Wall Street regressa aos ganhos com impulso da inflação e das ações de tecnologia

Os principais índices americanos conseguiram recuperar das quedas registadas na sessão anterior, numa altura em que aumentam as apostas num corte das taxas de juro em janeiro. Trump Media & Technology, empresa ligada ao Presidente dos EUA, disparou mais de 40%.
Wall Street.
AP
Bárbara Cardoso 21:13

As bolsas norte-americanas fecharam a sessão em terreno positivo, com os investidores animados com os dados da inflação dos EUA no mês passado, que alimentou as apostas de pelo menos um corte das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) em 2026. 

O índice de preços ao consumidor (IPC) subjacente - que exclui alimentos e energia - dos EUA subiu menos do que o esperado em novembro - apenas 2,6%, face a apostas de uma subida de 3% -, segundo dados do Departamento do Trabalho. Este é o menor aumento do índice desde o início de 2021. 

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Apesar das ressalvas em torno dos dados impactados pela paralisação do Governo, os investidores receberam bem o menor aumento nos preços no consumidor desde o início de 2021.

"A inflação abaixo da meta em novembro deu aos defensores de uma política monetária expansionista da Fed armas robustas para um corte de juros em janeiro”, disse Seema Shah, da Principal Asset Management, à Bloomberg. “Algumas mudanças não podem ser descartadas, mas a forte queda na inflação homóloga deixa a Fed com poucas desculpas para não responder ao aumento do desemprego", acrescentou, dizendo ainda que serão levantadas questões suficientes para impedir que um corte em janeiro seja uma "certeza absoluta". Para já, os mercados apontam para dois cortes das taxas de juro em 2026.

Neste contexto, o S&P 500 avançou 0,79% para 6.774,76 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valorizou 0,14% para 47.951,85 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite saltou 1,38% para 23.006,36 pontos, recuperando da maior queda num mês ontem registada.

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Mas não é só - as perspetivas de uma gigante do setor de tecnologia, a Micron Technology, vieram reanimar o apetite dos "traders" por ações ligadas à inteligência artificial. A maior fabricante americana de semicondutores para computadores deu ainda sinais de um aumento da procura, dizendo que a escassez de oferta está a permitir que a empresa suba os preços dos seus produtos. As ações dispararam 10,2%.

Já a Trump Media & Technology, empresa do Presidente dos EUA, pularam 41,93%, depois de anunciar que vai entrar no ramo da energia nuclear, aliando-se à TAE Technologies, num negócio avaliado em mais de seis mil milhões de dólares. 

As ações norte-americanas parecem caminhar para uma entrada em 2026 com um impulso positivo. Este será o quarto ano consecutivo de fortes ganhos apesar das várias potenciais ameaças que os mercados financeiros possam atravessar. A possível queda das ações de "tech" e inteligência artificial representa o maior risco para a estabilidade do mercado em 2026, segundo um estudo do Deutsche Bank.

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O Presidente dos EUA, Donald Trump, procurou também tranquilizar os americanos preocupados com o aumento do custo de vida, durante um discurso na noite de quarta-feira na Casa Branca. Trump adiantou ainda que "em breve anunciará o nosso próximo presidente da Reserva Federal, alguém que acredita em taxas de juros mais baixas, e muito mais, e que os juros das hipotecas cairão ainda mais" - um outro alerta deixado pelos inquiridos pelo banco alemão. 


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