TAP com prejuízo de 108 milhões no arranque de 2025, afetada por greve e Páscoa
Greve de pilotos da Portugália e deslocação da Páscoa para o segundo trimestre penalizaram fortemente os resultados da companhia aérea nacional.
A TAP encerrou o primeiro trimestre de 2025 com um prejuízo líquido de 108,2 milhões de euros, agravando em 18,1 milhões o resultado negativo registado no mesmo período do ano anterior, indica um comunicado publicado esta manhã. A transportadora aérea nacional atribui o desempenho desfavorável sobretudo a dois fatores extraordinários: uma greve de 20 dias dos pilotos da Portugália (PGA) e a deslocação da Páscoa para o segundo trimestre, em contraste com 2024.
As receitas operacionais caíram 4,5%, para 823,4 milhões de euros, com destaque para a quebra de 5,2% nas receitas de passagens, pressionadas pela estagnação da capacidade (-0,4%) e pelo aumento da concorrência em mercados estratégicos como o Brasil. Estima-se que o impacto conjunto dos eventos extraordinários tenha rondado os 30 a 40 milhões de euros.
O EBIT recorrente foi de -119,2 milhões de euros, mas teria sido cerca de -85 milhões sem os fatores excepcionais. O EBITDA recorrente caiu para apenas 2,9 milhões, representando uma quebra de 54,1 milhões face ao período homólogo.
Apesar do contexto desafiante, a TAP destaca o bom desempenho no mercado norte-americano e sublinha a manutenção de uma sólida posição de liquidez, que atingiu 1.203,2 milhões de euros no final de março — um aumento significativo face ao final de 2024, impulsionado pela entrada de capital e emissão de dívida.
"2025 começou com um trimestre desafiante, marcado pela greve dos pilotos da Portugália e pela deslocação da Páscoa. A pardisso, o aumento da concorrência nos principais mercados e as disrupções operacionais, como eventos meteorológicos adversos, greves e constrangimentos nos aeroportos e no espaço aéreo europeu, impactaram de forma significativa a performance financeira e operacional do trimestre", indica o CEO, Luís Rodrigues.
"Ainda assim, gostaria de destacar o desempenho positivo da TAP no mercado norte-americano. Embora os desafios se mantenham, nomeadamente a pressão concorrencial, as disrupções operacionais e a incerteza macroeconómica, os progressos alcançados nos últimos anos sustentam uma TAP mais resiliente e preparada para o futuro. Estamos focados na consolidação da sustentabilidade financeira e da eficiência operacional, preparando a companhia para a nova fase que se seguirá ao Plano de Reestruturação, com o compromisso de transformar a TAP numa empresa sustentadamente rentável e atrativa, sempre com o apoio dos nossos stakeholders e das nossas pessoas, que são essenciais para o nosso sucesso", conclui.
As reservas para os próximos meses estão em linha com o ano anterior, e a TAP espera que a recuperação da procura ajude a compensar a pressão sobre as receitas unitárias. Estão ainda previstas para 2025 as entregas de um A320 NEO e dois A321 NEO.
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