"Sprint" final dá fecho em alta a Wall Street. Nvidia e Meta animam negociação
Os principais índices norte-americanos encerraram a primeira sessão de junho em alta, num dia em que o clima de incerteza dominou e os investidores continuam pessismistas em relação ao futuro económico dos EUA, agora que Donald Trump voltou à carga com uma nova leva de tarifas.
O S&P 500 valorizou 0,41% para 5.935,94 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,67% para 19.242,61 pontos, beneficiando dos ganhos da Nvidia e Meta Plataforms - a dona do Facebook e Instagram. Por sua vez, o industrial Dow Jones conseguiu terminar a sessão à tona, apesar de ter negociado grande parte do dia no vermelho, aproveitando o "sprint" final para avançar 0,08% para 42.305,48 pontos.
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Em foco esteve o anúncio do Presidente dos EUA, que pretende duplicar as tarifas a todo o aço e alumínio que chegam a território norte-americano. Apesar de o aumento de 25% para 50% nas taxas aduaneiras até ter levado o setor a disparar em bolsa, com a Cleveland-Cliffs a crescer quase 20% e a Steel Dynamics a valorizar 9%, o reforço da política protecionista acabou por ter um efeito perverso noutras indústrias, nomeadamente a automóvel. A Ford perdeu 5,65% e a General Motors caiu 3,87%, com os investidores a anteciparam mais tarifas no horizonte.
Já as "sete magníficas" dividiram-se entre ganhos e perdas, com a Alphabet a registar a maior desvalorização (1,58%) e a Tesla a ceder 1,09%, depois de ter registado uma quebra nas vendas numa série de países europeus, incluíndo Portugal. Por sua vez, a Nvidia e a Meta animaram o setor tecnológico, ao crescerem 1,67% e 3,62%, respetivamente.
"A incerteza continua a reinar", declara Sam Stovall, diretor de investimentos da CFRA Research, à Reuters. "Não sabemos se a guerra comercial continua ou não. Novas tarifas são adicionadas, outras são retiradas - a incerteza continua presente", completa a analista, depois de a Administração Trump ter dado até quarta-feira para todos os parceiros comerciais dos EUA apresentarem as suas melhores propostas de negociação.
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O sentimento foi ainda penalizado por novos dados económicos, que apontam para uma atividade industrial nos EUA em clara desaceleração. Maio representou o terceiro mês consecutivo de contração para este indicador, numa altura em que a Europa regista uma estabilização. Neste contexto, os investidores continuam à espera de um novo corte nas taxas de juro para dar ânimo à economia, embora a Reserva Federal (Fed) norte-americana continua a mostrar grande cautela em relação aos próximos passos a tomar.
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