Bolsa contraria Europa e sobe com BCP a impulsionar
A bolsa nacional valorizava, contrariando a tendência das congéneres europeias, impulsionada pela subida de quase 2% do BCP, pela PTM e pelo BPI. O PSI-20 avançava 0,21% com a EDP a impedir ganhos maiores.
A bolsa nacional valorizava, contrariando a tendência das congéneres europeias, impulsionada pela subida de quase 2% do BCP, pela PTM e pelo BPI. O PSI-20 avançava 0,21% com a EDP a impedir ganhos maiores.
O principal índice da bolsa nacional cotava nos 7.667,84 pontos com sete acções a somar, seis em queda e sete inalteradas. As praças europeias perdiam depois da Reserva Federal (Fed) dos EUA ter considerado que as taxas de juro nos Estados Unidos estão a um nível muito baixo para manter a inflação estável, sugerindo que vai efectuar novas subidas no preço do dinheiro. O euro desvalorizava pelo quarto dia consecutivo, queda que não se verificava desde Julho de 2004.
Segundo o operador João Marques da LJ Carregosa as declarações da Fed «influenciaram negativamente as praças europeias e consequentemente a bolsa nacional», justificando – apesar da bolsa nacional se manter positiva – o abrandamento da subida do PSI-20 verificada no primeiro dia de negociação de 2005, que João Marques considera ter sido «muito positivo».
O Banco Comercial Português (BCP) [bcp] seguia como o principal impulsionador do principal índice nacional, a avançar 1,57% para os 1,94 euros depois de ter valorizado um máximo de 2,09% para 1,95 euros, o valor mais elevado desde Junho de 2004.
Para o operador referido este bom desempenho do BCP nas últimas sessões «tem a ver com toda a reestruturação que tem vindo a fazer, ou seja vendem tudo o que não seja banca tradicional». O BPI, em «research» hoje emitido, considera que o pagamento de dez milhões de euros pelo Fortis por mais 1% do negócio de «bancassurance» do BCP tem um impacto «neutral» para o banco de Jardim Gonçalves.
Na restante banca, o Banco BPI [bpin] também contribuía para a tendência do índice, com uma subida de 0,33% para nos 3,03 euros enquanto o Banco Espírito Santo (BES) [besnn] seguia inalterado nos 13,28 euros.
João Marques explicou que a «banca tinha estado um pouco parada» mas que agora despertou com o BCP e «parece-me que o BPI também vai ter um bom comportamento nos próximos tempos», acrescentou.
A PT Multimédia [ptm] era outro título a impulsionar o índice, com uma valorização de 0,75% para 18,89 euros, enquanto a Portugal Telecom [ptc] caía 0,22% para 9,07 euros.
A posição de 21,09% da PT) na Folha-UOL é considerada pelos analistas do BPI e Millennium bcp investimento como «neutral a positivo», já que a operadora portuguesa passa a deter uma fatia importante num dos maiores grupo de «media» do Brasil, que deverá vir a ser cotado.
A Cimpor [cimp] também subia 0,24% para 4,15 euros. A Sonae SGPS [son] estava inalterada nos 1,11 euros e a Sonae Indústria [sona] apreciava 3,34% para os 4,95 euros.
A Sonaecom [scn] que lidera a carteira de acções para o Millennium bcp investimento, com um potencial de valorização de 28% para 2005, descia 0,26% para os 3,82 euros.
A travar maiores ganhos seguia a Energias de Portugal (EDP) [edp] a cotar nos 2,24 euros, a cair 0,44%.
A Iberdrola confirmou hoje, em comunicado à CNMV, o reforço da sua posição na Energias de Portugal de 5% para 5,70% no contexto do aumento de capital da eléctrica. O BPI considera este aumento de posição da Iberdrola na EDP como um «movimento mais financeiro do que estratégico», que também considera que esta operação tem um impacto «positivo» para a EDP.
O presidente executivo da EDP garante que a capitalização bolsista da eléctrica portuguesa mais que duplicou no espaço de ano e meio. De acordo com as contas feitas por João Talone, o valor de mercado passou de quatro mil para 8,2 mil milhões de euros.
A EDP pagou mais de 150 milhões pela maioria do capital de uma empresa que não vai poder controlar – este pode ser o resumo da história da aquisição da Portgás, a segunda empresa de distribuição de gás natural do país, lê-se hoje no Jornal de Negócios.
Os advogados da EDP estão renitentes em apresentar recurso da decisão da Comissão Europeia que impediu a junção da empresa com a GDP – Gás de Portugal. «O Tribunal da União Europeia só aprecia questões jurídicas, não a bondade da decisão», explicou ao DN uma fonte da EDP.
A Impresa [ipr] estava estável nos 5,70 euros enquanto a Media Capital subia 0,36% para 5,50 euros. A Cofina [cofi] estava sem variação nos 3,78 euros.
A venda de 2,46% da Media Capital pela Nexgen tem um impacto «neutral» para a empresa liderada por Paes do Amaral, segundo o Iberian Daily do BPI, que acrescenta que «há algumas dúvidas em torno deste negócio».
A Reditus [red] caía 1,34% para os 4,41 euros e a Novabase [nba] perdia 0,32% para os 6,19 euros.
A Mota-Engil [egl] seguia em máximos de Junho de 2000, nos 2,10 euros, a avançar 1,45%. A Mota-Engil Ambiente e Serviços, «holding» do Grupo para a Área de Ambiente, reforçou a sua presença no sector das águas adquirindo, «em conjunto com os restantes parceiros portugueses», 12,86% de títulos da Indáqua e dos respectivos empréstimos, através de um investimento global de 4,4 milhões de euros, revelou a maior construtora nacional em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na segunda-feira.
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