Europa renova máximos com expectativas de que impasse político em França se resolva
Juros aliviam na Zona Euro. Itália e França lideram recuos
Ouro renova recorde acima dos 4.000 dólares com procura por ativos de refúgio
Petróleo sobe com aumento limitado da produção da OPEP+ e queda das reservas dos EUA
Euro e iene no vermelho pela terceira sessão consecutiva
Wall Street negoceia sem tendência definida. Investidores aguardam por atas da reunião de setembro da Fed
Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
Europa avança com desanuviar em França a dar uma ajuda
Juros da dívida da Zona Euro aliviam após desenvolvimentos em França
Dólar reforça-se com queda do iene e incerteza fiscal na Europa e na Ásia
Petróleo sobe com cortes limitados da OPEP+ e foco em inventários dos EUA
Ouro supera os quatro mil dólares com ajuda do "shutdown"
Ações japonesas divididas. Europa aponta para perdas em dia "D" para França
Europa renova máximos com expectativas de que impasse político em França se resolva
Os principais índices europeus fecharam a sessão desta quarta-feira em alta, impulsionados por expectativas de que a crise política em França e o bloqueio orçamental que o país atravessa sejam resolvidos ainda este ano. Entre os movimentos do mercado, a empresa de segurança Verisure disparou no seu primeiro dia de negociação em bolsa.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – ganhou 0,79%, para os 573,79, um novo máximo de fecho, tendo igualmente batido máximos históricos durante a sessão, que se fixam agora nos 574,32 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subiu 0,87%, o espanhol IBEX 35 pulou 0,97%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,96%, o francês CAC-40 somou 1,07%, o britânico FTSE 100 avançou 0,69% e o neerlandês AEX cedeu 0,01%.
O otimismo em torno da inteligência artificial e sinais de que a economia dos EUA se mantém resiliente têm vindo a impulsionar o sentimento do mercado. Ainda assim, os investidores estão cautelosos quanto ao impacto dos grandes investimentos em tecnologia nos resultados das empresas.
“Há muito pouca resistência contra tendências seculares, como IA e defesa”, explicou à Bloomberg Geoff Yu, da BNY. “Mas caberá aos lucros cumprir as expectativas, e esse será o desafio mais amplo”, alerta o mesmo especialista.
O índice francês CAC-40 subiu mais de 1% depois de o primeiro-ministro demissionário, Sébastien Lecornu, ter afirmado ver um caminho possível para formar um novo governo e evitar eleições antecipadas no país. Com efeito, o chefe de Estado, Emmanuel Macron, tinha dado a Lecornu um prazo de 48h – que termina esta noite – para que o ex-ministro da Defesa dialogasse com os partidos da oposição, de forma a chegar-se a uma solução governativa que permita a aprovação de um Orçamento do Estado para o próximo ano.
Nesta linha, “quanto mais cedo as coisas forem esclarecidas politicamente, através de novas eleições ou mesmo da demissão de Macron, melhores serão as perspetivas para as ações francesas e para a economia francesa a longo prazo”, disse à Bloomberg François Rimeu, da Credit Mutuel.
Pela Alemanha, o DAX atingiu um novo recorde nos 24.639,10, já que o país espera que o crescimento económico acelere no próximo ano, apoiado por milhares de milhões de euros em estímulos orçamentais. E isto num dia em que se soube que a produção industrial germânica caiu 4,3% em agosto em relação ao mês anterior, revertendo um aumento de 1,3% em julho e ficando abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para um declínio de 1%.
As ações da alemã BMW afundaram mais de 8%, depois de a fabricante de automóveis ter reduzido as suas projeções financeiras devido às vendas persistentemente fracas na China e aos custos relacionados com as tarifas impostas pelos EUA.
Ainda entre os movimentos do mercado, as ações do grupo de serviços de segurança Verisure dispararam no seu primeiro dia de negociação na bolsa de Estocolmo - a maior oferta pública inicial (IPO) de uma empresa europeia este ano. A empresa fechou a sessão a disparar mais de 20%, com cada ação a valer mais de 16 euros, e conta agora com uma capitalização bolsista de mais de 16.500 milhões de euros.
Juros aliviam na Zona Euro. Itália e França lideram recuos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram alívios substanciais esta quarta-feira, com Itália e França a liderarem os recuos. Já a "yield" da dívida alemã atingiu mesmo o valor mais baixo em quase três semanas, apesar das preocupações em torno dos impactos da crise política no país liderado por Emmanuel Macron.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, caíram 3 pontos base para 2,677%, enquanto a "yield" da dívida francesa com a mesma maturidade cedeu 5,5 pontos para 3,512%. O "spread" entre as duas dívidas cai, assim, para os 83,5 pontos, afastando-se dos máximos de 2025 que atingiu no rescaldo da demissão do primeiro-ministro gaulês.
Pela Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa também a dez anos perderam 3,7 pontos base para 3,067% e os da dívida espanhola recuaram 3,9 pontos para 3,214%. Já por Itália, também foi dia de alívos, com a "yield" das obrigações do país a afundarem 6 pontos para 3,474%.
Fora da Zona Euro, a tendência mantém-se, embora menos atenuada. Os juros das "Gilts" britânicas caíram 1,1 pontos base para 4,707%, enquanto a "yield" das "Tresuries" norte-americanas desliza 0,6 pontos para 4,117%.
Ouro renova recorde acima dos 4.000 dólares com procura por ativos de refúgio
O ouro ultrapassou esta quarta-feira, pela primeira vez, os 4.000 dólares por onça, impulsionado pela crescente procura por refúgio devido ao impasse orçamental nos Estados Unidos, tensões geopolíticas e expectativas de cortes nas taxas da Reserva Federal.
O metal precioso sobe 1,39% para 4.040,43 dólares, enquanto a prata avança 1,93% para 48,44 dólares e a platina ganha 2,94% para 1.674,85 dólares. O ouro acumula uma valorização de 54% desde o início do ano, depois de ter ganho 27% em 2024, superando amplamente as ações globais e a própria bitcoin.
Segundo a Reuters, o avanço tem sido alimentado por uma combinação de fatores: expectativas de cortes de juros nos EUA, forte compra de bancos centrais, fluxos recorde para ETF de ouro e um dólar enfraquecido. Só em setembro, as entradas líquidas nos fundos de ouro somaram 17,3 mil milhões de dólares, de acordo com o World Gold Council.
O prolongamento do “shutdown” governamental nos EUA, que já dura há oito dias, intensificou o movimento de procura por segurança e atrasou a divulgação de indicadores económicos cruciais. O mercado antecipa agora uma redução de 25 pontos-base na taxa da Fed já na próxima reunião, seguida de novo corte em dezembro.
“O ouro a quebrar os 4.000 dólares não é apenas medo - é reequilíbrio”, comentou Charu Chanana, estratega da Saxo Bank, à Bloomberg. “Com dados económicos suspensos e cortes no horizonte, os rendimentos reais estão a ceder, enquanto as ações ligadas à inteligência artificial parecem esticadas. Os bancos centrais construíram a base para esta recuperação, mas o retalho e os ETF estão agora a impulsionar a próxima etapa", completa.
A procura por ouro é também impulsionada por conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia, bem como pela instabilidade política em França e no Japão. O banco central continua a ser um comprador líquido relevante, num movimento que o Goldman Sachs descreve como uma “mudança estrutural no comportamento de gestão de reservas”.
A instituição prevê que essa tendência se mantenha por pelo menos três anos e reviu em alta a projeção para dezembro de 2026 para 4.900 dólares por onça. A prata, por sua vez, segue a mesma trajetória e aproxima-se do seu máximo histórico de 49,51 dólares, beneficiando da escassez no mercado físico e da forte procura na Índia, segundo Suki Cooper, estratega do Standard Chartered.
Petróleo sobe com aumento limitado da produção da OPEP+ e queda das reservas dos EUA
Os preços do petróleo avançam esta quarta-feira, apoiados por um aumento mais contido do que o esperado na produção da OPEP+ e por sinais de recuo nas reservas no principal centro de armazenamento norte-americano.
Em Londres, o Brent valoriza 0,87% para 66,02 dólares por barril, enquanto o WTI avança 0,92% para 62,30 dólares.
A OPEP+ decidiu elevar as metas de produção para novembro em apenas 137 mil barris por dia, um valor inferior ao antecipado pelos analistas e visto como suficiente para travar uma correção mais acentuada dos preços. “O mínimo que a OPEP+ decidiu aumentar no domingo ainda ofereceu algum suporte ao mercado”, comentou Tamas Varga, analista da PVM, citado pela Reuters.
Apesar desse suporte, as perspetivas de excesso de oferta global continuam a limitar os ganhos. O Goldman Sachs prevê uma acumulação de 1,5 milhões de barris por dia no último trimestre e um excedente médio de dois milhões de barris diários entre o quarto trimestre de 2025 e o final de 2026, embora veja riscos de alta devido à queda da produção russa.
Segundo a Bloomberg, os preços também receberam impulso adicional depois de o American Petroleum Institute (API) ter reportado uma redução de 1,8 milhões de barris nas reservas de Cushing, o maior centro de armazenamento dos EUA, bem como uma diminuição nos produtos refinados. Ainda assim, as reservas nacionais de crude terão subido na última semana, permanecendo perto de mínimos sazonais.
No plano empresarial, a Exxon Mobil assinou novos acordos para retomar a exploração do campo petrolífero de Majnoon, no Iraque, após quase dois anos de ausência, segundo a Bloomberg.
Euro e iene no vermelho pela terceira sessão consecutiva
O euro e o iene estão a negociar no vermelho contra o dólar pela terceira sessão consecutiva. Apesar de o Governo norte-americano continuar em "shutdown", os investidores estão a mostrar-se mais preocupados com o impacto da crise política em França - com o prazo dado a Sébastien Lecornu para encontrar uma solução governativa a terminar esta quarta-feira - e a reagir a um possível aumento de gastos orçamentais no Japão, agora que Sanae Takaichi está mais próxima de assumir a liderança do país.
A dificuldade dos sucessivos executivos gauleses em encontrar uma solução para os elevados níveis de dívida pública, bem como uma possível maior necessidade de financiamento público japonês estão a aumentar o prémio de risco que os investidores exigem para comprar obrigações dos dois países - o que está a pressionar tanto o euro como o iene.
A esta hora, a moeda única europeia recua 0,21% para 1,1633 dólares, enquanto a "nota verde" avança 0,39% para 152,49 ienes. Já a libra contraria a tendência do euro e do iene e ganha face à divisa norte-americana, valorizando 0,08% para 1,3437 dólares.
A atenção dos investidores vira-se agora para a divulgação das atas da última reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed), que vão ser conhecidas ainda esta quarta-feira. Em setembro, o banco central decidiu cortar as taxas de juro de referência nos Estados Unidos - uma decisão que já era esperada pelo mercado, mas que acabou por não ser consensual dentro da autoridade. O governador Stephen Miran - que foi recentemente escolhido pelo Presidente Donald Trump para integrar o conselho - votou a favor de uma redução jumbo, ou seja, de 50 pontos-base.
O mercado de "swaps" antecipa um novo corte de 25 pontos base para a reunião realizada no final deste mês - e pelo menos mais três até ao final de 2026. "Esta flexibilização surge num momento em que a atividade económica não precisa, mas o mercado de trabalho talvez necessite", explica Atakan Bakiskan, economista da Berenberg, à Reuters, referindo-se à debilidade laboral que se tem registado no país no último ano.
Wall Street negoceia sem tendência definida. Investidores aguardam por atas da reunião de setembro da Fed
O “rally” dos ativos de risco norte-americanos começa a dar sinais de abrandamento, depois de na sessão de ontem os principais índices terem fechado em baixa, entre preocupações com potenciais sobreavaliações das cotadas. Ainda assim, os índices negoceiam esta tarde com ganhos contidos, sendo o Dow Jones o único a recuar, à medida que os investidores se viram para o esperado corte de juros da Reserva Federal (Fed) na sua reunião deste mês, o que, a confirmar-se, marcaria a segunda flexibilização deste ano.
O S&P 500 avança 0,11%, para os 6.722,09, o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,34% para os 22.865,31. Já o Dow Jones perde 0,11% para os 46.553,62.
Entre os investidores, tem crescido a preocupação de que os 16 biliões de dólares que “entraram” no S&P 500 desde as fortes quedas de abril, possa ter ido longe demais. Mas muitos investidores temem perder ganhos adicionais, sendo que a próxima temporada de resultados está já “à porta” e poderá servir para avaliar, inclusive, os avultados gastos que as empresas ligadas à inteligência artifical (IA) têm feito nesta área.
“Há sinais preocupantes na recuperação da IA, o que me lembra de 1997", disse à Bloomberg Gilles Guibout, da Axa Investment Managers. “A bolha [das dot.com] estourou em 2000, mas os gestores que se recusaram a acompanhar o 'rally', esperando corretamente que ela estourasse, perderam muito dinheiro para os seus clientes”, explica o especialista, que acrescenta que por agora é positivo manter o investimento, “mas com o dedo no botão de saída e manter a diversificação”.
Isto depois de anúncios de novos acordos e negócios na área da IA terem impulsionado os principais índices da maior economia mundial para máximos históricos, numa altura em que os investidores já equacionam uma nova redução dos juros diretores pela Fed na sua reunião deste mês.
Por agora, aguarda-se a divulgação da ata da última reunião da Fed sobre as taxas de juro – que levou à primeira flexibilização da política monetária nos EUA este ano -, divulgada esta quarta-feira. As minutas da reunião surgem numa altura em que o “shutdown” do Governo Federal dos EUA continua a privar o mercado de dados económicos essenciais para avaliar a saúde da economia.
Entre os movimentos do mercado, a Dell Technologies segue a ganhar mais de 3%, após a empresa ter elevado as suas projeções de vendas e lucros devido à procura por produtos de IA. Já a Advanced Micro Devices avança mais de 1% a esta hora, numa altura em que as ações da cotada sofrem uma forte recuperação na sequência do acordo multimilionário com a OpenAI. Já a Tesla recua 0,75%, depois de ontem ter apresentado a nova versão do Model Y.
Entre as “big tech”, a Nvidia ganha 1,88%, a Alphabet cai 0,007%, a Microsoft avança 0,33%, a Meta cede 0,45%, a Apple sobe 0,023% e a Amazon desvaloriza 0,11%.
Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,019%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,103%) e a 12 meses (2,216%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,103%, menos 0,003 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,216%, menos 0,007 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses caiu para 2,019%, menos 0,010 pontos do que na terça-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa avança com desanuviar em França a dar uma ajuda
As bolsas europeias seguem em terreno positivo esta quarta-feira, com exceção de Amesterdão, num dia em que o primeiro-ministro demissionário de França, Sébastien Lecornu, indicou que existe um "consenso" para que seja aprovado um Orçamento do Estado antes de 31 de dezembro e afastou o cenário de eleições antecipadas.
O índice pan-europeu Stoxx600 ganha 0,26%, para os 570,76 pontos, com as cotadas do setor mineiro a destacarem-se após o ouro superar a fasquia dos 4 mil dólares por onça. Em contrapartida, o setor automóvel é o mais castigado, em grande medida devido à BMW, que afunda mais de 8% após a fabricante automóvel alemã ter cortado o "guidance" para o ano devido ao fraco crescimento das vendas na China e custos decorrentes das tarifas impostas pelos EUA.
O parisiense CAC40 avança 0,42%, depois de dois dias em queda devido à crise política, enquanto o alemão DAX sobe 0,19%.
O espanhol IBEX35 lidera os ganhos com uma subida de 0,51%, enquanto por cá o PSI segue a valorizar 0,38%.
O italiano FTSEMib sobe 0,41% e o londrino FTSE100 avança 0,28%. Já em Amesterdão, o AEX cede 0,46%.
Juros da dívida da Zona Euro aliviam após desenvolvimentos em França
Os juros da dívida soberana da Zona Euro estão esta manhã a aliviar, sobretudo a rendibilidade da dívida gaulesa, numa altura em que os investidores procuram mais por obrigações do país, isto depois de o primeiro-ministro demissionário, Sébastien Lecornu, ter admitido que as conversas que manteve com diversos partidos mostram uma "vontade partilhada" de que exista um Orçamento do Estado aprovado até final do ano.
As palavras de Lecornu reduziram a possibilidade de que haja uma dissolução do Parlamento e eleições antecipadas.
Assim, os juros da dívida francesa a dez anos aliviam 4,2 pontos-base para 3,525%, enquanto os juros das "Bunds" alemãs com a mesma maturidade e de referência para a região, recuam 2 pontos base para 2,687%. Em Itália, a descida é de 3,8 pontos para 3,496%.
Na Península Ibérica, os juros da divida portuguesa perdem 2,7 pontos-base para 3,077%. No país vizinho, os juros também com maturidade a dez anos cedem 3 pontos para 3,224%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas estão a ceder 1,4 pontos base para 4,704%.
Dólar reforça-se com queda do iene e incerteza fiscal na Europa e na Ásia
O dólar volta a ganhar força esta quarta-feira, impulsionado pela fraqueza do iene e do euro, num contexto de incerteza orçamental e política tanto na Europa como na Ásia. O Dollar Index Spot sobe 0,33% para 98,899 pontos, aproximando-se do nível mais alto desde agosto.
O euro recua 0,38% para 1,1613 dólares, penalizado pelos receios em torno da situação política em França, enquanto a libra esterlina desce 0,18% para 1,3400 dólares. Já o franco suíço perde terreno, com o dólar a avançar 0,41% para 0,8015 francos. O iene lidera as perdas entre as principais divisas, com o dólar a subir 0,41% para 152,52 ienes, o nível mais alto em quase oito meses.
Segundo a Reuters, a valorização do dólar face ao iene reflete “o aumento da procura por ativos considerados mais seguros” num momento em que cresce o risco de um impasse prolongado no governo norte-americano e se intensificam as dúvidas sobre a orientação económica da nova liderança japonesa. Analistas da Capital Economics notaram que o Banco do Japão poderá “usar a pressão política do novo governo como oportunidade para adiar subidas de juros até janeiro”.
A Bloomberg reforça que o movimento foi alimentado por fundos de cobertura que “apostaram contra o euro e o iene”, à medida que preocupações orçamentais no Japão e em França enfraqueceram as respetivas moedas. “Apesar do impasse orçamental nos EUA, o mercado vê ironicamente os Estados Unidos como a ‘situação menos feia’”, observou Eugenia Fabon Victorino, estratega-chefe do Skandinaviska Enskilda Banken.
Com as atenções voltadas para a política monetária global, o mercado continua a antecipar um corte de 25 pontos-base pela Reserva Federal ainda este mês, segundo dados do CME FedWatch.
Petróleo sobe com cortes limitados da OPEP+ e foco em inventários dos EUA
Os preços do petróleo avançam esta quarta-feira, com os investidores a reagirem à decisão da OPEP+ de conter o aumento da produção e a acompanharem novos dados sobre inventários nos Estados Unidos. O Brent sobe 0,96% para 66,08 dólares por barril, enquanto o WTI avança 1,07% para 62,39 dólares.
De acordo com a Reuters, o mercado “afastou os receios de excesso de oferta” após o grupo decidir limitar a expansão da produção em novembro a 137 mil barris por dia, o nível mais baixo entre as opções em debate. “O mercado está num limbo de preços, com um lado a temer um possível excesso de oferta e o outro a acreditar que o aumento será mais lento do que se previa”, explicou Emril Jamil, analista sénior da LSEG Oil Research.
A Bloomberg acrescenta que o impulso também é sustentado por “um relatório misto sobre inventários norte-americanos”, com o Instituto Americano de Petróleo (API) a indicar uma queda de 1,8 milhões de barris em Cushing, Oklahoma, e recuos nos produtos refinados, embora as reservas totais de crude tenham subido ligeiramente.
Segundo analistas do ANZ Group, “até que o mercado físico mostre sinais de enfraquecimento através de inventários em alta, os investidores tenderão a desvalorizar o impacto do aumento da produção”. No entanto, os ganhos permanecem limitados, uma vez que os fluxos de crude russo continuam próximos de máximos de 16 meses, aliviando os receios de disrupções de oferta.
Nos EUA, a Administração de Informação Energética (EIA) prevê que a produção doméstica atinja um novo recorde este ano, apoiada pela expansão da oferta “offshore”. Já o Goldman Sachs mantém uma perspetiva mais negativa, estimando um excedente médio diário de dois milhões de barris desde este trimestre até 2026, o que poderá pressionar os preços, com o Brent a situar-se em média nos 56 dólares por barril em 2026.
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