos alerta que, além dos 800 inscritos e das 200 pré-combinadas, "66 trabalhadores vão mudar para funções menos qualificadas".
O programa de saídas voluntárias da Altice está a correr a todo o vapor e os trabalhadores têm de sair da empresa até ao fim do ano.
Os sindicatos das empresas Meo/Altice revelam que "cerca de mil trabalhadores já saíram ou vão sair nos próximos meses, a grande maioria até 31 de dezembro". Entre estes os motivos são vários, desde a reforma, pré-reforma ou rescições por mútuo acordo.
Os representantes dos trabalhadores assumem, em comunicado, que voltaram a confrontar os representantes da Altice "com relatos de práticas de pressões, assédio e intimidação que tinham sido feitas, ou estavam a ser utilizadas, para forçar os trabalhadores a aderir às saídas, nestes casos só tidas como 'voluntárias'".
Os oito sindicatos revelam ainda que "66 trabalhadores vão mudar de funções para menos qualificadas do que as atuais, de local de trabalho e passando a ter horários fixos a cumprir, abandonando a flexibilidade de horários".
A empresa, contudo, disse "desconhecer qualquer tipo de assédio aos trabalhadores em condições de saírem da empresa, e aderirem ao programa anunciado".
Tal como o Negócios tinha avançado em agosto, o programa de saídas voluntárias contabilizou 800 inscrições, valor à qual se acresciam as 200 saídas já pré-combinadas com os trabalhadores, totalizando os mil colaboradores que têm de sair da empresa até ao fim do ano.
Os sindicatos revelam ainda que "já começaram a elaborar uma proposta" salarial, uma vez que a empresa informou que as negociações salariais para 2026 vão acontecer na última semana de novembro ou na primeira de dezembro. No mesmo comunicado, os representantes dos trabalhadores das telecomunicações admitem inserir a "respetiva fundamentação económica" e que a proposta será apresentada nos próximos dias.
"O aumento geral e significativo de todos os salários não pode continuar a ser mais adiado, nem condicionado a falsas justificações de produtividade ou crise e incerteza, que não são mais que escapatórias para justificar aumentos zero, como aconteceu em 2025", consideram os oito sindicatos.
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