Empréstimos: Da amortização à renegociação. O que fazer para limitar o risco
A subida de juros está a agravar o peso da prestação da casa para quem tem crédito à habitação. O Governo avançou com medidas para mitigar este impacto e a Deco está a receber “dezenas” de pedidos de esclarecimento por semana.
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Amortização para quem tem margem Com as prestações a subirem, as famílias que têm alguma margem – nomeadamente a poupança conseguida durante a pandemia – podem aproveitar para amortizar parte ou o total do capital em dívida. É uma forma de reduzir a prestação a pagar no imediato sem agravar a situação futura. E há um ponto a favor: as famílias que avançarem para a amortização antecipada dos créditos à habitação não vão pagar penalizações sobre esse adiantamento até ao final de 2023, de acordo com as novas regras de renegociação dos contratos aprovadas pelo Governo. Mexer nos seguros ou no “spread” “O primeiro passo deve ser amortizar total ou parcialmente o crédito”, refere Nuno Rico, especialista em assuntos financeiros da Deco Proteste. “Se tal não for possível, deve começar por renegociar o ‘spread’ e os seguros associados ao contrato”, recomenda. Neste caso, a ideia é tentar ver com o banco as opções para diminuir os custos escondidos que pesam na prestação. Indexante ou prazo diferente Posteriormente a tentar diminuir o “spread” ou os seguros, as famílias poderão avançar para outras soluções, tais como a alteração da maturidade do indexante, alargamento do prazo ou o estabelecimento de um período de carência, recomenda a Deco. Mas atenção: aumentar a maturidade não só tem limites máximos, como implica, no total do contrato, pagar mais juros. “Não há aqui nenhum perdão de dívida”, lembra Filipe Garcia, presidente da IMF. Mudar de banco (sem custos) Poderá também tentar perceber se outros bancos têm condições mais vantajosas até porque, na generalidade dos casos, as instituições financeiras suportam os custos de transferência. “Deve começar por efetuar simulações em três ou quatro instituições bancárias diferentes. Se encontrar condições mais vantajosas do que as detém, comece por confrontar o seu banco com essas propostas. Na maior parte dos casos, os bancos procuram acompanhar essas propostas concorrentes. Se isso não acontecer, pondere a transferência do crédito para outro banco”, diz Nuno Rico. PARI com novas regras Para quem esteja em risco de não conseguir fazer face às obrigações mensais, o plano de ação para o risco de incumprimento (PARI) tem, até 31 de dezembro de 2023, regras específicas e obrigações adicionais para a banca, que passam pela avaliação da taxa de esforço e apresentação de propostas aos clientes. E atenção: quem o faça não ficará “marcado” no Banco de Portugal, como o próprio supervisor já garantiu.
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