Bolsas europeias iniciam sessão entre avanços e recuos
Bolsas europeias iniciam sessão entre avanços e recuos
Juros europeus agravam-se. França é exceção
Iene cai para mínimos de oito meses face ao dólar
Ouro recua ligeiramente após recorde histórico acima dos 4.000 dólares
Petróleo estável com investidores entre cessar-fogo em Gaza e impasse na Ucrânia
"IA continua intacta". Ações chinesas regressam de feriados em recordes
Euribor sobe a três e a seis meses e desce a 12 meses
A taxa Euribor subiu esta quinta-feira a três e a seis meses e desceu a 12 meses em relação a quarta-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,025%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,104%) e a 12 meses (2,209%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,104%, mais 0,001 pontos do que na quarta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,209%, menos 0,007 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses avançou para 2,025%, mais 0,006 pontos do que na quarta-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Bolsas europeias iniciam sessão entre avanços e recuos
As principais bolsas europeias evoluem de forma mista esta quinta-feira, num movimento de consolidação após as fortes valorizações da véspera e em linha com a cautela dos investidores perante a situação política em França e as perdas no setor bancário.
O índice pan-europeu Stoxx 600 recua 0,18% para 572,77 pontos, depois de ter fechado na quarta-feira em máximos históricos.
Entre os principais índices da Europa, o alemão DAX sobe 0,12% para 24.626,15 pontos, seguido de Amesterdão que regista um aumento de 0,18% para 962,35. O PSI soma 0,64% para 8.201,03 pontos. Em França, o CAC-40 desliza 0,03% para 8.057,75, penalizado pelo setor bancário e pela incerteza em torno da formação de um novo governo em França, embora as declarações de Emmanuel Macron, que prometeu nomear um novo primeiro-ministro até sexta-feira, tenham ajudado a conter perdas.
Por sua vez, Itália recua 0,26% para 43.371,44 pontos e o FTSE 100 de Londres diminui 0,34% para 9.515,99 pontos.
De acordo com a Bloomberg, o desempenho mais fraco dos bancos deve-se em particular ao HSBC, que afunda mais de 6,5% em Londres após anunciar planos para privatizar a sua unidade Hang Seng Bank em Hong Kong, pesando sobre o setor financeiro. A Reuters acrescenta que o índice bancário europeu recua cerca de 1,2%, também penalizado pelo Lloyds, que desce 3,4% após alertar para provisões adicionais ligadas ao crédito automóvel.
Em contrapartida, os setores mineiro e tecnológico destacam-se pela positiva. O índice de matérias-primas básicas sobe 0,66%, impulsionado pela valorização dos preços do cobre e do minério de ferro, enquanto o setor tecnológico avança 0,06%, apoiado pela Alten, que ganha terreno após anunciar mudanças na sua estrutura de gestão. Os maiores avanços acontecem também nos setores do petróleo e gás (+0,54%), químicas (+0,41), telecomunicações (+0,36%) e “utilities” (+0,31%).
Juros europeus agravam-se. França é exceção
Os juros da dívida soberana europeia apresentam esta quinta-feira uma evolução mista, com agravamentos em praticamente toda a linha com a exceção de França, que regista um alívio.
A rendibilidade das “bunds” alemãs, referência para a região, avança 0,7 pontos base para 2,684%. Já em Itália, os juros sobem ligeiramente 0,2 pontos base para 3,476%, enquanto em Espanha o aumento é de 0,3 pontos para 3,217%. Em Portugal, a dívida a dez anos mantém-se estável, com os juros inalterados em 3,067%.
Em França, a dívida a dez anos recua 1,2 pontos base para 3,500%, prolongando o movimento de descida iniciado na quarta-feira, com o alívio das tensões políticas a continuar a sustentar a procura por obrigações francesas.
Fora da Zona Euro, as “gilts” britânicas voltam a subir, com a rendibilidade a dez anos a avançar 0,8 pontos base para 4,716%.
Iene cai para mínimos de oito meses face ao dólar
O dólar está a ganhar ligeiramente face às outras divisas, após uma valorização significativa esta semana, que o colocou no caminho para o melhor desempenho em quase um ano, impulsionado pela fraqueza do iene, que tem enfrentado dificuldades durante a mudança de liderança do partido do Governo no Japão.
Durante a noite, a divisa nipónica caiu para mínimos de oito meses face ao dólar, nos 153 ienes. Esta manhã, o dólar avança ainda 0,28% para 153,11 ienes. A moeda japonesa já caiu mais de 3% na semana, registando o pior desempenho desde setembro de 2024.
"No curto prazo, a confirmação de Takaichi como primeira-ministra do Japão e a próxima reunião do Banco do Japão (Boj) em outubro podem ser o próximo catalisador para uma maior fraqueza do iene japonês, especialmente se Takaichi reforçar as suas visões moderadas sobre a política fiscal e monetária, e o Boj sinalizar que pode não aumentar as taxas de juros no curto prazo", disse Carol Kong, estratega de câmbio do Commonwealth Bank of Australia, à Reuters.
Os mercados estão ainda a pesar risco político no Japão e em França, além de uma paralisação prolongada do governo dos EUA, o que pouco fez para aumentar a confiança dos investidores, que migram para outros ativos como o ouro.
O euro também negoceia contido devido ao agravamento da crise política na França, após a surpreendente demissão do primeiro-ministro Sébastien Lecornu e do seu Governo, embora o presidente Emmanuel Macron deva nomear um novo primeiro-ministro nas próximas 48 horas, evitando a dissolução do parlamento.
Até agora, o euro perde 0,8% na semana. Esta manhã, perde 0,15% para 1,1610 dólares. Já o índice do dólar DXY sobe 0,12% para 99,034 pontos, suportado pela fraqueza do euro e do iene.
Ouro recua ligeiramente após recorde histórico acima dos 4.000 dólares
O ouro interrompe esta quinta-feira a sua corrida histórica, recuando ligeiramente após ter superado pela primeira vez a fasquia dos 4.000 dólares por onça, numa pausa atribuída à realização de mais-valias e ao alívio momentâneo nas tensões geopolíticas.
A esta hora, o ouro desce 0,27% para 4.031,32 dólares por onça, enquanto a prata recua 1,28% para 48,35 dólares e a platina avança 0,27% para 1.661,26 dólares.
De acordo com a Reuters, o metal precioso “faz uma pausa após uma corrida impulsionada pela procura de refúgio seguro e pelas expectativas de novos cortes nas taxas de juro norte-americanas”. Na quarta-feira, o ouro atingiu o máximo histórico de 4.059,05 dólares.
A perspetiva de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediado pelos Estados Unidos, também contribuiu para a correção, ao reduzir temporariamente o prémio de risco geopolítico. “Não se pode ignorar a importância do acordo de fase um entre Israel e o Hamas, mas é provavelmente apenas uma boa desculpa para realização de mais-valias após um novo recorde”, comentou Kyle Rodda, analista da Capital.com.
A Bloomberg acrescenta que o ouro “mantém-se perto de máximos históricos”, mas enfrenta “risco de correções técnicas” depois de um mês em território sobrecomprado. Segundo Manav Modi, analista da Motilal Oswal Financial Services, “a tomada de lucros e as notícias sobre o cessar-fogo podem agora pesar sobre o ouro”.
Ainda assim, o sentimento permanece positivo. O metal continua a beneficiar de expectativas de cortes de 25 pontos-base pela Reserva Federal em outubro e dezembro, com probabilidades de 93% e 78%, respetivamente, segundo o CME FedWatch. “Todos os fundamentais continuam a apontar para cima”, reforçou Rodda.
Petróleo estável com investidores entre cessar-fogo em Gaza e impasse na Ucrânia
Os preços do petróleo mantêm-se praticamente inalterados esta quinta-feira, com os investidores atentos ao acordo de cessar-fogo em Gaza, que pode aliviar tensões no Médio Oriente. Também na Ucrânia, as conversações de paz parecem estagnadas, mantendo-se as sanções sobre Moscovo e as limitações às exportações russas.
A esta hora, o Brent sobe 0,05% para 66,30 dólares por barril, enquanto o WTI avança igualmente 0,05% para 62,58 dólares.
Segundo a Reuters, o anúncio de um cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, mediado pelos Estados Unidos, trouxe algum alívio ao mercado, embora a cautela persista. “O diabo está sempre nos detalhes e evitaria especular neste momento devido aos muitos falsos arranques que já vimos no passado”, afirmou Claudio Galimberti, economista-chefe da Rystad Energy.
Apesar do acordo, analistas consideram improvável que haja impacto imediato na oferta de petróleo. Michael McCarthy, CEO da Moomoo Austrália e Nova Zelândia, lembrou que “a OPEP+ ainda não atingiu as suas metas de aumento de produção”, o que mantém alguma rigidez no abastecimento global.
A organização e os seus aliados acordaram no domingo um aumento de produção para novembro inferior ao esperado, ajudando a aliviar preocupações com excesso de oferta.
Os preços tinham subido cerca de 1% na quarta-feira, atingindo máximos de uma semana, depois de os investidores interpretarem o impasse nas negociações entre Kiev e Moscovo como sinal de que as sanções ao segundo maior exportador mundial deverão manter-se “por algum tempo”. “Enquanto a guerra na Ucrânia continuar, o prémio de risco geopolítico permanecerá elevado, pois a produção russa continua em risco”, reforçou Galimberti.
Nos Estados Unidos, o consumo interno de petróleo aumentou na última semana para 21,99 milhões de barris por dia, o nível mais alto desde dezembro de 2022, segundo dados da Energy Information Administration (EIA).
Por outro lado, analistas do JP Morgan referem que a procura global começou outubro com alguma moderação, com vários indicadores a apontarem para uma desaceleração. A procura média global situou-se em 105,9 milhões de barris por dia, acima do valor do ano passado, mas ligeiramente abaixo das estimativas do banco.
Mesmo assim, o ritmo de acumulação das reservas globais de crude e derivados abrandou, com um aumento de apenas 8 milhões de barris na última semana, sendo este o crescimento mais lento em mais de um mês.
"IA continua intacta". Ações chinesas regressam de feriados em recordes
As bolsas asiáticas terminaram a sessão desta quinta-feira com valorizações significativas, à boleia, mais uma vez, do otimismo em relação aos investimentos em inteligência artificial, onde os investidores parecem estar a redobrar as apostas.
O índice MSCI para as ações mundiais chegou a subir para perto do recorde de 4.356,33 pontos atingido no início da semana. Esta foi a nona vez em dez sessões que o índice subiu, liderado por empresas de tecnologia como o SoftBank Group, que escalou mais de 11%, um dia após a gigante japonesa anunciar um acordo para comprar a divisão de robótica da empresa de engenharia suíça ABB, num acordo de 5,4 mil milhões de dólares.
"O tema da IA continua intacto, já que vemos um novo fluxo de investimentos multimilionários a entrar no setor", escreveram analistas do JPMorgan numa nota citada pela Reuters. O banco norte-americano reviu ainda em alta as perspetivas de crescimento dos lucros no setor da tecnologia na próxima "earnings season" para 20,9%, face aos 15,9% apontados em junho.
Além disso, o iene japonês está a recuperar terreno após ter atingido o nível mais fraco em relação ao dólar desde fevereiro, gerando especulações sobre uma intervenção oficial, com a nomeação de uma nova líder do partido no poder, que está perto de se tornar na primeira-ministra do Japão.
O centro das atenções nesta sessão foram as ações chinesas, que voltaram de uma semana de pausa devido à chamada Semana Dourada. O Shangai Composite saltou 1,32% para 3.933,97 pontos e tocou um novo recorde durante a negociação: 3.936,576 pontos. Os investidores estão a ponderar se o entusiasmo renovado pela inteligência artificial, que ainda está a reagir às novidades com a OpenAI, pode superar os dados mais fracos dos gastos dos consumidores chineses no mês passado.
A China anunciou também esta quinta-feira a imposição imediata de controlos sobre as exportações de tecnologias ligadas às terras raras, reforçando a regulação num setor central nas tensões comerciais com os Estados Unidos.
Em Hong Kong, o Hang Seng marca a exceção, ao recuar 0,20% para 26.779,50 pontos. No Japão, o Nikkei 225 negociou em máximos históricos, ao subir 1,77% para 48.580,44 pontos, isto depois de novos dados terem mostrado que fundos offshore compraram um valor líquido de 2,5 biliões de ienes em ações japonesas na semana encerrada a 4 de outubro. O Topix avançou 0,68% para 3.257,77 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi continua encerrado devido a um feriado nacional.
Os ganhos nas ações asiáticas seguiram a tendência em Wall Street no dia anterior, que fecharam em novos máximos históricos. Os "traders" parecem estar a ignorar as preocupações com uma potencial bolha das tecnológicas, preferem concentrar-se na resiliência das empresas e nos novos cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal.
Na Europa, o Stoxx 600 iniciou a sessão a recuar ligeiramente, numa sessão em que o mercado deverá reagir ao acordo de paz entre Israel e Hamas, bem como aos novos desenvolvimentos da crise polítca em França.
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