Uma terça-feira de vertigens em Wall Street
A sessão desta terça-feira nas bolsas do outro lado do Atlântico foi "imprópria para cardíacos". A volatilidade esteve ao rubro, com o sobe-e-desce nos índices a provocar vertigens a quem estava menos preparado para uma jornada tão atribulada.
O Dow Jones encerrou a ceder 0,21% para 24.371,46 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,04% para 2.636,79 pontos – depois de já ter estado hoje a ganhar 1,4%.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite conseguiu uma subida tímida no fecho, a somar 0,16% para 7.031,83 pontos.
Os três grandes índices de Wall Street viveram uma sessão de sobe-e-desce, ao sabor de várias notícias que foram mexendo com o sentimento dos investidores.
Inicialmente, a negociação foi impulsionada pelos relatos de que a China poderá decidir-se por um corte das tarifas aduaneiras à importação de carros norte-americanos – o que levou a uma subida das cotadas deste sector.
Mas a tendência entretanto mudou quando o presidente dos EUA disse que terá "orgulho" em encerrar os serviços públicos nacionais se a sua pretensão orçamental do muro na fronteira com o México não for atendida. Bastou esta declaração de Donald Trump para as bolsas norte-americanas inverterem para a baixa.
"Serei eu a provocar a paralisação [dos serviços públicos]. Não culparei por isso", disse Trump durante uma tensa troca de ideias com Nancy Pelosi, a líder democrata na Câmara dos Representantes, e com Chuck Schumer, o líder democrata no Senado, que se realizou na presença de jornalistas na Casa Branca. "E terei orgulho em encerrar os serviços governamentais a bem da segurança na fronteira", acrescentou.
Entretanto as bolsas voltaram a recuperar, a darem mais importância às concessões da China, mas voltaram a inverter.
A última vez que houve perigo de "shutdown" (encerramento dos serviços governamentais) foi em Fevereiro passado. E aconteceu mesmo, com os serviços públicos do país a paralisarem durante três dias. Ao terceiro dia de "shutdown", os legisladores norte-americanos acabaram por delinear um acordo para a reabertura dos serviços do governo federal.
Agora, uma vez mais, a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA (ambas as casas do Congresso) têm de aprovar um projecto de lei que permita que as agências federais do país possam continuar a ser financiadas, evitando assim um "shutdown" a partir de 21 de Dezembro.
Mas Trump tem a última palavra e ameaça vetar se não conseguir o financiamento que pretende para o ambicioso muro na fronteira com o México.
Recorde-se que a lei de financiamento do Estado federal norte-americano abrange várias áreas, da Agricultura à Defesa, e a sua aprovação evita uma paragem dos serviços públicos por falta de dinheiro.
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