Wall Street de volta aos ganhos. Mercado crê que conflito no Médio Oriente será contido
As bolsas norte-americanas terminaram a primeira sessão da semana com alguns ganhos. O otimismo surgiu sobretudo depois de Teerão admitir negociar programa nuclear - mas só se os EUA ficarem de fora da guerra.
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O sentimento de calma regressou ao mercado bolsista, com Wall Street a terminar a sessão desta segunda-feira em terreno positivo, dado que diminuem os receios de que a guerra que opõe Israel e o Irão se transforme num conflito mais alargado.
O S&P 500 subiu 0,94% para 6.033,11 pontos, enquanto o industrial Dow Jones somou 0,75% para 42.515,09 pontos e o tecnológico Nasdaq ganhou 1,52% para 19.701,21 pontos.
Apesar de no quarto dia de guerra as duas partes continuarem a atacar-se mutuamente, o Wall Street Journal avançou que o Irão está disposto a reduzir as hostilidades com Israel e quer sentar-se à mesa das negociações com o governo norte-americano para abordar o seu programa nuclear. Mas com uma condição: Washington não se pode juntar aos ataques israelitas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, estará também a pressionar Israel para um cessar-fogo, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já sinalizou: os ataques vão continuar.
Embora os mercados tenham inicialmente adotado uma postura cautelosa, afastando-se do risco para avaliar o desenrolar do conflito, o sentimento melhorou esta segunda-feira, uma vez que os investidores acreditam que os ataques não se irão alargar a outros países.
“O foco continuará a estar nas notícias geopolíticas, mas enquanto o conflito se mantiver limitado entre Israel e o Irão, é pouco provável que tenha um impacto material nos mercados”, disse Tom Essaye, do The Sevens Report, à Bloomberg.
Já o Morgan Stanley afirmou, numa nota citada pela agência, que os mercados foram reavivados para o facto de haver outros fatores que possam causar volatilidade se não as tarifas norte-americanas. "Mas qualquer surpresa pode ter um impacto enorme no sentimento”, relembram.
Os investidores fazem ainda contagem decrescente até à decisão de política monetária e comentários da Reserva Federal desta quarta-feira. Os analistas acreditam que as tensões no Médio Oriente só vão aumentar o "enigma" que os principais bancos centrais enfrentam na avaliação dos riscos com a inflação e o crescimento económico decorrentes das tarifas. O mercado não antecipa uma alteração às taxas de juro.
Entre os principais movimentos empresariais, a US Steel subiu mais de 5% após Donald Trump ter aprovado a parceria com a japonesa Nippon Steel, que terá investido mais de 14 mil milhões de dólares na norte-americana.
A Advanced Micro Devices disparou mais de 9%, uma vez que o banco de investimento Piper Sandler reviu em alta o preço-alvo da cotada, justificando com a apresentação "positiva" dos novos semicondutores da empresa, revelados na semana passada.
A impulsionar o tecnológico Nasdaq, todas as “sete magníficas” subiram esta segunda-feira, já que a queda nos preços do petróleo levou os investidores a regressarem aos ativos de risco. A Tesla subiu mais de 1% e a Meta Platforms ganhou quase 3%, impulsionada pela notícia de que a o WhatsApp vai começar a incorporar anúncios no serviço, abrindo portas a uma nova fonte de receitas, enquanto a empresa investe fortemente em inteligência artificial e outros projetos a longo prazo..
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