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Renault continua sem travões em bolsa. Já cai 29% este ano

A fabricante automóvel francesa está a ser mais penalizada, nas últimas sessões, pela sua revisão em baixa para os resultados deste ano.

A fabricante francesa apresenta contas a 31 de julho.
A fabricante francesa apresenta contas a 31 de julho. Ole Berg-Rusten/AP
18 de Julho de 2025 às 07:00

As ações da Renault têm estado a perder terreno desde quarta-feira, 16 de julho, sessão em que afundaram 18,47%, depois de na véspera a fabricante automóvel francesa ter revisto em baixa a sua margem de lucro operacional para o conjunto do ano. Na quinta-feira, os títulos fecharam a ceder 0,68% para 33,40 euros. Este revés contribuiu para agravar o seu mau desempenho na praça parisiense, recuando já 29,03% no acumulado desde janeiro.

Mas o que leva a que a fabricante francesa esteja menos otimista quanto aos seus resultados de 2025? Sendo uma marca que não opera nos EUA, não seria de pensar que estaria mais protegida da guerra comercial e das tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, ao setor automóvel europeu? É um facto que, por essa via, não se prevê penalização, mas a marca depara-se atualmente com outros dissabores – não sendo, por isso, um ativo tão procurado pelos investidores como se poderia pensar.

O que se passa é que a Renault tem enfrentado problemas no seu próprio mercado doméstico e também na China. Assim, mesmo sem uma exposição às tarifas dos EUA, acaba por também entrar na onda negativa a que temos assistido no setor automóvel europeu, que tinha taxas aduaneiras de 2,5% à entrada nos Estados Unidos, mas que, com a tomada de posse de Trump, viu essas tarifas subirem para 27,5% – e não se sabe se poderão ir aos 32,5%, caso o chefe da Casa Branca aplique tarifas gerais de 30% aos produtos da União Europeia, como ameaçou fazer a partir de 1 de agosto se não houver acordo comercial entre as partes, e integre os automóveis nessa decisão. Nesse caso, em vez dos 25% adicionais que foram introduzidos este ano, seriam 30%, que se juntariam aos 2,5% já existentes.

Na terça-feira, a Renault disse antecipar uma margem operacional de 6,5% para este ano, abaixo dos 7% (ou superior) inicialmente previstos. A empresa disse ainda esperar um free cash-flow (lucro após despesas operacionais e investimentos) entre os mil milhões e os 1,5 mil milhões de euros, abaixo dos dois mil milhões de euros anteriormente projetados. Resultado: os analistas do Deutsche Bank reduziram o preço-alvo das ações da Renault, de 55 para 44 euros.

A empresa – liderada interinamente desde 15 de julho por Duncan Minto, até aqui diretor financeirovai reportar as suas contas do primeiro semestre a 31 de julho.

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