Tecnologia e retalho levam Europa ao verde. Petróleo recua 4%

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
petroleo crude plataforma
Lucy Nicholson/Reuters
Sílvia Abreu e Diogo Mendo Fernandes 08 de Janeiro de 2024 às 17:48
Últimos eventos
Europa aponta para quedas antes de dados na Zona Euro. China lidera perdas na Ásia

As bolsas europeias apontam para um início de sessão em terreno negativo, num dia em que será conhecida a leitura final da confiança dos consumidores na Zona Euro em dezembro e dados das vendas a retalho em novembro. A perspetiva é que estes ofereçam pistas sobre o estado da recuperação económica na região.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 cedem 0,2%.

Na Ásia, a negociação fechou no vermelho, pressionada sobretudo pelo desempenho dos índices chineses. Isto numa altura em que aumentam as preocupações quanto a regulação mais dura no setor de jogos online e de que os esforços de Pequim para impulsionar a economia sejam insuficientes.

O Hang Seng, em Hong Kong, caiu 2,04% e o Shanghai Composite cedeu 1,42%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi desvalorizou 0,4%. No Japão, as bolsas estiveram encerradas devido a feriado.

As cotadas que mais penalizaram o índice MSCI Asia Pacific foram a Tencent (-1,78%), a Alibaba (-1,95%) e a Meituan (-5,14%), todas elas empresas chinesas.

Apesar do "rally" registado nos últimos dois meses de 2023, o sentimento dos investidores quanto à China mantém-se pessimista, afirmaram os analistas do Nomura Group, numa nota de "research" a que a Bloomberg teve acesso. 

"Na China, existiram mais sinais de apoio à economia, mas os investidores em ações ainda não aparentam estar convencidos", referiram.

Petróleo cai após corte dos preços da Arábia Saudita

Os preços do petróleo estão a cair, depois de a Arábia Saudita ter cortado os preços de venda para todas as regiões. A decisão vem dar força a um "outlook" já pessimista para o mercado global e ofusca as preocupações quanto a um aumento das tensões no Mar Vermelho e a disrupção no fornecimento de crude na Líbia.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desliza 0,83% para 73,2 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, perde 0,75% para 78,17 dólares por barril. 

O petrolífera pública saudita Aramco baixou os preços do barril Arab Light para a Ásia em dois dólares, devido a uma redução persistente da procura no mercado. 

O "ouro negro" inicia a semana em queda, depois de na semana passada ter subido mais de 1%. Isto depois de um ano marcado pela primeira perda anual desde 2020, impulsionado pelo aumento do fornecimento em países externos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados – o chamado grupo OPEP+ - e preocupações de que o crescimento da procura irá abrandar este ano. 

O "ouro negro" inicia a semana em queda, depois de na semana passada ter subido mais de 1%. Isto depois de um ano marcado pela primeira perda anual desde 2020, impulsionado pelo aumento do fornecimento em países externos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados – o chamado grupo OPEP+ - e preocupações de que o crescimento da procura irá abrandar este ano. 

Dólar mais forte penaliza ouro

O ouro está a desvalorizar, pressionado por um dólar mais forte antes de serem conhecidos novos dados relativos à inflação. Isto porque, sendo o metal precioso cotado na nota verde, torna-se menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.

O ouro spot cede 0,85% para 2.028,09 dólares por onça. Noutros metais, o paládio cai 2,19% para 1.009,29 dólares e a platina desvaloriza 0,93% para 955,18 dólares.

São conhecidos esta segunda-feira os dados das expectativas dos consumidores quanto à inflação relativos a dezembro. Com a subida dos preços a abrandar de forma continuada, espera-se que os norte-americanos antecipem níveis de inflação mais baixos do que os 3,4% indicados em novembro. E um recuo da inflação poderá dar força ao dólar, uma vez que mostraria que a luta da Reserva Federal (Fed) dos EUA contra o aumento dos preços está a ter efeito.

Depois de na semana passada ter sido conhecido a economia norte-americana voltou a criar mais empregos do que o esperado em dezembro - mostrando-se resiliente -, os investidores querem sinais que permitam antecipar quando irá o banco central começar a cortar os juros.

No mercado câmbial, o euro perde 0,12% para 1,0930 dólares. 

O mercado conhece hoje a leitura final da confiança dos consumidores na Zona Euro, em dezembro, e as vendas a retalho, em novembro, o que, se positivo, poderá dar força à moeda única europeia.

 

Juros agravam-se na Zona Euro antes de novos dados na região

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se, o que sinaliza uma menor aposta dos investidores nas obrigações. Isto num dia em que aguardam a divulgação da leitura final da confiança dos consumidores na região em dezembro, assim como os dados das vendas a retalho relativos a novembro.

A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos sobe 2,6 pontos base para 2,806% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, aumenta 2 pontos para 2,173%.

Os juros da dívida italiana e espanhola, também a dez anos, agravam-se 2,9 pontos base para 3,872% e 3,168%, respetivamente. Já a rendibilidade da dívida pública francesa soma 2,1 pontos base para 2,716%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aumentam 3,1 pontos base para 3,814%.

A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos sobe 2,6 pontos base para 2,806% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, aumenta 2 pontos para 2,173%.

Os juros da dívida italiana e espanhola, também a dez anos, agravam-se 2,9 pontos base para 3,872% e 3,168%, respetivamente. Já a rendibilidade da dívida pública francesa soma 2,1 pontos base para 2,716%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aumentam 3,1 pontos base para 3,814%.

Maré vermelha domina arranque na Europa

As bolsas europeias abriram no vermelho, depois de a primeira semana do ano ter terminado com perdas. Os investidores aguardam esta segunda-feira por dados da confiança dos consumidores na Zona Euro, assim como das vendas a retalho em novembro, na expectativa de obter pistas sobre quais os próximos passos do Banco Central Europeu (BCE). 

O Stoxx 600, referência para a região, desvaloriza 0,65% para 473,29 pontos, depois de na semana passada ter registado o pior desempenho semanal desde outubro. Dos 20 setores que compõem o índice, o do petróleo & gás é o que mais perde (-1,99%), penalizado pelo corte dos preços por parte da Arábia Saudita para todas as regiões, seguido pelo dos recursos naturais (-1,51%).

Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 cai 0,35%, o francês CAC-40 cede 0,24%, o espanhol Ibex 35 perde 0,74%, o italiano FTSE Mib recua 0,68%, o britânico FTSE 100 desliza 0,63% e o AEX, em Amesterdão, cede 0,4%.

As atenções dos investidores viram-se agora para os dados económicos, como a leitura da inflação nos Estados Unidos, na quinta-feira, na tentativa de obter pistas sobre quais os próximos passos dos bancos centrais. 

Apesar de o otimismo quanto a um alívio da política monetária - que levou a um "rally" das ações nos últimos meses de 2023 - ter diminuído, os mercados continuam a incorporar um corte já em março. 

Michael Hewson, analista da CMC Markets, e não tem dúvidas de que os bancos centrais vão começar a descer os juros, sendo a questão em torno de quando deverá isso acontecer. "Esta semana deverá oferecer um melhor noção de quando poderá ocorrer. O risco principal é o de os mercados estarem a ser prematuros ao assumir que será em março", afirmou, em declarações à Bloomberg.

Euribor descem a três meses e sobem a seis e a 12 meses

A taxa Euribor desceu hoje a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a sexta-feira e permaneceu abaixo de 4% nos três prazos.

Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que recuou para 3,925%, ficou abaixo da taxa a seis meses (3,929%) e acima da de 12 meses (3,616%).

A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, avançou hoje para 3,616%, mais 0,032 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, também avançou hoje, para 3,929%, mais 0,017 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses desceu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,925%, menos 0,011 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de dezembro, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela segunda vez (consecutiva) desde 21 de julho de 2022.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a primeira deste ano, realiza-se em 25 de janeiro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Wall Street abre mista. Boeing desvaloriza quase 9%

Os principais índices em Wall Street abriram mistos, numa altura em que permanece elevada a incerteza sobre quando a Reserva Federal (Fed) norte-americana poderá proceder aos primeiros cortes das taxas de juro diretoras.

Os investidores estão particularmente atentos às ações da Boeing, que perde 8,8% até aos 227,06 dólares, depois de a Administração Federal da Aviação (FAA) dos Estados Unidos ter impedido temporariamente vários aviões 737 MAX 9 de voar por estarem ligados a um acidente numa aeronave da Alaska Airlines.

O Dow Jones cai 0,39% nos 37.320,23 pontos. Já o S&P 500 avança 0,17%, para os 4.705,28 pontos, e o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,43% até aos 14.586,86 pontos.

Os três índices interromperam na semana passada nove semanas de ganhos consecutivos.

A centrar atenções está ainda a Apple, que avança 0,38%, depois de a marca ter anunciado que vai lançar, a 2 de fevereiro, os óculos de realidade virtual Vision Pro, com a pré-venda a começar a partir de 19 de janeiro.

Ouro perde e dólar desvaloriza. Investidores aguardam inflação nos EUA

O ouro está a desvalorizar, dando continuidade às perdas esta manhã, numa altura em que o dólar vai também registando perdas.

O metal amarelo perde 0,72% para 2.030,67 dólares por onça.

No mercado cambial, a divisa norte-americana retomou as quedas. Os investidores aguardam uma leitura da inflação nos Estados Unidos na próxima quinta-feira, que poderá ajudar a prever quando poderão começar os primeiros cortes de juros pela Reserva Federal.

O dólar recua 0,22% para 0,9119 euros, enquanto o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais -  desce 0,19% para os 102,213 pontos.

Corte no preço pela Arábia Saudita coloca petróleo a perder 4%

Os preços do petróleo estão a negociar em forte baixa esta segunda-feira, depois de a Arábia Saudita ter anunciado cortes nos preços de venda desta matéria-prima para o mercado asiático. Esta decisão vai assim ofuscando receios de um escalar das tensões geopolíticas no Médio Oriente.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desvaloriza 4,39% para 70,57 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, perde 3,78% para 75,78 dólares por barril.

Este domingo a Saudi Aramco optou por reduzir o preço oficial de venda do crude "Arab Light" para a Ásia em dois dólares, colocando-o no valor mais baixo desde novembro de 2021. A justificação foi de uma redução persistente na procura neste mercado.

"A Arábia Saudita está a sinalizar que quer permanecer competitiva no mercado e que não está disposta a reduzir de forma unilateral o seu volume", explicou à Reuters o analista Bjarne Schieldrop do banco sueco SEB.

Apesar da queda o potencial para perdas de maior dimensão é limitado, uma vez que o conflito em Gaza e as disrupções nos campos petrolíferos na Líbia continuam a ser fontes de tensão geopolítica.

"Há, definitivamente, demasiado crude no mercado", disse à Bloomberg Francisco Blanch, responsável global de 'commodities' e de derivados do Bank of America.

"A procura está a desacelerar, tivemos um aumento muito muito acentuado das taxas de juro que tem desacelerado muito a economia. Esssa combinação é o que está a pressionar os preços", acrescentou.

Juros aliviam na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram esta segunda-feira, num dia em que as bolsas europeias também negociaram em terreno positivo.

Os juros da dívida portuguesa a dez anos cederam 1,9 pontos base para 2,761%. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, recuou 2,1 pontos para 2,133%.

A rendibilidade da dívida espanhola cedeu 2,8 pontos base para 3,111%, ao passo que os juros da dívida italiana e francesa recuaram 3 pontos para 3,812% e 2,665%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aliviaram 1,6 pontos base para 3,767%.

Tecnologia e retalho levam Europa ao verde

Os principais índices europeus terminaram a primeira sessão da semana em alta, com as tecnológicas e as retalhistas a comandarem os ganhos, o que mais do que compensou a queda nas energéticas. Os investidores aguardam, ao longo da semana, dados da inflação que possam fornecer mais clareza sobre o caminho da política monetária a seguir pelos bancos centrais.

O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, somou 0,38% para 478,18 pontos. A registar os maiores ganhos, acima de 1%, estiveram o setor automóvel, o da tecnologia e o do retalho, enquanto que o de petróleo e gás desvalorizou mais de 2,5%.

Entre os principais movimentos de mercado a Shell caiu mais de 3%, depois de a empresa ter revelado que espera que os lucros provenientes da compra e venda de petróleo e derivados seja menor do que o esperado no quarto trimestre do ano.

Pela positiva, a ASML subiu quase 1,5%, depois de a Kepler Chevreux ter subido a recomendação relativamente à empresa de "chips" holandesa.

Já as transportadoras marítimas Maersk e Hapag Lloyd acabaram por desvalorizar entre 5% a 10%, depois de ter sido noticiado pela ShippingWatch que algumas das maiores transportadores chegaram a acordo com as milícias houthis do Iémen para a passagem pelo Mar Vermelho. No entanto, esse acordo foi negado pelas duas empresas.

As ações destas duas transportadoras têm valorizado nas últimas sessões face a um cenário em que o impedimento de passagem pelo Mar Vermelho e pelo Canal do Suez levaria a um aumento das taxas de transporte.

"As ações caíram na primeira semana do ano e a razão mais plausível foi porque subiram muito no último ano e houve alguma retirada de mais-valias", disse á Reuters o analista Chris Beauchamp da IG.

"Agora que isso terminou, até determinado ponto, há uma possibilidade de uma recuperação, depois de um início de ano miserável", completou.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,74%, o francês CAC-40 valorizou 0,4%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,42%, o britânico FTSE 100 avançou 0,06% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,44%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,05%.

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