Partidos de protesto vão ganhar peso com terrorismo e refugiados
A discussão vai mudar da macroeconomia para a política, no próximo ano. Quem o diz é Azad Zangana. O economista europeu da Schroders acredita que os partidos de protesto acabarão por reforçar o seu peso, não tanto pela luta contra a austeridade, mas devido aos acontecimentos recentes relacionados com os ataques terroristas em Paris e a crise dos refugiados.
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"Os partidos de protesto vão retirar ganhos de eventos recentes como os ataques a Paris ou a crise dos refugiados", afirmou Azad Zangana, numa conferência realizada, esta quinta-feira, em Londres. Estes partidos vão beneficiar "já não por serem anti-austeridade, mas pela desilusão com a falta de crescimento e de emprego, juntamente com a crise dos migrantes", sublinhou o economista.
Esta situação terá particular relevância em França, onde serão realizadas eleições no final do próximo ano. Estas eleições podem "ser um risco" e "estaremos atentos a isso", concluiu Azad Zangana. Como a Frente Nacional vai capitalizar a situação actual, "vai depender de quem ganhar as eleições do final do próximo ano. Sempre tiveram apoio popular mas não se concentraram muito em ter poder e agora podem ter poder", realçou. "Já há sondagens que sugerem que eles podem já estar a ganhar", com os últimos acontecimentos, disse.
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Neste campo, Portugal apresenta uma situação diferente. "Há dois meses, analisei as eleições em Portugal e Espanha e a minha conclusão foi de que o risco político em Portugal é inferior a Espanha porque não tem realmente partidos de protesto", afirmou ao Negócios, à margem desta conferência. E, ainda que "em Espanha, o risco seja superior, está a acalmar", sublinhou para depois acrescentar que o Podemos está "a perder apoio em algumas regiões".
*Em Londres, a convite da Schroders
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