Wall Street soma terceiro dia seguido de perdas. Intel dispara mais de 8%
Os principais índices dos EUA fecharam a sessão com perdas. Preocupações com a elevada avaliação das empresas cotadas acabaram por ofuscar dados que mostraram que a economia norte-americana está a manter-se estável.
Os principais índices do lado de lá do Atlântico fecharam com perdas pela terceira sessão concecutiva, marcando já o maior número de dias com perdas seguidas em cerca de um mês em Wall Street.
O S&P 500 recuou 0,50%, para os 6.604,72, o tecnológico Nasdaq Composite recuou igualmente 0,50% para os 22.384,70. Já o Dow Jones perdeu 0,38% para os 45.947,32.
Preocupações com a elevada avaliação das empresas cotadas acabaram por ofuscar dados que mostraram que a economia norte-americana está a manter-se estável.
Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Gabinete de Análise Económica dos EUA (BEA na sigla em inglês), mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu 3,8% no segundo trimestre do ano. O crescimento registado é o maior em quase dois anos e contrasta com a contração no primeiro trimestre do ano, que foi de 0,6%.
"Concordamos que a economia está forte e em crescimento”, disse à Bloomberg Chris Zaccarelli, da Northlight Asset Management. Ainda assim, o especialista acrescentou que “muitas dessas boas notícias já estão refletidas nos preços - a nossa maior preocupação é com as avaliações”.
Mais de 15 biliões de dólares “entraram” nas ações cotadas nos EUA desde o "colapso" dos índices em abril, devido à especulação de que a economia não está a afundar e que o mercado será impulsionado pela melhora nos lucros das empresas e pelo “boom” da inteligência artificial. Como resultado, o rácio preço/lucro futuro de 12 meses do S&P 500 atingiu recentemente um máximo de 22,9 vezes, segundo a Bloomberg, um nível que neste século só foi ultrapassado em duas ocasiões anteriores: o colapso das dot.com e a recuperação pandémica no verão de 2020, quando a Reserva Federal reduziu as taxas diretoras para perto de zero.
E embora o foco do banco central se tenha voltado para o mercado de trabalho, os investidores estarão atentos ao relatório do indicador de inflação preferido da Fed – o índice de despesas de consumo pessoal - de sexta-feira.
“Os investidores ativos vão querer ver um resultado de inflação em linha ou inferior ao esperado, mantendo a Fed no caminho certo para mais dois cortes nas taxas em 2025”, disse à agência de notícias financeiras Bret Kenwell, da eToro. “Por mais que os investidores queiram taxas mais baixas, uma economia sólida é mais importante”, reiterou.
Noutros dados, os pedidos iniciais de subsídio de desemprego nos EUA caíram em 14 mil em relação à semana anterior, para um total de 218 mil na terceira semana de setembro. Os dados, divulgados pelo Departamento Laboral norte-americano, marcaram o valor mais baixo de pedidos iniciais de subsídio de desemprego dos últimos dois meses e ficaram abaixo do consenso do mercado, que previa uma subida para os 235 mil.
Entre os movimentos do mercado, a Intel continuou a beneficiar de notícias que avançaram que a tecnológica estará em conversações com a Apple para a empresa da maçã entrar no capital da Intel. A tecnológica fechou a sessão a subir mais de 8%.
Entre as “big tech”, a Nvidia subiu 0,41%, a Alphabet perdeu 0,51%, a Microsoft caiu 0,61%, a Meta cedeu 1,54%, a Apple ganhou 1,81% e a Amazon desvalorizou 0,94%.
Mais lidas