A época de resultados das grandes tecnológicas americanas vai ser um teste à estrategia de avultados investimentos em inteligência artificial (IA). Quem o diz é o Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa.

A expectativa é que os lucros por ação das chamadas Sete Magníficas (Apple, Amazon, Alphabet, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla) subam todos em termos homólogos - com exceção da fabricante de veículos elétricos. E os números podem servir de resposta às dúvidas dos investidores. "O foco neste momento estará muito na monetização da inteligência artificial e nos investimentos em infraestrutura. Até que ponto estas grandes empresas conseguem mostrar e evidenciar os seus lucros, as suas receitas, face aos avultados investimentos", explica Paulo Monteiro Rosa, em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.

Este ano surgiram algunas alertas de que podemos estar perante uma bolha na inteligência artificial, chegando até a surgir comparações com a bolha das dot-com que rebentou no início dos anos 2000.

"Os investidores vão estar muito focados naquilo que serão as perspectivas das empresas, destas 'big' tecnológicas quanto ao futuro. Os investimentos em termos de 'cloud', em termos de inteligência artificial, em 'data centers', até que ponto podem ser depois compensados por lucros futuros", sublinha o analista.

"Probabilidade de Apple falhar expectativas é maior"

O elevado volume de vendas do iPhone 17 - superior ao do seu antecessor - fez a Apple atingir na segunda-feira um novo máximo histórico em bolsa, com as ações a ultrapassarem os 262 dólares e aproximando-se dos quatro biliões de capitalização bolsista. No entanto, Paulo Monteiro Rosa alerta para a possibilidade de os resultados trimestrais, apresentados no dia 30 de outubro, poderem desiludir, mesmo que sejam muito positivos.

"À medida que a cotação da Apple vai subindo, a probabilidade de falhar em termos de expectativas, de os resultados falharem expectativas dos investidores, cresce. A probabilidade [de falhar] é maior", ressalva.