Wall Street fecha terceira sessão consecutiva no verde com tensões comerciais em foco
Os principais índices norte-americanos voltaram a registar ganhos superiores a 1%, numa altura em que os investidores aumentam as apostas em relação ao número de cortes nas taxas de juro.
Wall Street encerrou mais uma sessão com ganhos avultados, depois de até ter arrancado a semana com o pé esquerdo. Os investidores continuam a avaliar o impacto que as tarifas de Donald Trump podem vir a ter na economia, agora que várias empresas reveem em baixa as suas expectativas de lucro para o resto do ano, estando mais certos que a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai ser obrigada a cortar mais vezes nos juros para evitar uma recessão.
O S&P 500 avançou 2,03% para 5.484,77 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite acelerou 2,74% para 17.166,04 pontos. O industrial Dow Jones, que até começou a sessão com nota negativa, conseguiu reverter as perdas e fechou a crescer 1,23% para 40.093,40 pontos. O S&P 500 já conseguiu apagar quase todas as perdas, desde o infame "Dia da Libertação".
Na frente comercial, o Presidente dos EUA voltou a afirmar que já está a negociar com a China um possível acordo, embora Pequim negue estas aproximações. A nação liderada por Xi Jinping instou o governo norte-americano a reduzir as tarifas "unilaterais" como um sinal de abertura, mas já na quarta-feira o secretário do Tesouro, Scott Bessent, tinha negado esta possibilidade.
Neste contexto de incerteza, a Fed prepara-se para ter uma ação mais interventiva. Esta quinta-feira, numa entrevista à Bloomberg TV, Christopher Waller, membro do banco central dos EUA, afirmou que estaria disposto a apoiar um maior número de cortes caso a política agressiva de Trump tivesse impactos negativos no mercado laboral. Já o presidente da Fed da Cleveland disse à CNBC que um novo alívio poderia vir já em junho, caso os dados o justifiquem.
As atenções dos investidores viram-se agora para uma série de resultados trimestrais que estão a deixar um sabor agridoce nos mercados. Uma série de empresas, como a American Airlines e a Pepsi, decidiram reduzir as suas previsões de lucro para o resto do ano, citando o impacto da política comercial vinda de Washington.
Apesar de as perspetivas para o resto do ano não serem as melhores, esta "earnings season" não está a ser negativa. Das 157 empresas do S&P 500 que já apresentaram contas, 74% registaram resultados acima do esperado, com os analistas a preverem um aumento nos resultados líquidos das empresas de 8,9%, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Já depois do fecho, a Alphabet, dona da Google, apresentou resultados, tendo registado um crescimento nas receitas e nos lucros por ação acima do esperado pelos analistas. No mercado "after hours", a tecnológica crescia mais de 4%.
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