Wall Street fecha semana em alta. S&P 500 e Nasdaq atingem recorde
Os principais índices dos EUA fecharam a sessão em alta, com os investidores a pesarem uma maior aposta de novos cortes nas taxas diretoras contra incertezas na frente comercial. Entre as cotadas, a Nike disparou mais de 15%.
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Os principais índices norte-americanos terminaram a semana em alta, com o S&P 500 e o Nasdaq Composite a encerrarem a semana com um novo máximo de fecho.
Durante o dia, os investidores pesaram uma maior aposta de novos cortes nas taxas diretoras contra afirmações do Presidente norte-americano, Donald Trump, que disse que iria terminar todas as discussões comerciais com o Canadá, alimentando as incertezas sobre o progresso das negociações com os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos (EUA).
O S&P 500 avançou 0,52% para os 6.173,10 pontos, superando o último máximo histórico atingido em meados de fevereiro. O Nasdaq Composite somou igualmente 0,52% para um novo recorde de fecho de 20.273,46 pontos. Já o Dow Jones ganhou 1% para 43.819,27 pontos.
Trump ameaçou impor uma nova taxa alfandegária sobre produtos importados do Canadá na próxima semana, depois de o país vizinho dos EUA ter implementado um imposto sobre os serviços digitais.
Uma recuperação anterior das ações foi em parte impulsionada pelas observações de Trump, citadas pela Bloomberg, de que os EUA tinham finalizado acordos comerciais com “provavelmente quatro ou cinco países diferentes”, nomeadamente entendimentos com a China e o Reino Unido, tendo lembrado que “o prazo [de 9 de julho] que se aproxima é o do fim da atual trégua nas tarifas recíprocas”.
“A não ser que seja prolongada - ou substituída por algo mais concreto - podemos estar perante uma nova vaga de tensões comerciais", disse à Bloomberg Fawad Razaqzada, do City Index.
Em abril, Trump suspendeu temporariamente as tarifas sobre dezenas de parceiros comerciais durante três meses. Desde então, a rápida recuperação das ações tem desafiado as expectativas de Wall Street, sublinhando a convicção dos investidores de que a maior economia mundial está a resistir à incerteza política.
No plano da política monetária, dados económicos do lado de lá do Atlântico revelaram que as despesas de consumo dos EUA registaram no mês de maio o maior declínio desde o início do ano. Embora o índice subjacente das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) tenha aumentado 0,2% em cadeia - ligeiramente mais do que o esperado - os dados já conhecidos deverão permitir à Fed retomar a flexibilização das taxas no segundo semestre deste ano.
“Juntamente com a desaceleração dos rendimentos e dos gastos das famílias, a inflação PCE [homóloga] de maio permaneceu perto o suficiente da meta de 2% da Fed para manter vivas as esperanças de um corte precoce das taxas”, disse à Bloomberg Gary Schlossberg, do Wells Fargo Investment Institute.
Aproximando-se o final do segundo trimestre, Wall Street prevê um crescimento dos lucros de 2,8% em relação ao segundo trimestre do ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence. A confirmar-se, este seria o menor aumento em cerca de dois anos.
Nesta linha, o risco de uma bolha especulativa parece estar a aumentar à medida que as expectativas de cortes nas taxas atraem enormes fluxos de investimento, de acordo com um especialista do Bank of America. Desde o início do ano, 164 mil milhões de dólares já foram investidos em ações norte-americanas, o que representa a terceira maior entrada anual de capital de sempre, segundo dados da EPFR Global.
Entre os movimentos do mercado, a Nike fechou o dia a disparar mais de 15%, depois de a empresa de vestuário desportivo ter dito que o declínio das vendas ao longo do ano está a começar a diminuir, o que sugere que as medidas estratégicas do novo diretor executivo Elliott Hill estão a dar frutos.
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