Lucro da concessão principal da Brisa sobe 18% para 326 milhões em 2024
As condições económicas favoráveis levaram a um aumento do tráfego médio diário nas autoestradas da Brisa Concessão Rodoviária de 4,9% no ano passado, tendo as receitas de portagem ultrapassado os 806 milhões de euros.
A Brisa Concessão Rodoviária (BCR), que gere a concessão principal do grupo liderado por António Pires de Lima, registou lucros de 325,9 milhões de euros no ano passado, o que representa uma subida de 17,7% face aos 277 milhões apurados em 2023.
Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a BCR refere que este resultado líquido foi atingido com base num resultado antes de impostos de 472,5 milhões e em 146,6 milhões de imposto sobre o rendimento.
No ano passado o tráfego médio diário (TMD) na sua rede aumentou 4,9%, face ao ano anterior, "suportado por condições económicas favoráveis", explica a participada do grupo Brisa, referindo que a circulação nas autoestradas subiu 5,2% "beneficiando do facto de 2024 ser um ano bissexto".
"O crescimento do PIB português continuou a impactar positivamente o tráfego da rede BCR", salienta a empresa, referindo que o TMD durante o ano foi de 24.386 veículos por dia e sublinhando "a evolução mais favorável dos veículos pesados face aos ligeiros". O crescimento do TMD registado nos veículos pesados foi de 5,7% e nos veículos ligeiros – que representam 93,7% do total - de 4,8%.
No final do ano, os rendimentos operacionais da BCR totalizaram 843,4 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 7,4% face a 2023, tendo as receitas de portagem atingido 806,5 milhões, mais 7,6% em termos homólogos. Já as receitas relacionadas com as áreas de serviço foram de 30,6 milhões, crescendo 4,7% face a 2023.
Os gastos operacionais, excluindo amortizações, depreciações, ajustamentos e provisões, atingiram 153,4 milhões em 2024, subindo 1,2%.
O resultado operacional (EBITDA) no final do ano foi de 689,9 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 8,9%. O indicador de geração de caixa (EBITDA-CAPEX) atingiu o 628,2 milhões.
A 31 de dezembro a dívida bruta da BCR era de 1.384 milhões de euros, da qual cerca de 59% está sujeita ao regime de taxa de juro fixa.
No ano passado o investimento (CAPEX) na rede concessionada totalizou 61,8 milhões, em linha com o ano anterior, dos quais 40,3 milhões foram referentes a grandes reparações, maioritariamente relacionadas com trabalhos de pavimentação na A1, A2, A3 e A6, mas também com intervenções em viadutos e outras estruturas.
Na nota divulgada, a BCR realça ainda a notação de rating atribuída pela Moody’s de "A3" e o facto de em outubro ter sido revista de "Estável" para "Positiva", mantendo-se o rating inalterado. Já a Fitch atribui à empresa uma notação de "A" (perspetiva estável), a qual se manteve inalterada durante 2024.
A participada da Brisa refere também no comunicado que em 2024 o número de vítimas mortais em acidentes rodoviários na sua rede caiu 56,3% face a 2019, ano de referência para esta década, para 14, enquanto o número de feridos graves diminuiu 40,2% face ao mesmo ano para 61.
No plano ambiental, a empresa aponta a redução das emissões próprias, de âmbito 1 e 2 (consumos de combustíveis e energia elétrica), de 30% face a 2021 (ano de referência), uma queda alinhada com o seu compromisso de cortar estas emissões em 60% até 2030.
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