pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

IP passa de prejuízos a lucros de quase 116 milhões em 2024

O aumento dos descontos nas antigas Scut no ano passado provocou um recuo de 2% nas receitas de portagem da empresa. Já os proveitos da Consignação de Serviço Rodoviário e dos serviços ferroviários aumentaram.

Pedro Catarino
24 de Abril de 2025 às 17:54

O grupo Infraestruturas de Portugal (IP), que em 2023 tinha apresentado prejuízos de 18 milhões de euros, atingiu no ano passado um resultado líquido positivo consolidado de 115,6 milhões.

Na apresentação das contas, comunicadas à CMVM, a empresa liderada por Miguel Cruz revela um aumento de 15% dos rendimentos operacionais no ano passado para 1.572,7milhões. Também os gastos operacionais da empresa que gere as redes rodoviária e ferroviária aumentaram 7% para 1.248 milhões.

Para o aumento dos proveitos – em mais de 200 milhões face a 2023 -, contribuiu a consignação de serviço rodoviário – que incide sobre os combustíveis -, que gerou receitas de 691 milhões de euros, crescendo 8%.

Pelo contrário, os rendimentos provenientes das portagens registaram uma redução de 2% no ano passado, somando 323,5 milhões de euros. Uma redução que a IP justifica com a entrada em vigor, a 1 de janeiro de 2024, do novo regime legal de redução do valor das tarifas de portagem, que elevou os descontos nas antigas Scut para 65%.

Segundo refere a empresa, as receitas de portagens provenientes da utilização da rede de concessões do Estado, em que a IP é titular da receita proveniente da cobrança de taxas, registaram um aumento de 3% para 268,9 milhões de euros, enquanto a cobrança nas autoestradas subconcessionadas pela IP gerou no 27,6 milhões de euros, menos 21% face ao ano anterior.

Os serviços ferroviários geraram por outro lado mais 13% de proveitos, num total de 95,2 milhões de euros, explicando a empresa esse aumento maioritariamente com o valor proveniente da Tarifa de Utilização da Infraestrutura (TUI) que aumentou 14,6 milhões de euros, em resultado do efeito conjugado da atualização das tarifas aplicáveis e do aumento da circulação de comboios de passageiros.

Já em termos de gastos operacionais, os de conservação, reparação e segurança da rede rodoviária diminuiram 2%, enquanto o custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas aumentou 33%, devido ao "aumento do consumo de materiais para investimento ferroviário e pela construção de infraestruturas rodoviárias", explica.

O valor de investimento realizado em 2024, foi 775,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 25% face a 2023, com os investimentos ferroviários a aumentarem 13%, para 624,7 milhões, e os rodoviários 76% para 107,6 milhões.

Em termos de perspetivas futuras, a IP diz ser "possível antecipar a manutenção de uma trajetória de resultados líquidos positivos para os exercícios de 2025 a 2027" e aponta para este ano "um forte incremento da atividade de investimento".

O valor total do plano de intervenções na rede em 2025 deverá, diz, ascender a 1.380,8 milhões de euros, dos quais 699,9 milhões dizem respeito à ferrovia, 647,4 milhões à rodovia e 33,6 milhões ao Atlantic CAM (sistema de cabos submarinos de
comunicações eletrónicas entre Portugal continental e os arquipélagos dos Açores e Madeira).

Ver comentários
Publicidade
C•Studio