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Banco de Portugal recebe 37 reclamações por dia

Chegaram ao supervisor financeiro quase 6.700 reclamações de clientes bancários, desde o início do ano. As contas de depósito e o crédito continuam a ser as matérias alvo de mais queixas.

carlos costa governador banco portugal banif parlamento inquérito
carlos costa governador banco portugal banif parlamento inquérito Miguel Baltazar
13 de Outubro de 2016 às 16:43

O Banco de Portugal recebeu uma média de 37 reclamações por dia, na primeira metade deste ano. No total, chegaram ao supervisor 6.691 queixas, numa média de 1.115 por mês, segundo a Sinopse de Actividades de Supervisão Comportamental, publicada esta quinta-feira, 13 de Outubro. Esta média mensal representou uma ligeira queda de 0,8% face a 2015.

"No primeiro semestre de 2016, a média mensal de reclamações relacionadas com crédito hipotecário, cartões de pagamento, transferências a crédito e crédito às empresas registou aumentos face a 2015", revela o Banco de Portugal.

Pelo contrário, diminuíram as queixas relacionadas com o crédito aos consumidores, cheques, operações com numerário, débitos directos e máquinas ATM. Já nas contas de depósito, verificou-se alguma estabilidade.

Relativamente ao meio escolhido, o número de reclamações apresentadas através do Livro de Reclamações aumentou 1,3%, em termos de média mensal. Já as queixas apresentadas directamente ao Banco de Portugal diminuíram 2,6%. "As reclamações enviadas directamente ao Banco de Portugal continuaram a ser com maior frequência (72%) apresentadas através do Portal do Cliente Bancário, embora tenham diminuído 3,8% face a 2015", explicou o Banco de Portugal.

O supervisor adianta ainda que, das reclamações encerradas no primeiro semestre, em 64% dos casos não se observaram indícios de infracção por parte da instituição financeira, em linha com a percentagem do ano passado. Pelo contrário, em cerca de 36% das queixas assistiu-se à resolução do problema pelo banco, por sua iniciativa ou por recomendação ou determinação específica do Banco de Portugal.

Contas lideram reclamações

As contas de depósito continuam a liderar as reclamações nos serviços financeiros. Apesar de a média mensal ter registado uma queda ligeira de 0,2%, o seu peso no total de queixas aumentou de 33,7%, no ano passado, para 33,9%.

Já no crédito ao consumo, a média mensal de reclamações caiu em 5,9%, o que levou a uma queda no seu peso no total de queixas: passou de 26,4% para 25,1%. A justificar esta quebra estiveram essencialmente as reclamações relacionadas com cartões de crédito e facilidades de descoberto.

Quanto ao crédito à habitação, a média mensal de reclamações aumentou 1,4% face a 2015. E o peso deste segmento no total de reclamações cresceu ligeiramente de 11,3% para 11,5%. "Para esta evolução contribuiu o maior número de reclamações recebidas relativas a cobrança de valores em dívida, garantias e desvinculação de mutuário (por exemplo em situações de divórcio)", refere o Banco de Portugal.

Quanto aos cheques, a média mensal das reclamações caiu 18,1%, descendo o seu peso de 4,7% para 3,9%. Nos débitos directos a média mensal de reclamações registou uma diminuição de 22,6%, passando a representar 1,3% do total de queixas (o que compara com os 1,6% do ano passado). "Esta diminuição é maioritariamente explicada pelo menor número de reclamações relacionadas com ordens de cobrança e com a anulação de ordens de débito directo", realça o supervisor.

Pelo contrário, as reclamações sobre cartões de pagamento, transferências a crédito e crédito às empresas que, em termos médios mensais, registaram aumentos de 15,3%, 11,8% e 13,6%, respectivamente. No caso dos cartões de pagamento, as reclamações passaram a representar 9,4% do total das reclamações mais do que os 8,1% de 2015.

"O aumento das reclamações sobre cartões de pagamento é explicado, em parte, pelo acréscimo de reclamações referentes a alegadas situações de fraude e à anuidade de cartões", justifica o Banco de Portugal. 

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