Tempestade em Wall Street com tarifas de Trump e quatro subidas dos juros este ano
O Dow Jones encerrou a cair 1,68%, para se fixar nos 24.608,98 pontos, e o Standard & Poor’s 500 desvalorizou 1,33% para 2.677,67 pontos. Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite recuou 1,27% para se fixar nos 7.180,56 pontos.
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Um dos factores que esteve a contribuir para a maré vermelha em Wall Street foi o do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, relativamente à imposição de tarifas sobre a importação de aço e alumínio, medida que poderá azedar as relações dos EUA com os seus aliados.
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Trump referiu que vai assinar formalmente estas medidas na próxima semana, tendo prometido que ficarão em vigor "durante um longo período de tempo". Estas medidas comerciais visam, concretamente, a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio que entra no país.
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O Institute for Supply Management dos EUA considerou esta medida "um grande erro". Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a Europa responderá "firmemente" a quaisquer novas tarifas alfandegárias.
A reacção dos mercados não se fez esperar. Ao passo que as empresas da área industrial perderam terreno, as fabricantes destes metais avançaram. Foi o caso da U.S. Steel Corp, que disparou de imediato mais de 7%, e da empresa de produtos de aço Nucor Corp, que ganhou mais de 3%.
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Também o sector automóvel esteve a penalizar Wall Street, com destaque para as perdas da Ford e da General Motors, num mercado desanimado com os seus fracos números relativos às vendas.
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Por outro lado, mantêm-se os receios em torno do ritmo de subida dos juros nos EUA, depois de Jerome Powell, o novo presidente da Reserva Federal (Fed), ter deixado no ar a possibilidade de reforçar a normalização da política monetária.
Os comentários feitos na terça-feira por Powell intensificaram as apostas de que o banco central dos Estados Unidos poderá aumentar os juros quatro vezes este ano – e não três, como a Fed antecipou em Dezembro passado. E isso deverá continuar a exercer alguma pressão sobre as bolsas, com os investidores a preferirem o mercado obrigacionista em detrimento do accionista numa altura em que os juros da dívida norte-americana estão em alta.
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Espera-se, aliás, que na reunião de Março seja já decidida uma subida da taxa dos fundos federais.
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O facto de Powell ter falado em "mais aumentos graduais" foi ao encontro do que já tinha sido divulgado na semana passada, aquando da divulgação das actas da reunião de 30 e 31 de Janeiro da Fed.
Agora, esta quinta-feira, o presidente da Fed de Nova Iorque, William Dudley, declarou que está convicto de que as subidas dos juros continuarão a ser necessárias devido ao impulso do corte de impostos nos EUA e ao aumento da despesa pública federal.
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Dudley disse que o endurecimento "gradual" da política monetária poderá significar quatro aumentos da taxa directora dos fundos federais este ano.
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