Credit Suisse inicia cobertura do BCP e vê potencial de perda de 10%
O banco suíço começou a cobrir o desempenho em bolsa do banco português com uma avaliação aquém da atual.
O Credit Suisse iniciou nesta terça-feira a cobertura às ações do português BCP, com os analistas a apontarem para uma queda de 10% da cotada portuguesa nos próximos 12 meses.
As ações do banco estão a cair em torno dos 2% na manhã desta terça-feira, num dia em que foram negociadas perto de 50 milhões de ações - que compara com a média diária dos últimos seis meses de 53 milhões de títulos.
De acordo com uma nota citada pela Bloomberg, o banco de investimento atribuiu uma recomendação de "underperform", que equivale a "vender", sendo uma das mais baixas entre todas as coberturas de que há registo.
Já o preço-alvo foi definido em 15 cêntimos por ação, um valor que fica aquém dos 16,97 cêntimos com que o banco liderado por Miguel Maya encerrou a sessão de ontem.
No total, o banco português acumula oito notas de analistas que recomendam "comprar" as suas ações, cinco que aconselham "manter" e duas que dizem que o melhor será "vender", incluindo já a do Credit Suisse. O preço-alvo médio de todas as avaliações é de 17 cêntimos, praticamente igual à cotação atual.
Este ano, o BCP acumula um ganho de 35% na bolsa portuguesa e desde o final de setembro está na "zona vermelha" do RSI, o índice de força relativa que mede a força com que um ativo é comprado ou vendido. Por norma, quando um título se situa acima dos 70 valores - como é o caso - significa que poderá surgir uma correção no curto-prazo.
Ontem, a Fitch melhorou a perspetiva sobre os "ratings" do BCP e da Caixa Geral de Depósitos (CGD), reafirmando a notação de ambas as instituições financeiras.
No caso do banco liderado por Miguel Maya, o "outlook" passou de negativo para estável, tendo o 'rating' sido mantido em BB, que corresponde ao segundo nível da categoria de investimento especulativo (o chamado "lixo"). "A revisão do 'outlook' reflete sobretudo a resiliência da qualidade dos ativos e da rentabilidade do BCP desde [o início] da crise pandémica, suportado por um modelo de negócio eficiente e bastante diversificado", pode ler-se na nota divulgada esta segunda-feira pela Fitch.
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