Fundos da BlackRock assumem perdas de 17 mil milhões devido à exposição à Rússia
A BlackRock assumiu perdas de cerca de 17 mil milhões de dólares em ativos russos no seguimento da invasão à Ucrânia. O montante foi avançado pela maior gestora de ativos do mundo ao Financial Times (FT) num balanço ao impacto das sanções internacionais que têm vindo a ser implementadas contra o regime de Vladimir Putin.
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No final de janeiro, os clientes da BlackRock detinham 18,2 mil milhões de dólares em ativos russos, explica a empresa. Após a invasão, a gestora de ativos suspendeu toda a compra de ativos e assumiu perdas com as fortes desvalorizações (já que não terá havido vendas). Fonte oficial diz ao FT que a exposição era, a 28 de fevereiro, de 0,01% da carteira global de investimentos, ou seja, cerca de mil milhões de dólares.
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"A exposição dos nossos clientes a ativos russos é principalmente conduzida por estratégias de índices, ao longo de dezenas de diferentes portefólios. Há um mês, a exposição dos nossos clientes a ativos russos representava 0,18% do total de ativos sob gestão. Hoje representa menos de 0,01% dos ativos dos nossos clientes", confirmou a gestora, em declarações enviadas ao Negócios.
Clarificou que o impacto para qualquer cliente depende da alocação inicial de ativos, do "timing" do investimento e do desinvestimento. "A BlackRock irá continuar a consultar ativamente reguladores, gestores de índices e outros participantes do mercado para ajudar a assegurar que os nossos clientes podem deixar as posições quando e onde as condições regulatórias e de mercado o permitirem", acrescentou.
A empresa -- que têm mais de 10 biliões de dólares sob gestão -- não é a única entre as maiores do mundo a sofrer com o impacto das sanções. A Pimco, por exemplo, detinha pelo menos 1,5 mil milhões de dólares em dívida pública russa e 1,1 mil milhões em "credit-default swap". Também a Janus Henderson, a Ashmore ou a Western Assets têm exposição à dívida russa.
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O norte-americano Goldman Sachs anunciou esta quinta-feira que vai encerrar as operações na Rússia, tornando-se o primeiro grande banco de Wall Street a anunciar uma decisão deste tipo na sequência da invasão da Ucrânia. "O Goldman Sachs está a encerrar o seu negócio na Rússia, em conformidade com os requistos regulatórios e de licenciamento", indica o banco, num comunicado.
"Estamos focado em apoiar os nossos clientes em todo o mundo na gestão ou encerramento de obrigações pré-existentes no mercado e a garantir o bem-estar das nossas pessoas", acrescentou. No relatório anual, o banco indicou que tem uma exposição de crédito à Rússia de 650 milhões de dólares. Logo depois, o JPMorgan Chase confirmou que está igualmente a reduzir ativamente o seu negócio na Rússia.
No Morgan Stanley, as perdas já terão mesmo espoletado despedimentos. Segundo a Bloomberg, que cita fontes anónimas, um "trader" do Morgan Stanley vai deixar o banco de forma repentina depois de acumular dezenas de milhões de dólares em perdas com a turbulência no mercado. Hamza El Hassani, que pertencia à divisão de ações do banco com sede em Nova Iorque, sairá devido a apostas que correram mal, gerando um impacto superior a 50 milhões.
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(Notícia atualizada às 10:50 de dia 14 de março com comentário da BlackRock)
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