CEO da TAP: "Numa economia sustentável, não é aceitável um aeroporto no meio da cidade"
Sobre o processo de privatização, diz que não estraga os planos de transformar a companhia "numa das mais atrativas da industria". E garante que, até ao momento, não sofreu qualquer pressão política.
O presidente executivo e do Conselho de Administração da TAP apelou à urgência da construção de um novo aeroporto em Lisboa. Num encontro promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal, Luís Rodrigues recusou-se a comentar futuras localizações. Mas defendeu que "numa economia de futuro sustentável não podemos aceitar que se tenha um aeroporto no meio da cidade".
O responsável da companhia aérea sublinhou que a importância de resolver a situação do novo aeroporto, tema discutido há 50 anos, "nem é tanto para atrair novos turistas. Se não o fizermos, vamos é deixar de ter o atual nível de turistas", alertou. "Temos que ter uma nova infraestrutura", reforçou.
"As pessoas entretêm-se a discutir localizações, parece um jogo de futebol, mas não é so isso", acrescentou Luís Rodrigues explicando ainda que a solução implica "desmontar" o atual aeroporto e depois decidir o que fazer ao espaço, como, por exemplo, construir habitação. "E um projeto transformador". E reforçou: "Precisamos de um novo aeroporto, não vejo outra situação". É preciso uma solução", seja ela qual for, acrescentou. Porto no topo dos planos Sobre o tema da privatização, Luís Rodrigues assegura que "não estraga os planos" de tentar transformar a TAP numa das companhias "mais atrativas da indústria da aviação", acrescentando que vão trabalhar como se a venda não existisse. "Vamos fazer o caminho com as equipas [da TAP], vamos tentar baixar o tom, porque, de facto, a nossa sorte é que 75% dos nossos passageiros não são portugueses, não viram a CPI [comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP]", comentou o CEO da empresa, que prefere não falar no passado da empresa e focar-se apenas no presente e no futuro. Olhando a curto e médio prazo, o Porto vai ter um lugar de destaque na companhia aérea, mais do que tem tido até agora, revelou. Até porque o aeroporto do Porto tem uma margem de crescimento que Lisboa não tem enquanto não houver um novo aeroporto. Mesmo que houvesse uma decisão amanhã, iria demorar pelo menos 10 anos a construir a nova infraestrutura, relembrou.
Porto no topo dos planos
"Vamos fazer o caminho com as equipas [da TAP], vamos tentar baixar o tom, porque, de facto, a nossa sorte é que 75% dos nossos passageiros não são portugueses, não viram a CPI [comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP]", comentou o CEO da empresa, que prefere não falar no passado da empresa e focar-se apenas no presente e no futuro.
Olhando a curto e médio prazo, o Porto vai ter um lugar de destaque na companhia aérea, mais do que tem tido até agora, revelou. Até porque o aeroporto do Porto tem uma margem de crescimento que Lisboa não tem enquanto não houver um novo aeroporto. Mesmo que houvesse uma decisão amanhã, iria demorar pelo menos 10 anos a construir a nova infraestrutura, relembrou.
"Para mim, é muito claro que o Porto tem um papel maior do que tem tido até agora", afirmou Luís Rodrigues. Nesse sentido, Luís Rodrigues confessou ter ficado "contente" por ver que o decreto-lei que estabelece as condições para a privatização da TAP, aprovado na semana passada, faz uma particular referência ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e ao seu crescimento.
Além do entrave do crescimento em Lisboa, o responsável lembrou que até 2025 a empresa está condicionada pelo plano de reestruturação acordado com Bruxelas. "Mas entre 2025 e os próximos 10 anos a nossa margem de crescimento é o Porto. O Porto está no radar como não esteve até agora", apontou.
Durante a sua intervenção no encontro da AHP, sem direito a perguntas de jornalistas, o CEO da TAP assegurou que não teve qualquer pressão política, ao contrário do que a antiga CEO, Christine Ourmières-Widener, se tinha queixado na Comissão de Inquérito à gestão da TAP. "Não me queixo de interferência política. Zero. Até agora, não tive qualquer pressão para fazer fosse o que fosse", garantiu, acrescentando que, porém, no âmbito do plano de reestruturação em curso há um conjunto de linhas orientadoras que é obrigado a seguir.
(Notícia atualizada às 16h25)
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