UE ultrapassa três mil milhões de dormidas turísticas em 2024. Portugal com 88 milhões
É a primeira vez que se ultrapassam três mil milhões de dormidas turísticas na União Europeia, motivados pelas dormidas de turistas europeus. Portugal tem a sétima maior média de dormidas por não habitante da UE.
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Os países da União Europeia (UE) ultrapassaram, pela primeira vez, as três mil milhões de dormidas turísticas em 2024, excedendo largamente as pernoitas registadas em 2019. Isto significa um crescimento de 2,7% face ao ano anterior, ainda que seja um abrandamento em relação ao disparo de 6,8% registado em 2023, altura em que o setor do turismo estava em recuperação dos confinamentos pandémicos.
Os dados do Eurostat mostram que quase dois terços destas dormidas (62,8%) aconteceram em hotéis ou estabelecimentos da mesma categoria, enquanto 23,7% foram em alojamentos de curta duração, como alojamentos locais, e 13,5% em parques de campismo.
O gabinete estatístico do bloco indica que a maioria das três mil milhões de dormidas aconteceram devido aos próprios países. Isto é, 1,57 mil milhões das pernoias deveram-se aos cidadãos da UE, representando 51,9% do total, enquanto 1,45 mil milhões das dormidas aconteceram por turistas internacionais. Entre estes últimos, a América do Norte significou 7,5% das estadas internacionais, ficando à frente dos 4,9% da Ásia, enquanto os hóspedes da América Central e do Sul representaram 2,3%, os da Oceânia ficaram com 1% e África com 0,8%.
Entre os Estados-membros, Chipre (14,5%), Malta (14,5%) e Letónia (7,4%) foram os que registaram o maior crescimento homólogo nas dormidas em alojamento turístico. Em sentido contrário, a Finlândia (-0,7%) e França (-0,6%) foram os únidos dois países que apresentaram quebras no número de dormidas, enquanto a Bélgica e a Suécia registaram aumentos residuais de 0,3%.
Portugal abranda, mas mantém rota crescente
Portugal ficou em 14º lugar na lista de crescimento, apresentando um aumento homólogo de 3,75% nas dormidas turísticas. Em 2023, por comparação com 2022, o número de dormidas tinha crescido 10,32%, num momento em que o mundo ainda estava a recuperar da pandemia e as fronteiras começavam a abrir a um ritmo mais acelerado.
No ano passado, Portugal registou um total de 88 milhões de dormidas turísticas em todos os equipamentos, face às 84,8 milhões de pernoitas de 2023.
Em termos domésticos, os residentes em território luso representaram 28,4 milhões das dormidas, num aumento de 1,71% em relação ao ano anterior, depois de um crescimento de 2,11% em 2023. As dormidas de turistas internacionais cresceram ao mesmo ritmo, registando um abrandamento face a 2023: foram 59,6 milhões de pernoitas, num aumento homólogo de 4,76%.
Em relação ao período pré-pandemia, as dormidas turísticas no território português cresceram 13,5%. Ainda que os hotéis continuem a ser os preferidos, com um total de 65 milhões de dormidas em 2024 - aumento de 9,1% face a 2019 -, os alojamentos de curta duração foram os que mais cresceram neste período temporal: foram 15,5 milhões de dormidas, num salto positivo de 44,4%.
Também o número de noites por não residentes passaram de uma média de 7,5 em 2019 para 8,3 em 2024, sendo esta a sétima maior média a nível europeu, ficando também acima da média de noites passadas por não habitante na UE.
Uma análise mais detalhada do Eurostat aos dados portugueses mostra que Lisboa foi a cidade mais escolhida para dormir, recolhendo 22,7% do total de noites passadas em Portugal, seguida pelo Porto (9,6%) e Funchal (7,2%).
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