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Transportes de passageiros falam em "asfixia" e exigem gasóleo profissional

A Associação Nacional de Transportes de Passageiros diz que o aumento dos apoios do Governo para fazer face à subida dos preços dos combustíveis só cobre cerca de um terço do sobrecusto da operação suportada pelas empresas.

Cabaço martins
Cabaço martins Pedro Catarino
08 de Março de 2022 às 15:16

A Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) diz que as recentes medidas do Governo de apoio às empresas de transporte público rodoviário de passageiros são "favoráveis", mas volta a defender "a urgente introdução do gasóleo profissional para o setor como forma de combater as oscilações constantes dos preços dos combustíveis". E alerta para o risco de algumas empresas terem que deixar de operar por não conseguirem suportar os custos a que estão sujeitas.

Em comunicado, a ANTROP salienta que "numa análise financeira" constata que, "apesar da subida dos apoios, estes só cobrem cerca de um terço do sobrecusto da operação suportada pelas empresas".

Na passada sexta-feira o Governo anunciou que decidiu triplicar o desconto na aquisição de combustível para o setor do transporte público, passando os táxis e autocarros de serviço de passageiros a beneficiar de um desconto de 30 cêntimos por litro, em vez dos atuais 10 cêntimos, com um limite de 380 litros mensais para os táxis e de 2.100 litros para os autocarros

"Congratulamo-nos com os apoios financeiros atribuídos pelo Governo ao setor, mas continuamos a reclamar que a melhor forma de ultrapassar o problema das constantes flutuações dos preços dos combustíveis passa pela introdução do gasóleo profissional para o transporte público de passageiros à semelhança do que já acontece no transporte de mercadorias", refere Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP, citado no comunicado.

"Não queremos estar sistematicamente de mão estendida à espera que o Governo tome medidas extraordinárias, sempre que o preço do gasóleo sobe, para um setor determinante na mobilidade dos portugueses e que está sufocado com constantes subidas dos custos de operação", acrescentou.

De acordo com a ANTROP, Portugal é o único país da União Europeia que, tendo gasóleo profissional para setores como o agrícola e o transporte de mercadorias, não o aplica também ao transporte público de passageiros.

A associação frisa ainda que a crescente subida dos fatores de operação, em que os combustíveis são apenas um deles, está a asfixiar as empresas que prestam serviço público rodoviário de passageiros, "correndo o risco de algumas delas terem que deixar de operar por não conseguirem suportar os custos a que diariamente estão sujeitas".

 "O setor, para ser uma verdadeira alternativa ao transporte individual e uma garantia de mobilidade para as populações, tem de ter empresas sólidas e sustentáveis, mas para isso são necessárias medidas estruturais que ajudem efetivamente o setor e uma delas passa pela introdução do gasóleo profissional", conclui Cabaço Martins.

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