Ouro supera quatro mil dólares. Juros da dívida da Zona Euro aliviam após desenvolvimentos em França
Europa avança com desanuviar em França a dar uma ajuda
Juros da dívida da Zona Euro aliviam após desenvolvimentos em França
Dólar reforça-se com queda do iene e incerteza fiscal na Europa e na Ásia
Petróleo sobe com cortes limitados da OPEP+ e foco em inventários dos EUA
Ouro supera os quatro mil dólares com ajuda do "shutdown"
Ações japonesas divididas. Europa aponta para perdas em dia "D" para França
Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,019%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,103%) e a 12 meses (2,216%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,103%, menos 0,003 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,216%, menos 0,007 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses caiu para 2,019%, menos 0,010 pontos do que na terça-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa avança com desanuviar em França a dar uma ajuda
As bolsas europeias seguem em terreno positivo esta quarta-feira, com exceção de Amesterdão, num dia em que o primeiro-ministro demissionário de França, Sébastien Lecornu, indicou que existe um "consenso" para que seja aprovado um Orçamento do Estado antes de 31 de dezembro e afastou o cenário de eleições antecipadas.
O índice pan-europeu Stoxx600 ganha 0,26%, para os 570,76 pontos, com as cotadas do setor mineiro a destacarem-se após o ouro superar a fasquia dos 4 mil dólares por onça. Em contrapartida, o setor automóvel é o mais castigado, em grande medida devido à BMW, que afunda mais de 8% após a fabricante automóvel alemã ter cortado o "guidance" para o ano devido ao fraco crescimento das vendas na China e custos decorrentes das tarifas impostas pelos EUA.
O parisiense CAC40 avança 0,42%, depois de dois dias em queda devido à crise política, enquanto o alemão DAX sobe 0,19%.
O espanhol IBEX35 lidera os ganhos com uma subida de 0,51%, enquanto por cá o PSI segue a valorizar 0,38%.
O italiano FTSEMib sobe 0,41% e o londrino FTSE100 avança 0,28%. Já em Amesterdão, o AEX cede 0,46%.
Juros da dívida da Zona Euro aliviam após desenvolvimentos em França
Os juros da dívida soberana da Zona Euro estão esta manhã a aliviar, sobretudo a rendibilidade da dívida gaulesa, numa altura em que os investidores procuram mais por obrigações do país, isto depois de o primeiro-ministro demissionário, Sébastien Lecornu, ter admitido que as conversas que manteve com diversos partidos mostram uma "vontade partilhada" de que exista um Orçamento do Estado aprovado até final do ano.
As palavras de Lecornu reduziram a possibilidade de que haja uma dissolução do Parlamento e eleições antecipadas.
Assim, os juros da dívida francesa a dez anos aliviam 4,2 pontos-base para 3,525%, enquanto os juros das "Bunds" alemãs com a mesma maturidade e de referência para a região, recuam 2 pontos base para 2,687%. Em Itália, a descida é de 3,8 pontos para 3,496%.
Na Península Ibérica, os juros da divida portuguesa perdem 2,7 pontos-base para 3,077%. No país vizinho, os juros também com maturidade a dez anos cedem 3 pontos para 3,224%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas estão a ceder 1,4 pontos base para 4,704%.
Dólar reforça-se com queda do iene e incerteza fiscal na Europa e na Ásia
O dólar volta a ganhar força esta quarta-feira, impulsionado pela fraqueza do iene e do euro, num contexto de incerteza orçamental e política tanto na Europa como na Ásia. O Dollar Index Spot sobe 0,33% para 98,899 pontos, aproximando-se do nível mais alto desde agosto.
O euro recua 0,38% para 1,1613 dólares, penalizado pelos receios em torno da situação política em França, enquanto a libra esterlina desce 0,18% para 1,3400 dólares. Já o franco suíço perde terreno, com o dólar a avançar 0,41% para 0,8015 francos. O iene lidera as perdas entre as principais divisas, com o dólar a subir 0,41% para 152,52 ienes, o nível mais alto em quase oito meses.
Segundo a Reuters, a valorização do dólar face ao iene reflete “o aumento da procura por ativos considerados mais seguros” num momento em que cresce o risco de um impasse prolongado no governo norte-americano e se intensificam as dúvidas sobre a orientação económica da nova liderança japonesa. Analistas da Capital Economics notaram que o Banco do Japão poderá “usar a pressão política do novo governo como oportunidade para adiar subidas de juros até janeiro”.
A Bloomberg reforça que o movimento foi alimentado por fundos de cobertura que “apostaram contra o euro e o iene”, à medida que preocupações orçamentais no Japão e em França enfraqueceram as respetivas moedas. “Apesar do impasse orçamental nos EUA, o mercado vê ironicamente os Estados Unidos como a ‘situação menos feia’”, observou Eugenia Fabon Victorino, estratega-chefe do Skandinaviska Enskilda Banken.
Com as atenções voltadas para a política monetária global, o mercado continua a antecipar um corte de 25 pontos-base pela Reserva Federal ainda este mês, segundo dados do CME FedWatch.
Petróleo sobe com cortes limitados da OPEP+ e foco em inventários dos EUA
Os preços do petróleo avançam esta quarta-feira, com os investidores a reagirem à decisão da OPEP+ de conter o aumento da produção e a acompanharem novos dados sobre inventários nos Estados Unidos. O Brent sobe 0,96% para 66,08 dólares por barril, enquanto o WTI avança 1,07% para 62,39 dólares.
De acordo com a Reuters, o mercado “afastou os receios de excesso de oferta” após o grupo decidir limitar a expansão da produção em novembro a 137 mil barris por dia, o nível mais baixo entre as opções em debate. “O mercado está num limbo de preços, com um lado a temer um possível excesso de oferta e o outro a acreditar que o aumento será mais lento do que se previa”, explicou Emril Jamil, analista sénior da LSEG Oil Research.
A Bloomberg acrescenta que o impulso também é sustentado por “um relatório misto sobre inventários norte-americanos”, com o Instituto Americano de Petróleo (API) a indicar uma queda de 1,8 milhões de barris em Cushing, Oklahoma, e recuos nos produtos refinados, embora as reservas totais de crude tenham subido ligeiramente.
Segundo analistas do ANZ Group, “até que o mercado físico mostre sinais de enfraquecimento através de inventários em alta, os investidores tenderão a desvalorizar o impacto do aumento da produção”. No entanto, os ganhos permanecem limitados, uma vez que os fluxos de crude russo continuam próximos de máximos de 16 meses, aliviando os receios de disrupções de oferta.
Nos EUA, a Administração de Informação Energética (EIA) prevê que a produção doméstica atinja um novo recorde este ano, apoiada pela expansão da oferta “offshore”. Já o Goldman Sachs mantém uma perspetiva mais negativa, estimando um excedente médio diário de dois milhões de barris desde este trimestre até 2026, o que poderá pressionar os preços, com o Brent a situar-se em média nos 56 dólares por barril em 2026.
Ouro supera os quatro mil dólares com ajuda do "shutdown"
O preço do ouro quebrou esta quarta-feira a barreira dos quatro mil dólares por onça, com os investidores a procurarem refúgio devido a preocupações com a economia dos EUA e o "shutdown" que ainda decorre nos Estados Unidos a serem os mais recentes catalisadores.
A onça de ouro chegou a subir 1,36%, tocando o máximo histórico de 4.039,05 dólares, antes de aliviar ligeiramente. Neste momento, o preço do metal amarelo no mercado à vista (spot) é de 4,032,73 dólares por onça, uma valorização de 1,2%.
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Ações japonesas divididas. Europa aponta para perdas em dia "D" para França
As praças asiáticas recuaram - enquanto o Shangai Composite, na China, e o sul coreano Kospi continuam encerrados para feriado nacional -, numa altura em que o mercado levanta novas preocupações quanto ao "shutdown" nos EUA, que caminha para o oitavo dia, bem como está mais cauteloso quanto à sobrevalorização das ações de tecnologia e inteligência artificial (IA), alimentando dúvidas sobre os milhões investidos em IA e o ritmo dos recentes ganhos no setor.
O iene voltou a recuar para mínimos de fevereiro, ainda pressionado pela vitória inesperada de Sanae Takaichi à frente do Partido Liberal Democrata do Japão. Com esta vitória, os "traders" reduziram ainda as suas expectativas quanto a um aumento da taxa de juro pelo banco central do país. A conter os ânimos estão os dados salariais do país, que subiram no ritmo mais lento em três meses e os rendimentos reais estenderam as quedas.
Assim, o índice que agrega as principais praças asiáticas, o MSCI da Ásia-Pacífico, perdeu 0,8%, distanciando-se de máximos de quatro anos e meio tocados esta terça-feira, acompanhando o movimento de queda de Wall Street da última sessão.
Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,75% para 26.754,26 pontos. No Japão, o Nikkei 225 cede 0,44% para 47.741,90 pontos e, em contraciclo, o Topix sobe 0,2% para 3.233,94 pontos.
Do lado de lá do Atlântico, as ações de tecnologia perderam terreno, à medida que crescem preocupações de que o aumento de 16 biliões de dólares em relação aos mínimos de abril tivesse ido longe demais. A queda ocorreu enquanto se analisa as elevadas avaliações sobre a inteligência artificial, com alguns investidores preocupados que o excesso de otimismo pudesse fazer lembrar os excessos que levaram à quebra das dotcom, há 25 anos.
"Os mercados estão a recuperar-se há algum tempo, então uma retração é normal", disse Vey-Sern Ling, da Union Bancaire Privee, à Bloomberg. "A IA é o tema central dos mercados agora, portanto, a próxima época de resultados será novamente crucial para os investidores validarem suas suposições, agora hiper-otimistas", acrescentou.
Ainda ontem, o bilionário Ray Dalio expressou reservas quanto à recente escalada das ações, impulsionando preocupações com uma bolha de IA. Kyle Rodda, analista da Capital.com, considera que, embora estas preocupações sejam legítimas e um risco está sempre presente, não houve nenhuma informação nova que tenha surgido durante a noite para realmente ameaçar o mercado.
Na Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 apontam para ligeiras quedas, enquanto o euro continua sob pressão, após a demissão do primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, na segunda-feira, que ditou mais um período de instabilidade política em França. Esta quarta-feira marca o fim do prazo dado por Emmanuel Macron ao PM demissionário, para tentar arranjar uma solução governativa para viabilizar o Orçamento do Estado de 2026. Macron enfrenta uma crescente pressão para se demitir ou realizar eleições antecipadas.
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