Incerteza comercial volta a afundar Wall Street na volatilidade. Dow Jones escapa a perdas
As bolsas norte-americanas fecharam a última sessão da semana e do mês em território misto, isto depois de Donald Trump ter voltado a agitar os mercados. Depois de acusar a China de violar o acordo comercial de 90 dias, o Presidente dos EUA diz agora que espera falar com Xi Jinping para acalmar os ânimos.
Donald Trump voltou a agitar as águas do mercado financeiro. As bolsas norte-americanas terminam a última sessão de maio sem rumo definido, depois de o Presidente dos EUA ter atirado novas "achas para a fogueira" comercial e deixado os investidores a suar em bica.
Na rede social Truth Social, da qual é dono, Trump acusou a China de violar o acordo comercial temporário que ambos os países assinaram a 12 de maio, na Suíça. Sem especificar como, o republicano avisou que deixará de ser o "sr. simpatia". No entanto, horas mais tarde, o Presidente dos EUA afirmou que iria dar o primeiro passo e entrar em contacto com Xi Jinping para "resolver as coisas".
Além disso, depois de ontem o Tribunal do Comércio ter dito que as tarifas são ilegais, o que resultou no seu bloqueio, a Casa Branca procurou um Plano B para que a estratégia arquitetada por Peter Navarro não caia por terra. Para já, Washington pondera recorrer a um expediente que lhe permite aplicar tarifas de até 15% por 150 dias.
A incerteza das últimas horas voltou a mergulhar os índices norte-americanos numa grande onda de volatilidade e incerteza. Após uma recuperação que colocou o S&P 500 no caminho para o melhor mês desde novembro de 2023, o índice chegou a recuar esta sexta-feira 1,2%, antes de fechar praticamente inalterado, com uma perda modesta de 0,01% para os 5.911,44 pontos. O Nasdaq Composite perdeu 0,32% para 19.113,77 pontos e, em contraciclo, o Dow Jones subiu 0,12% para 42.266,94 pontos.
Para o próximo mês, os analistas não esperam grandes mudanças no sentimento. "Esperamos que os mercados continuem impulsionados pelas notícias, especialmente relacionadas com as tarifas", disse Clark Bellin, da Bellwether Wealth, à Bloomberg.
A Bloomberg avançou ainda que o Governo de Trump está a planear estender as restrições ao setor de tecnologia chinesa.
Os investidores estiveram também a reagir aos dados mais recentes do indicador favorito da Reserva Federal para avaliar a inflação nos EUA. Em abril, o índice de preços das despesas de consumo pessoal, o PCE, que exclui os produtos alimentares e energéticos, aumentou 0,1% em relação a março. Face ao período homólogo, avançou 2,5%, segundo avançou o Bureau of Economic Analysis esta sexta-feira. Ambas as leituras ficaram dentro das previsões dos economistas.
Já as importações norte-americanas caíram quase 20% no mês passado. Os desenvolvimentos comerciais estão mais uma vez a moldar os mercados de imprevisibilidade sobre o impacto e o alcance das medidas sobre tarifas de Donald Trump, o que tem levado os investidores a reavaliarem o apetite pelo risco.
Entre os principais movimentos do mercado, a Marvell Technology caiu 5,55% depois de analistas terem dito que a empresa não atingiu os objetivos no que toca a investimento em inteligência artificial.
Já a Palantir Technologies subiu mais de 7% após o New York Times ter noticiado que a administração Trump alargou o trabalho da empresa a todo o governo federal nos últimos meses. A Costco apresentou resultados trimestrais acima das expectativas e ganhou acima de 3%.
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