Ações da Novo Nordisk dão maior tombo de sempre com corte nas projeções
As ações da Novo Nordisk deram esta terça-feira o maior tombo de sempre, depois do anúncio da revisão em baixa das previsões para os resultados anuais da empresa. A queda chegou à casa dos 29,8% - a maior de sempre na história da cotada - tendo, entretanto, aliviado, com os títulos a fecharem nas 346,90 coroas dinamarquesas (mas que ainda assim representa uma quebra de 23,11% face ao valor de fecho da sessão de segunda-feira).
Segundo a previsão financeira divulgada nesta terça-feira, a Novo Nordisk espera agora que o lucro operacional cresça entre 10% a 16%, abaixo dos 21% e 24% estimados anteriormente. Já as receitas deverão aumentar entre 8% e 14%, valores que também ficam abaixo do intervalo entre 13% e 21% previstos anteriormente. Em causa está uma desaceleração nas vendas do medicamento contra a obesidade Wegovy, à medida que a rival Eli Lilly tem pressionado a Novo Nordisk neste segmento.
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De acordo com a Bloomberg, a empresa dinamarquesa diz que a procura por alternativas mais baratas ao Wegovy nos EUA, assim como uma procura mais baixa pelos seus principais medicamentos (que incluem o Ozempic para a diabetes), ajudam a explicar a revisão em baixa dos resultados.
"Para o Wegovy nos EUA, a previsão de vendas reflete o uso persistente de versões [manipuladas em farmácia] do GLP-1, uma expansão mais lenta do que o esperado e a concorrência", sublinhou a empresa.
Face ao desempenho do dia, a capitalização bolsista da empresa afundou para menos de 1,55 biliões de coroas dinamarquesas (equivalente a 207,6 mil milhões de euros) - menos 62,4 milhões de euros do que na sessão anterior.
O foco na revisão dos resultados abaixo do esperado está a "apagar" o facto de a empresa ter anunciado na mesma previsão um aumento de 18% nas vendas para o segundo trimestre e um aumento de 40% no lucro. Os resultados completos da Novo Nordisk vão ser apresentados no dia 6 de agosto.
A Novo Nordisk anunciou também que Maziar Mike Doustdar será o novo presidente executivo (CEO) da farmacêutica, com início de funções a 7 de agosto. Lars Fruergaard Jørgensen era o anterior CEO e anunciou que iria deixar o cargo em maio, efetivando-se a saída da empresa no início de agosto.
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(Notícia atualizada às 17:30 horas com cotações de fecho)
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