Maiores bancos do mundo estudam lançar "stablecoins" indexadas às moedas do G7
Bancos como o norte-americano Goldman Sachs e o alemão Deutsche Bank querem explorar o que dizem ser "uma nova oferta para todo o setor". Já no final de setembro, uma série de instituições financeiras na Europa juntou-se para criar a sua própria "stablecoin".

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Com o mercado das "stablecoins" a continuar a crescer, e a administração Trump a apostar todas as fichas no setor, vários bancos mundiais têm-se alinhado para lançar as suas próprias criptomoedas indexadas a um ativo mais estável, como é o caso do dólar. Esta sexta-feira, foi a vez de um conjunto dos maiores bancos do mundo anunciarem que estão a estudar a hipótese de lançar este tipo de moedas digitais indexadas às divisas dos G7.
Na lista contam-se os norte-americanos Bank of America, Citi e Goldman Sachs, bem como o alemão Deutsche Bank, o suíço UBS, o francês BNP Paribas e o espanhol Santander, entre outros. O objetivo passa por "explorar se uma nova oferta para todo o setor poderia trazer os benefícios dos ativos digitais e aumentar a concorrência em todo o mercado, garantindo ao mesmo tempo o pleno cumprimento dos requisitos regulamentares e das melhores práticas de gestão de risco", informam as instituições financeiras num comunicado conjunto.
No final de setembro, um consórcio de bancos europeus, que incluem o italiano UniCredit e o espanhol CaixaBank - que detém o português BPI -, já tinham anunciado que pretendiam criar uma empresa conjunta para lançar uma "stablecoin" denominada em euros - numa tentativa de abalar o domínio do dólar norte-americano no mercado. Espera-se que a moeda digital seja lançada na segunda metade de 2026.
Entre os projetos já lançados, destaca-se o do banco francês Société Générale, que, em junho, tornou-se o primeiro grande banco a lançar uma "stablecoin". Indexada à "nota verde", a USD CoinVertible chegou com pompa e circunstância ao mercado, mas não conseguiu captar a atenção dos investidores, contando apenas com 30,6 milhões de dólares em circulação. Muito longe de ameaçar a hegemonia das duas maiores "stablecoins" do mercado, que têm quase 255 mil milhões em circulação em conjunto.
Apesar desta primeira tentativa com pouco sucesso, as instituições financeiras continuam interessadas em explorar a "blockchain" como o futuro do sistema financeiro mundial. No entanto, têm existido resistências, nomeadamente por vários bancos centrais pelo mundo fora - com o Banco Central Europeu a tomar a dianteira e a criticar o uso desenfreado de "stablecoins", que acredita poderá diminuir o escopo de ação da sua política monetária e deixar os consumidores mais expostos a riscos.
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