pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

OPEP+ rejeita apelo dos EUA para acelerar entrada de mais crude no mercado e mantém plano de julho

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) decidiram hoje, na sua 22.ª reunião ministerial, manter o que estava acordado desde julho: aumentar em mais 400.000 barris diários a sua produção de dezembro. Os Estados Unidos queriam mais.

petróleo
petróleo Karim Sahib/AFP
04 de Novembro de 2021 às 15:59

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (o chamado grupo OPEP+) realizaram hoje a reunião mensal de fixação das quotas de produção e não procederam a alterações no plafond para dezembro.

O grupo de produtores decidiu manter o atual plano delineado em julho: aumentar a oferta em 400.000 barris por dia, todos os meses, até ao final do ano. Isto numa altura em que a procura está a superar grandemente a oferta.

As cotações do "ouro negro", que estavam a negociar em baixa, inverteram para terreno positivo após esta decisão de não haver um reforço da entrada de crude acima dos 400.000 barris/dias inicialmente previstos.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em dezembro soma 0,40% para 81,18 dólares por barril.

Já o contrato de dezembro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,04% para 82,84 dólares.

Os Estados Unidos apelaram a que a OPEP+ abrisse ainda mais as suas torneiras, dado o défice de oferta relativamente à crescente procura, mas o cartel e os seus parceiros optaram por manter o status quo.

Fontes da OPEP+ disseram à Reuters que os EUA têm muita capacidade para aumentar a sua produção de petróleo se quiserem ajudar o mundo a acelerar a retoma económica.

Os preços do petróleo estão em máximos de três anos, com valorizações na casa dos 60% no acumulado do ano.

O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, recordou que a OPEP+ já introduziu, desde agosto, dois milhões de barris por dia no mercado e que prosseguirá com o seu plano de adicionar mais 400.000 barris diários, todos os meses, até ao final deste ano e nos primeiros meses de 2022.

O consenso entre os investidores era de que a OPEP+ iria resistir aos apelos para acelerar o ritmo dos aumentos de produção, pois muitos dos membros já estão a operar no limite da sua capacidade de produção, sublinhou Ricardo Evangelista, diretor executivo da ActivTrades Europe SA, na sua análise diária.

"Outro fator é o acordo para retomar as negociações entre o Irão e um grupo de nações ocidentais, o que poderá levar ao levantamento das sanções que têm limitado as exportações do país do Golfo", acrescentou, considerando que, com a perspetiva de o petróleo iraniano retornar aos mercados, seria improvável que os membros da OPEP concordassem em produzir mais petróleo, "uma dinâmica que continuará a apoiar os seus preços". O que veio a verificar-se.

(notícia atualizada às 16:34)

Ver comentários
Publicidade
C•Studio