Bolsa nacional encerra em queda penalizada pela JM, Nos e BCP
A praça nacional encerrou em queda em linha com as principais congéneres europeias. A marcar o dia nos mercados está a situação da Grécia numa altura em que um acordo entre Atenas e as instituições pode ser alcançado em breve.
A bolsa nacional encerrou em terreno negativo, em linha com as restantes praças europeias. O PSI-20 recuou 0,57% para os 6.098,04 pontos, com 15 empresas em queda e três em alta. No resto da Europa, o principal índice alemão lidera as desvalorizações, ao recuar 1,87%.
A marcar o dia nos mercados está a situação da Grécia. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, numa entrevista concedida a uma televisão helénica esta segunda-feira defendeu que Atenas e os parceiros estão "próximos" de fechar um acordo. Depois da polémica no Eurogrupo, Tsipras menosprezou as críticas a Yanis Varoufakis por considerar que os ministros das Finanças do euro prefeririam dialogar com alguém mais obediente.
Nesta terça-feira, os investidores estão a afastar-se das acções ligadas ao sector da saúde depois de farmacêutica Mylan ter rejeitado a proposta da Teva. A israelita Teva lançou esta segunda-feira uma oferta de compra de 40,1 mil milhões de dólares sobre a Mylan. A britânica AstraZeneca desce 3,33% e a Novartis cede 1,10%.
Por cá, a Jerónimo Martins, a Nos e o BCP foram os títulos que mais pressionaram. A retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos encerrou a cair 2,17% para 12,15 euros. Esta segunda-feira, 27 de Abril, o BESI elevou o preço-alvo da empresa de 10 euros para 11,50 euros, um valor que ainda assim fica abaixo da actual cotação.
O banco de investimento prevê que as vendas do Pingo Doce e da Biedronka tenham aumentado 2,5% durante o primeiro trimestre do ano. O grupo apresenta os resultados esta quarta-feira, 29 de Abril.
Ainda no retalho, a Sonae encerrou a perder 1,75% para 1,29 euros.
A Nos perdeu 1,21% para 6,59 euros e a PT SGPS recuou 2,37% para 57,6 cêntimos.
Na banca, o BCP desceu 0,56% para 8,9 cêntimos. E o BPI, que apresenta amanhã resultados, perdeu 0,96% para 1,443 euros. Numa nota de análise desta segunda-feira, 27 de Abril, o CaixaBI antecipa que a instituição liderada por Fernando Ulrich possa ter regressado aos resultados positivos nos primeiros três meses de 2015. A expectativa é a de um lucro na ordem dos 28,4 milhões de euros, que compara com os 104,8 milhões de euros de prejuízos apresentados no primeiro trimestre de 2014.
O Banif encerrou a cair 1,43% para 0,69 cêntimos.
A travar uma queda mais acentuada da praça nacional estiveram os títulos da Galp Energia, Mota-Engil e dos CTT. A petrolífera somou 1,08% para 12,16 euros. A empresa apresentou esta segunda-feira lucros no valor de 121 milhões de euros no primeiro-trimestre, mais 157% face a período homólogo, impulsionada pelo aumento da produção de petróleo e da margem de refinação.
Ainda assim, para o BPI, os lucros da Galp no primeiro trimestre ficaram 5% abaixo do estimado pelo banco, que previa mais 7 milhões de euros do que o registado. Entretanto, a Galp está "atenta" a venda de activos pela Petrobras, garantiu o presidente.
Ainda no sector da energia, a EDP cedeu 0,17% para 3,579 euros e a EDP Renováveis deslizou 0,28% para 6,329 euros.
A Mota-Engil avançou 2,08% para 3,135 euros. A Teixeira Duarte desceu 1,41% para 70 cêntimos.
Os CTT subiram 0,74% para 10,21 euros. Esta terça-feira, o Goldman Sachs subiu o preço-alvo da empresa de serviço postal, incorporando o impacto positivo da criação do Banco Postal. De acordo com a Reuters, que teve acesso à nota de análise, o preço-alvo subiu de 6,6 euros para 10,5 euros, o que representa um aumento de 60%, e a recomendação passou de "sell" - ou seja, vender – para "neutral".
"A empresa tem tido sucesso nas medidas de cortes de custos e esperamos que continue a tê-lo, mas a área chave para crescimento material da sua rentabilidade é a divisão de serviços financeiros", apontam os analistas, citados pela Reuters.
(Notícia actualizada às 17h08)
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