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Ray Dalio aconselha investidores a deterem mais ouro que o habitual

Num momento em que o metal precioso bate recordes sucessivos, o histórico investidor de Wall Street diz que o ouro deve ter um peso de até 15% nos portefólios, devido ao seu desempenho em tempos de incerteza.

Ray Dalio aconselha investidores a alocarem parte dos portfólios ao ouro
Ray Dalio aconselha investidores a alocarem parte dos portfólios ao ouro Amy Harris/Invision/AP
07 de Outubro de 2025 às 23:05

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates e um dos mais conhecidos investidores de Wall Street, aconselha que até 15% dos portefólios de ativos estejam alocados ao ouro, referindo que “é um excelente diversificador” dos investimentos. Dalio falava no Greenwich Economic Forum, no estado norte-americano do Connecticut, citado pela CNBC.

O histórico investidor, que chegou a gerir o maior "hedge fund" do mundo, refere que “se olharmos de uma perspetiva de alocação estratégica de ativos, provavelmente teremos algo como cerca de 15% do portefólio em ouro (…) porque é um ativo que tem um desempenho muito bom quando as partes típicas do portefólio descem”.

Os futuros do ouro ultrapassaram a fasquia dos 4.000 dólares esta terça-feira e os preços “spot” estão muito próximos dessa marca. A procura de ativos seguros, motivada pelas tensões geopolíticas e os receios orçamentais em alguns países, está a impulsionar o metal precioso, assim como as compras pelos bancos centrais e a aposta em ETF (fundos negociados em bolsa) garantidos por ouro.

O ambiente nos mercados que se vive hoje em dia é comparado pelo multimilionário com o que se passava no início dos anos 1970, refere a CNBC. Nessa altura, a inflação, a elevada despesa pública e a pesada dívida levou a uma perda de confiança nos títulos e nas moedas, assinala Dalio.

“É muito parecido com o início dos anos 70 (…) onde devemos investir?”, questiona. “Quando temos dinheiro e o colocamos num instrumento de dívida, e há muita oferta de dívida e instrumentos de dívida, não é um eficiente repositório de riqueza”, refere.

Como recorda a CNBC, a recomendação de Dalio contrasta com a tradicional distribuição de ativos no portefólio de 60/40, separados em ações e obrigações. O ouro e outras commodities normalmente têm um menor peso porque não rendem juros ou outros proveitos, ao contrário de outros ativos.

Dalio prefere destacar o ouro como uma proteção em tempos de desvalorização monetária e instabilidade geopolítica. “O ouro é o único ativo que alguém pode deter e não ter de depender de ninguém para receber o dinheiro”, assinala.        

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