CaixaBank/BPI corta recomendação do BCP e estima lucros de 178 milhões em 2020
O CaixaBank/BPI baixou a recomendação das ações do BCP, de "comprar" para "neutral", depois de a subida recente dos títulos ter limitado o potencial de valorização face ao preço-alvo de 14 cêntimos, que foi reiterado.
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Numa nota de research desta quarta-feira, 10 de fevereiro, os analistas Carlos Peixoto e Sofia Baralatt Bougeois avançam com a estimativa para os resultados do quarto trimestre, assinalando que estes devem mostrar a "resiliência" do banco face à conjuntura adversa, com um "progresso sólido" na redução do malparado (NPE).
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De acordo com o banco, os lucros entre outubro e dezembro de 2020 terão ficado em 32 milhões de euros, em linha com o registado no período homólogo e 55% abaixo do registado no terceiro trimestre.
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A margem financeira terá descido 2% para 389 milhões de euros e o lucro operacional aumentado 20% para 329 milhões de euros.
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O CaixaBank/BPI espera uma margem financeira "resiliente", "melhorias nas comissões" e provisões para crédito "relativamente estáveis". Pela negativa destaca a pressão das provisões na Polónia para os créditos em moeda estrangeira e custos de reestruturação.
Para o conjunto de 2020, o CaixaBank/BPI estima lucros de 178 milhões de euros, o que traduz uma queda de 41% face ao registado em 2019. A margem financeira terá descido 1% para 1.538 milhões de euros num ano em que as provisões para crédito terão subido 30% para 508 milhões de euros.
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Os analistas reviram as estimativas para o banco, esperando agora um crescimento médio anual de 4% no lucro ajustado por ação entre 2019 e 2023, e alertam para o impacto das provisões na Polónia, que no cenário mais negativo pode representar perdas de 516 milhões de euros atribuíveis ao BCP.
O CaixaBank/BPI assinala que o BCP está atualmente a transacionar em bolsa a 0,3 vezes o valor contabilístico, o que "representa um desconto face ao setor europeu, mas em linha com os pares espanhóis".
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Os analistas assinalam que tendência negativa da economia portuguesa e o confinamento no primeiro trimestre "devem provocar uma deterioração da qualidade dos ativos [do BCP] em 2021-2022, enquanto a margem financeira deverá ser constrangida pelo baixo crescimento do crédito e taxas de juro em níveis baixos".
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Foi tendo em conta estes fatores e o potencial de valorização de 10% que o CaixaBank/BPI decidiu cortar a recomendação das ações do BCP. Este ano os títulos sobem mais de 3% e na sessão de hoje avançam 0,47% para 12,76 cêntimos.
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