Os novos créditos ao consumo superaram em maio o patamar dos 800 milhões de euros – um marco que não era atingido pelo menos desde janeiro de 2012 –, de acordo com os dados divulgados na terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Face a abril trata-se de uma subida de 13,2% e em termos homólogos de um aumento de 12,1%.

A maior subida, em termos de montante, foi registada no crédito automóvel com locação financeira ou ALD, tanto nos novos como nos usados, embora o montante seja maior no crédito dito “normal” para a compra de carro .

Duarte Gomes Pereira, secretário-geral da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), explica ao Negócios que o aumento do crédito automóvel, através de locação financeira ou ALD, se deve a uma recuperação da atividade. Isto depois de as taxas máximas que podem ser cobradas às famílias terem sido definidas em 2022 e 2023 no mesmo patamar que as Euribor, o que tornou este produto “impossível de comercializar”. Por outro lado, a “reclassificação dos automóveis novos, que passaram a ser só carros que sejam registados pela primeira vez, levou a uma forte subida nos empréstimos para usados”, acrescenta.

Num mês em que o número de contratos acelerou quase 13% face a abril, o secretário-geral da ASFAC justifica a subida com o “aumento dos preços”. “Há maior necessidade de recurso ao crédito, maior capacidade financeira das pessoas e níveis muito elevados de poupança que já se estão a reduzir”, resume Duarte Gomes Pereira. Todos os segmentos, à exceção do crédito pessoal para educação, saúde, transição energética e locação financeira de equipamentos, cresceram mais de 10%.

Do total de novos contratos em abril, 4,3% foram contratos subvencionados, contra 4,6% um ano antes. “Os contratos de crédito subvencionados são celebrados entre a instituição de crédito e o consumidor, mas parte do custo do crédito é suportada por uma entidade terceira (por exemplo, o ponto de venda onde o consumidor adquire o bem financiado)”, explica o BdP. Em proporção do montante total, estes créditos com subvenção representaram 5,8% em maio.

Notícia atualizada com mais informação