Wall Street afunda com receio de recessão. S&P 500 em mínimos de 14 meses
As principais bolsas norte-americanas fecharam em terreno negativo, a derraparem devido ao receio de que a Fed não seja capaz de controlar a inflação sem mergulhar a economia numa recessão.
Os receios de que a Reserva Federal dos EUA não seja capaz de travar a subida da inflação – que está em máximos de quatro décadas – sem mergulhar a economia norte-americana numa recessão levaram a uma derrocada na sessão de hoje em Wall Street.
O índice industrial Dow Jones fechou a cair 1,99% para 32.245,70 pontos e o Standard & Poor’s 500 perdeu 3,20% para 3.991,24 pontos – a quebrar assim o patamar dos 4.000 pontos, no seu mais baixo nível desde março de 2021.
Já o tecnológico Nasdaq Composite afundou 4,29% para 11.623,25 pontos. Na sexta-feira, o Nasdaq também fechou a afundar mais de 4%.
Os investidores estão cada vez mais preocupados com os limitações da política da Fed, numa altura em que as disrupções nas cadeias de fornecimento constituem uma forte ameaça à inflação, a par com a guerra na Ucrânia e com os lockdowns na China decorrentes da pandemia.
Os dados hoje divulgados mostram que os consumidores norte-americanos veem os preços, dentro de três anos, mais altos do que aquilo que achavam há um mês – um sinal preocupantes para os responsáveis da Fed, que estão a tentar manter ancoradas as expectativas para o mais longo prazo.
Logo a seguir ao encerramento das bolsas, a Fed advertiu, no seu relatório de estabilidade financeira, para a deterioração das condições de liquidez em mercados financeiros chave, por entre os crescentes riscos da guerra na Ucrânia, aperto monetário e elevada inflação.
Na sexta-feira, os dados do mercado laboral nos EUA revelaram que a taxa de população ativa – empregada ou à procura de trabalho – caiu para 62,2%. Por sua vez, os salários à hora aumentaram 5,5% em termos homólogos, mas ficaram abaixo das estimativas dos analistas.
Estes números são preocupantes para o mercado, tendo em conta que podem sinalizar uma política monetária ainda mais apertada por parte da Reserva Federal norte-americana, não só para conter a inflação mas também para garantir o pleno emprego.
Na semana passada, o presidente da Fed, Jerome Powell, disse que o banco central deverá aumentar os juros em mais 50 pontos base nas duas próximas reuniões (junho e julho), mas que não via necessidade de uma subida na ordem dos 75 pontos. No entanto, o mercado está cada vez mais receoso de um endurecimento adicional.
Mais lidas