Saúde pressiona Wall Street em clima de incerteza fiscal

Os principais índices bolsistas dos Estados Unidos encerraram em terreno negativo, ainda devido aos receios de que a reforma fiscal de Trump esteja a deparar-se com obstáculos e também por pressão do sector da saúde.
Reuters
Carla Pedro 10 de Novembro de 2017 às 21:11

O Standard & Poor’s 500 fechou a ceder 0,09% para 2.582, 30 pontos e o Dow Jones recuou 0,17% para 23.422,21 pontos.

 

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O tecnológico Nasdaq Composite foi a excepção, ao conseguir nos últimos minutos entrar no verde, mas com uma subida muito marginal de 0,01%para 6.750,94 pontos.

 

A pressionar a negociação bolsista em Wall Street continuou a estar o facto de o Senado ter revelado que o seu plano fiscal prevê um adiamento, para 2019, da redução de IRC. O que significa que se estará a adiar o corte de impostos que foi prometido por Trump.

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Este plano do Senado alimentou o crescente pessimismo acerca das perspectivas de uma reforma fiscal relevante nos Estados Unidos – depois de, ao longo do último ano, muitos sectores terem sido bastante impulsionados na expectativa da concretização das promessas de Trump relativamente a uma diminuição dos impostos para as empresas e de uma flexibilização ao nível da regulação, sobretudo no sector financeiro.

 

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"O mercado quer ver cortes de impostos este ano", comentou à Bloomberg um gestor de carteiras da Hodges Capital Management, Gary Bradshaw. "A reforma fiscal é, neste momento, o que está a ocupar em primeiro lugar a cabeça das pessoas", referiu, por seu lado, à agência noticiosa um estratega da TD Securities, Michael Hanson.

 

"Os americanos sentem-se confusos com as actuais propostas de corte de impostos, que irão mudar radicalmente a forma como os trabalhadores irão pagar ao Tio Sam", segundo Chris Rupkey, economista do Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ, acrescentando à Bloomberg que "a incerteza está de volta".

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A Bloomberg sublinha que uma redução dos impostos, como está proposto, será a melhor hipótese de os Republicanos manterem a vitória nas eleições para o Congresso daqui a um ano. No entanto, adiar essa redução poderá ser problemático. Os Republicanos, recorde-se, controlam actualmente, além da Casa Branca, o Congresso (Senado e Câmara dos Representantes).

 

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Com estas preocupações, o sector da banca e das cotadas com menor capitalização bolsista têm estado a ser os mais penalizados. Mas hoje também os títulos da saúde se juntaram a este movimento negativo, se bem que por outras razões.

 

As acções ligadas à saúde estiveram a ser pressionadas sobretudo devido aos receios do sector sobre como irá lidar com a Amazon como potencial concorrente.

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Esta sexta-feira foram divulgados os dados relativos à confiança dos consumidores, medida pela Universidade de Michigan, em Novembro. No mês anterior, a confiança dos consumidores disparou para 116,5 pontos, que correspondeu a máximos de inícios de 2014 e estimava-se que agora tivesse diminuído. E foi o que aconteceu: recuou em Novembro para 97,8 pontos (contra 100,7 pontos em Outubro).

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