Jerónimo Martins sofre maior queda desde o Brexit após resultados
Apesar de terem atingido níveis recorde, os resultados da Jerónimo Martins não foram bem recebidos na bolsa, com as acções a sofrerem a queda mais acentuada desde a vitória do Brexit no referendo de Junho de 2016.
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Na terceira sessão em terreno negativo, os títulos fecharam a cair 5,37% para 15,33 euros, o valor mais baixo desde 6 de Janeiro, reagindo aos vários comentários negativos que foram formulados por vários analistas às contas de 2016.
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Apesar do desempenho negativo desta quinta-feira, as acções conservam um saldo positivo este ano. Sobem 4,48% em 2017, com a empresa que controla o Pingo Doce a apresentar uma capitalização bolsista de 9.691 milhões de euros.
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Além da queda acentuada, a sessão fica também marcada por uma liquidez elevada, já que foram transaccionados 2,15 milhões de acções, bem acima da média diária de seis meses de 800 mil acções.
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Resultados abaixo do esperado
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Após o fecho da sessão de ontem, a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos revelou que os seus lucros cresceram 78% para 593 milhões de euros em 2016, um período em que o EBITDA aumentou 7,8%, para 862 milhões de euros e as vendas subiram 6,5% para 14.622 milhões de euros. Considerando apenas o quarto trimestre do ano, os lucros foram de 93 milhões de euros.
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"O resultado líquido ficou 9 milhões de euros abaixo das nossas estimativas no quarto trimestre", nota o BPI numa nota de análise, acrescentando, porém, que os dados conhecidos não deverão ter um impacto significativo nas suas estimativas e avaliação. Os analistas do BPI mantêm a recomendação "neutral" e o preço-alvo de 17 euros.
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Também o CaixaBI destaca que "o resultado líquido no quarto trimestre foi inferior em 18,5% à nossa estimativa de 113 milhões de euros", sobretudo devido ao registo de um custo não recorrente de 17 milhões de euros e a um custo com impostos cerca de 6 milhões de euros acima do esperado.
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Ainda assim, a unidade de investimento da CGD, refere que os dados relativos às vendas de 2016 "já haviam confirmado o momento positivo ao nível do crescimento de receitas, sobretudo no que se refere à Biedronka (Polónia), o que continua a suportar a melhoria da rentabilidade da empresa". "Deste modo, não se verificaram surpresas relevantes ao nível operacional neste conjunto de resultados, com o EBITDA totalmente alinhado com a nossa estimativa", acrescentam.
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Haitong corta preço alvo
Já os analistas do Haitong decidiram cortar o preço-alvo para as acções em 60 cêntimos para 16,20 euros, depois de terem reduzido as suas estimativas para os lucros por acção para o período entre 2017 e 2020 em cerca de 6%. A nova avaliação confere um potencial de subida de 2,4%, tendo em conta a cotação actual.
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No entanto, os analistas referem que o EBITDA relativo ao quarto trimestre ficou "em linha com as estimativas".
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O Deutsche Bank também avançou com comentários desfavoráveis aos resultados, estimando que o crescimento comparável das vendas tenha atingido o pico e aguardando um crescimento considerável no investimento ("capex") em 2017.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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