As principais empresas de matérias-primas podem encaixar mais de 300 milhões de dólares de lucro, cerca de 256 milhões de euros ao câmbio atual, com a "loucura" que existe em torno do cobre. Isto porque as empresas Trafigura, Mercuria, Glencore e IXM enviaram grandes quantidades de cobre para os EUA após as eleições presidenciais, em novembro passado, o que significa que podem capitalizar com as subidas recentes no preço do metal.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% para as importações de cobre no país a partir de 1 de agosto. E isso levou imediatamente a uma reação dos mercados, com o valor do cobre a disparar mais de 17% só nas primeiras horas. 

Segundo o Financial Times (FT), estas movimentações abrem a oportunidade para que as empresas de matérias-primas comprem o cobre ao preço do London Metal Exchange (LME, Reino Unido), enviem o produto para os EUA e depois façam a venda ao preço do Commodity Exchange (COMEX, EUA). Os valores apurados pelo FT apontam para que as quatro empresas de matérias-primas referidas tenham movido para os EUA cerca de 600 mil toneladas de cobre desde novembro.

"Há alguns meses, os negociadores de cobre em todo o mundo apostaram que a proposta tarifária de Trump seria real para o mercado e não uma mera fanfarronice. Eles tinham razão e o retorno coletivo da aposta tem sido espetacular", afirma Tom Price, analista do banco de investimento Panmure Liberum, ao jornal britânico.

As contas do jornal apontam para um lucro de 520 dólares por tonelada de cobre enviado para os EUA, o que coloca as estimativas de "encaixe" das empresas acima dos 300 milhões de dólares. 

Só os negociadores Trafigura, sediada em Singapura, e Mercuria, da Suíça, terão movido para os EUA, cada uma, cerca de 200 mil toneladas de cobre.

Ao final desta sexta-feira, o preço do cobre era de 5,5815 dólares por peso-libra, uma queda de 0,17%.