pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Klarna quer saltar do crédito para comunidade de consumo

A fintech sueca de “buy now pay later” alcançou, num ano, 1.300 parceiros e 300 mil utilizadores em Portugal. O objetivo é alargar o leque de serviços tecnológicos para, além da concessão de crédito, gerar uma comunidade que liga clientes e empresas.

Alexandre Fernandes, 'country manager” da Klarna em Portugal
Alexandre Fernandes, "country manager” da Klarna em Portugal Miguel Baltazar
28 de Dezembro de 2022 às 07:00
  • Partilhar artigo
  • ...

"Não posso dizer que não somos um banco, mas somos também uma tecnológica". A descrição da fintech sueca Klarna é feita pelo "country manager" para Portugal, Alexandre Fernandes, para explicar os planos da empresa de vir a criar uma comunidade de consumidores em torno das soluções de crédito. Há um ano em Portugal, serão também assim os próximos passos para o país, quando consolidar a posição no mercado.

Criada em 2005, em Estocolmo, na Suécia, a Klarna foi pioneira nas soluções que permitem fazer compras online e pagar em prestações sem juros. A modalidade clássica implica um primeiro pagamento a pronto e outros dois a crédito.  "Isto foi o início do que é hoje conhecido como ‘buy now pay later’. Estamos em 2022, as marcas são digitalmente muito diferentes, o consumidor é diferente e está a pedir coisas diferentes", refere Alexandre Fernandes.

Não havendo custos adicionais para o cliente, quem paga os serviços é a marca parceira: uma parcela do valor da transação, começando em 4,99%, acrescido de uma taxa fixa de 0,35 cêntimos, e a partir daí vai descendo consoante o volume de transações. A concessão de crédito é o lado financeiro da fintech, que tem licença bancária na Suécia. Do lado tecnológico, o trabalho centra-se em ligações técnicas. "Quando a marca desenvolve uma ligação técnica à Klarna, tem acesso ao nosso ecossistema, à nossa comunidade de compradores", aponta o responsável pelo negócio em Portugal.

"A Klarna move-se sempre no conceito de comunidade de ‘shoppers’, porque associado ao método de pagamento temos também tecnologias de marketing que são muito potentes. Dentro destas tecnologias que nós oferecemos, tanto a marca como consumidor final fazem parte da nossa shopping app", refere. "O nosso objetivo para os próximos anos é ser ‘one stop shop for shopping’. O que é que isso significa? Que nós possamos acompanhar tanto marcas parceiras como cliente final em todas as diferentes etapas".

A ideia é que, na aplicação, os clientes possam começar por ver inspirações, criar listas de desejos, ter acesso a descontos e oportunidades de compra. Depois, podem fazer a compra (usando ou não a Klarna), mas também conseguir seguir todas as encomendas ou gerir planos de pagamentos. Já do lado das empresas é também esta a plataforma que junta, por exemplo, marcas a influenciadores.

1.300 parceiros e 300 mil clientes em Portugal

Em Portugal – onde entrou em novembro de 2021 –, a Klarna conta já com 1.300 marcas parceiras, incluindo grandes "players" que já trabalhavam com a fintech noutros países que pediram para lançar também em Portugal (é o caso da Adidas. Samsung, Shein ou H&M), mas também marcas portuguesas que vendem lá fora (Parfois, Prozis, Lanidor, Quebra Mar ou SportZone) e ainda pequenas marcas portuguesas, que querem potenciar o volume de negócios online tanto em Portugal como no estrangeiro.

Além do objetivo de alargar esta rede e chegar ao final do próximo ano com um milhão de utilizadores, em comparação com os atuais 300 mil, a ideia é trazer para o país o conceito de comunidade de compradores.

"Para mim, o futuro a curto prazo passa bastante por continuar a expandir o que é a nossa rede de parceiros, continuar a dar a conhecer a Klarna no mercado português, que as pessoas continuem a experimentar a Klarna e, as que gostem, continuem a comprar connosco. Um objetivo que também temos é trazer toda a tecnologia que estamos a criar um pouco fora do espaço de pagamentos também para Portugal: plataforma de influenciadores, tecnologias de ‘social shopping’, tecnologias de afiliação. Ou seja, começar a trabalhar mais com as nossas marcas parceiras numa vertente mais consultora para os ajudar a vender melhor, de forma mais eficiente, chegar melhor aos outros utilizadores", acrescenta Alexandre Fernandes.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio