Israel inicia preparativos para retirada. Reféns devem ser libertados segunda-feira
O acordo entre israelitas e o Hamas deverá ser assinado ainda esta quinta-feira, abrindo caminho para o recuo das forças israelitas. Contudo, exército alerta que Gaza ainda é uma zona de perigo.
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Poucas horas após ter divulgado o acordo entre Israel e o Hamas, Donald Trump anunciou na madrugada desta quinta-feira numa entrevista à Fox News que os reféns deverão ser libertados na próxima segunda-feira, passados pouco mais de dois anos dos ataques do 7 de outubro. O Presidente dos EUA foi também convidado pelo primeiro-ministro israelita para discursar no parlamento do país, no domingo.
Antes, na Truth Social, o Presidente dos EUA garantira que "todos os reféns serão libertados em breve e Israel retirará as suas tropas para uma linha acordada, como primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura e eterna", no âmbito da primeira fase do plano de paz de 20 pontos que propôs para o conflito. O anúncio foi recebido efusivamente pelas famílias, que se reuniram numa praça em Tel Aviv.
Donald Trump também garantiu que os EUA vão estar envolvidos nos esforços de manutenção de paz em Gaza, tendo adiantado antes que as forças israelitas vão retirar-se para uma linha estabelecida entre as partes, de forma a permitir a estabilização e reconstrução do território.
"Acreditamos que Gaza será um local muito mais seguro, reconstruído, e outros países da região ajudarão na sua reconstrução, pois possuem enormes riquezas e querem que isso aconteça. E nós estaremos envolvidos para ajudá-los a tornar isso um sucesso e para ajudar a manter a paz", referiu. “Isto é mais do que Gaza, é o início da paz no Médio Oriente”, acrescentou.
O plano de Trump inclui ainda o desarmamento do Hamas, assim como a formação de um governo de transição na Faixa de Gaza, mas a formação de um Estado palestiniano parece estar distante, continuando a ser rejeitada liminarmente pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afastou.
O acordi deverá ser assinado ainda esta quimta-feira após a aprovação pelo governo israelita. Benjamin Nethanyahu saudou o acordo como uma vitória diplomática.
Entretanto, Israel iniciou os preparativos para a retirada da faixa de Gaza, estabelecendo um protocolo para recuar para a linha que foi estabelecida para a retirada das tropas, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF).
O Exército garantiu ainda que continua destacado em Gaza e está preparado para "qualquer desenvolvimento operacional".
Contudo, Israel advertiu durante a madrugada que continua a cercar a cidade de Gaza, "para onde regressar é extremamente perigoso", depois de ter assinado com o Hamas um acordo para uma primeira fase do plano de paz na Faixa.
"A zona a norte de Wadi Gaza continua a ser considerada uma zona de combate perigosa", advertiu na rede social X o porta-voz das Forças de Defesa de Israel [IDF, na sigla inglesa] Avichay Adraee, alertando ainda os habitantes de Gaza para se manterem afastados do exército israelita.
"Para a vossa própria segurança, abstenham-se de regressar para norte ou de se aproximar das zonas onde as IDF estão estacionadas e a operar em qualquer ponto da Faixa, incluindo o sul e o leste da Faixa, até que sejam emitidas instruções oficiais", acrescentou.
Durante a noite, vários líderes mundiais saudaram o acordo de paz entre Israel e o Hamas anunciado pelo Presidente norte-americano, elogiando o fim iminente da guerra em Gaza e a libertação de reféns após dois anos de conflito.
*Com Lusa
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