Lecornu leva juros da dívida francesa a mínimos de dois meses
"Yield" da dívida francesa em mínimos de dois meses. Portugal abaixo dos 3%
Dólar cede a nova guerra comercial antes do discurso de Powell
Ouro paira perto de recordes e prata afasta-se de máximos
Petróleo desvaloriza pressionado por relatório da AIE e tensões comerciais entre Pequim e Washington
Wall Street de volta às perdas pressionado pelo "shutdown" e guerra comercial
Euribor desce a três e a 12 meses e sobe a seis meses
Tensões comerciais pesam sobre Europa. Setores automóvel e tecnológico pressionam
Juros aliviam na Zona Euro. "Yield" portuguesa abaixo dos 3%
Dólar resiste ao novo capítulo da guerra comercial. Euro em queda
Petróleo em queda com tensões comerciais e OPEP em foco
Ouro e prata recuam após atingirem novos máximos à boleia da guerra comercial
Tensões comerciais voltam a atirar Ásia ao tapete. Europa e Wall Street apontam para quedas
Europa fecha com maioria de perdas "de olho" em tensões comerciais
Os principais índices europeus fecharam com uma maioria de perdas nesta terça-feira, pressionados por um renovar das tensões comerciais entre Pequim e Washington, depois de a China ter ameaçado tomar novas medidas retaliatórias contra os EUA. Entretanto, os investidores mantiveram-se também atentos à instabilidade política em França.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – perdeu 0,37%, para os 564,54 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX caiu 0,62%, o espanhol IBEX 35 somou 0,29%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 0,22%, o francês CAC-40 cedeu 0,18%, o britânico FTSE 100 ganhou 0,10% e o neerlandês AEX recuou 0,25%.
O sentimento dos investidores piorou quando a China anunciou sanções a unidades norte-americanas de uma gigante sul-coreana do transporte marítimo, marcando a mais recente de uma série de retaliações entre as duas maiores economias mundiais.
“O nervosismo nos mercados foi aumentado pelas recorrentes divergências sobre tarifas e mostra que a segurança resultante é frágil”, disse à Bloomberg Guillermo Hernandez Sampere, da gestora de ativos MPPM. “Será necessário um acordo rápido [entre os EUA e a China] para não comprometer os ganhos anteriores do mercado”, acrescentou o especialista, aludindo aos recentes recordes dos mercados bolsistas.
Nesta linha, e à medida que se inicia a “earning season” do terceiro trimestre, estrategas do Deutsche Bank citados pela agência de notícias financeiras antecipam que os resultados das cotadas europeias registem um fraco crescimento, de apenas um dígito, suportado por um cenário macroeconómico favorável.
No que toca à instabilidade política em França, o índice CAC-40 conseguiu reduzir parte das perdas registadas ao longo do dia, depois de o primeiro-ministro Sébastien Lecornu ter anunciado que iria propor a suspensão da aplicação da reforma das pensões no país, sacrificando a medida numa tentativa final de alcançar a estabilidade política e a aprovação de um Orçamento do Estado para 2026, à medida que aguarda pela votação de duas moções de censura na quinta-feira, apresentadas por partidos da oposição.
Entre os setores, os mais expostos ao comércio, como o automóvel (-2,48%), o dos recursos naturais (-1,62%) e o industrial (-0,91%), registaram as desvalorizações mais expressivas. Por outro lado, as telecom (+1,77%) e o imobiliário (+0,62%), tiveram os maiores ganhos.
Quanto aos movimentos do mercado, a Ericsson disparou mais de 18% depois de ter reportado um aumento dos lucros e do fluxo de caixa no terceiro trimestre, com os resultados da empresa sueca de telecomunicações a superarem as expectativas do mercado. Já a Michelin caiu quase 9%, após a fabricante de pneus ter emitido uma revisão em baixa das projeções, devido ao seu desempenho muito mais fraco na América do Norte.
"Yield" da dívida francesa em mínimos de dois meses. Portugal abaixo dos 3%
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram de forma significativa esta terça-feira, com grande aversão ao risco a marcar a sessão, numa altura em que as tensões comerciais entre os EUA e a China, bem como o prolongamento do "shutdown" dos EUA, centram as atenções dos investidores, que recorrem a ativos seguros.
Em França, a procura por obrigações do país escalou, isto depois de Sébastien Lecornu, ainda primeiro-ministro francês, ter anunciado a suspensão da reforma do sistema de pensões até 2028, de forma a apoiar o Governo já em dificuldades.
Os juros da dívida francesa, com maturidade a dez anos, perderam 7,4 pontos base para 3,393%, marcando mínimos de dois meses e o maior alívio da região. Há, agora, mais otimismo de que o Governo possa conseguir alguma estabilidade, após a recente turbulência política no país.
A agência de dívida francesa, a Agence France Tresor, antecipa que sejam necessários 305,7 mil milhões de euros em financiamento em 2026, um aumento de oito mil milhões em relação aos valores esperados para este ano. A AFT disse também que irá emitir dívida a médio e a longo prazo de 310 mil milhões para cobrir o financiamento necessário para 2026.
Já os juros das "Bunds" alemãs também a dez anos, que servem de referência para a região, recuaram 2,6 pontos base para 2,609%. A queda dos juros da dívida francesa reduziu o "spread" sobre a "yield" da dívida alemã para até 79 pontos-base, nível visto pela última vez há quase um mês.
Pela Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa também a dez anos caíram do patamar dos 3%, deslizando 4,4 pontos base para 2,979%, enquanto a "yield" das obrigações espanholas perdeu igualmente 4,4 pontos para 3,134%. Por Itália, os juros da dívida a dez anos aliviaram 4,1 pontos para 3,391%.
Fora da Zona Euro, a tendência de alívio manteve-se, com os juros das "Gilts" britânicas a cederem 6,8 pontos base para 4,589%.
Dólar cede a nova guerra comercial antes do discurso de Powell
A moeda norte-americana está a recuar ligeiramente face às principais divisas, pressionada pelas novas trocas de acusações entre os EUA e a China sobre as tarifas e outras sanções. Além disso, os investidores estão à espera de obter novas pistas com o discurso do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, ao final do dia, sobre a trajetória da política monetária da maior economia do mundo. Tudo aponta para que a Fed corte os juros na reunião deste mês, em 25 pontos base.
Ainda assim, os analistas do ING, citados pela Bloomberg, dizem que o "status renovado" do dólar como um porto seguro e alguns momentos de subida do dólar - como esta manhã - podem sustentar a divisa no curto prazo.
O índice do dólar da DXY perde 0,08% para 99,186 pontos. O euro sobe 0,2% para 1,1592 dólares, e, face à divisa nipónica, a "nota verde" perde 0,2% para 151,98 ienes.
Já a libra cede face ao dólar e ao euro, depois de novos dados da economia britânica mostrarem que o crescimento dos rendimentos médios desacelerou ligeiramente nos três meses até agosto, sugerindo que o Banco da Inglaterra pode continuar a cortar as taxas de juro, embora a um ritmo muito cauteloso.
O dólar australiano é a divisa que lidera as perdas esta terça-feira, já que a moeda é pressionada pelos laços que tem com as duas maiores economias do mundo. O dólar australiano cai 0,52% para 0,6481 dólares dos EUA, o nível mais baixo em quase dois meses.
No Japão, a incerteza política tem limitado a valorização do iene. A corrida de Sanae Takaichi, líder do partido no poder, para se tornar na primeira mulher primeira-ministra do país, foi posta em causa na passada sexta-feira, quando o outro partido da coligação renunciou ao cargo.
Ouro paira perto de recordes e prata afasta-se de máximos
Os preços do ouro estão a subir esta tarde, ainda perto dos máximos históricos de 4.179,48 dólares atingidos esta madrugada. A sessão está a ser volátil para o metal amarelo, que, depois de tocar recordes, desceu durante alguns momentos durante a manhã.
A escalada de tensões entre os EUA e a China fez os investidores aumentarem o apetite por ativos refúgio. Pequim acusa a Casa Branca de estar a "abusar" nas sanções, ao passo que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, acusou o gigante asiático de estar a tentar prejudicar a economia global. O "shutdown" do governo dos EUA, que vai já no 14.º dia também contribui para a incerteza dos mercados. Esta terça-feira, será a oitava ronda de votação no Senado.
A esta hora, o metal amarelo sobe 0,36% para 4.148 dólares por onça, ainda antes do discurso do presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, no final do dia. Os investidores acreditam que o banco central dos EUA vai descer as taxas de juro na reunião deste mês. Se se concretizar, será o segundo corte consecutivo. A Fed anuncia a sua decisão a 29 de outubro.
Desde o início do ano, o ouro já valoriza 57%, à boleia das incertezas geopolíticas, as expectativas sobre taxas de juro, bem como as compras de bancos centrais.
Os analistas do Bank of America e do Société Générale antecipam agora que o ouro chegará aos 5 mil dólares em 2026.
Já a prata, que esta madrugada tocou o valor mais alto de sempre, nos 53,60 dólares por onça, recua esta tarde 0,34% para 50,26 dólares. Os analistas do Commerzbank, numa nota citada pela Reuters, dizem que o recuo reflete um mercado "aquecido", mas que a prata deverá manter-se em bons níveis se o ouro também continuar a subir.
Petróleo desvaloriza pressionado por relatório da AIE e tensões comerciais entre Pequim e Washington
Os preços do petróleo negoceiam em queda esta terça-feira, à medida que os “traders” seguem de perto as tensões comerciais entre Pequim e Washington, enquanto um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) levantou a possibilidade de um aumento da oferta e um enfraquecimento do crescimento da procura de crude no próximo ano.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde a esta hora 1,75% para os 58,45 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue igualmente a desvalorizar 1,75% para os 62,21 dólares por barril.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse na segunda-feira que o Presidente norte-americano, Donald Trump, continua empenhado em reunir-se com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul este mês, enquanto os dois blocos procuram atenuar as tensões comerciais entre si, após ameaças de imposição de tarifas.
Nesta linha, Pequim anunciou hoje sanções contra cinco subsidiárias ligadas aos EUA da construtora naval sul-coreana Hanwha Ocean, enquanto os EUA e a China começaram a cobrar taxas portuárias adicionais às empresas de transporte marítimo.
A AIE, por sua vez, mostrou num relatório que o mercado mundial de petróleo enfrenta um excedente no próximo ano de até 4 milhões de barris por dia, numa altura em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+), mas também os seus principais rivais, aumentam a produção do "ouro negro".
No seu relatório mensal divulgado na segunda-feira, a OPEP+ apresentou uma visão menos pessimista do que a AIE, afirmando que o défice de oferta no mercado petrolífero diminuiria em 2026, à medida que o cartel prossegue com os aumentos de produção previstos.
Wall Street de volta às perdas pressionado pelo "shutdown" e guerra comercial
As bolsas norte-americanas estão a recuar esta terça-feira, depois de ontem terem atingido máximos de maio, isto numa altura em que se estende o "shutdown" do Governo dos EUA, que os republicanos disseram que poderá vir a ser o mais longo da história. Além disso, a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo segue, depois de a China ter avisado que vai "lutar até ao fim" se a Casa Branca prosseguir com a tarifa de 100% sobre a importação de bens chineses.
Também esta manhã, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que a China está a tentar prejudicar a economia global, atingindo as cadeias de abastecimento mundiais, já que o gigante asiático impôs controlos abrangentes de exportações sobre as terras raras e minerais críticos. A escalada de tensões entre Pequim e Washington surge numa altura em que os analistas dizem que as ações estão sobrevalorizadas, após uma recuperação surpreendente esta segunda-feira.
Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe, disse, numa nota enviada ao Negócios, que "a pressão surge após Pequim criticar a expansão das sanções norte-americanas, classificando-a como um 'abuso'. O Ministério do Comércio chinês afirmou manter-se aberto ao diálogo, desde que Washington atue de boa-fé e reverta as medidas mais recentes. Segundo analistas em Pequim, grande parte da escalada atual poderia ter sido evitada se a administração Trump não tivesse imposto novas restrições no final de setembro, o que aumentou significativamente o número de empresas chinesas sujeitas a controlo de exportações. No geral, o sentimento de aversão ao risco domina o início da sessão, com os investidores a reduzirem exposição perante o risco de nova deterioração nas relações comerciais sino-americanas".
Neste contexto, o S&P 500 perde 1,08% para 6.583 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite recua 1,6% para 22.331,39 pontos e o industrial Dow Jones cede 0,9% para 45.647,04 pontos.
"A forte reversão mostra como o sentimento pode mudar rapidamente. Com as avaliações elevadas a tornarem já os mercados vulneráveis, espera-se que a volatilidade continue", disse Florian Ielpo, da Lombard Odier Investment Managers, à Bloomberg.
Numa pesquisa realizada em outubro pelo Bank of America, 54% dos investidores afirmaram que as avaliações das tecnológicas parecem estar exageradas, com preocupações sobre os preços das ações, que também estão em níveis recorde. Ainda assim, alguns estrategas disseram que são esperados episódios de volatilidade nas atuais avaliações, mas o ambiente, em geral, continua favorável para as ações.
"As guerras comerciais e as tarifas geram notícias e incerteza, mas vemos o impacto final como limitado", escreveu Mohit Kumar, da Jefferies International, à Bloomberg.
Entre os principais movimentos de mercado, todas as "sete magníficas" abriram a sessão com perdas: a Amazon recua 2,8%, a Apple perde 0,3%, a Alphabet e a Microsoft cerca de 1%, a Meta 1,5%, a Nvidia tomba 3,3% e a Tesla mergulha 2,5%.
Após apresentarem resultados do terceiro trimestre, o Goldman Sachs perde mais de 3% e o JPMorgan recua mais de 1%. Já o Citigroup sobe 0,33%.
Na ausência de dados económicos dos EUA durante a atual paralisação do Governo, os investidores vão concentrar-se nas declarações, ainda hoje, do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, e da governadora Michelle Bowman, à procura de novas pistas sobre as perspetivas futuras para as taxas de juro.
Euribor desce a três e a 12 meses e sobe a seis meses
A taxa Euribor desceu esta terça-feira a três e a 12 meses e subiu a seis meses em relação a segunda-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,021%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,106%) e a 12 meses (2,182%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,106%, mais 0,003 pontos do que na segunda-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor caiu, ao ser fixada em 2,182%, menos 0,019 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses caiu para 2,021%, menos 0,005 pontos do que na segunda-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Tensões comerciais pesam sobre Europa. Setores automóvel e tecnológico pressionam
Os principais índices europeus arrancaram a negociação pintados de vermelho, pressionados - mais uma vez - por uma escalada das tensões comerciais entre a China e os EUA. Apesar da retórica conciliadora adotada pelas duas partes durante o fim de semana, com os dois lados a mostrarem abertura para continuarem a negociar após Donald Trump ter ameaçado com tarifas adicionais de 100%, Pequim decidiu dar um passo atrás e introduzir sanções contra cinco subsidiárias da Hanwha Ocean com grandes ligações aos norte-americanos.
"O nervosismo nos mercados foi exacerbado pelas recorrentes divergências em torno das tarifas, que mostram como a segurança é frágil", explica Guillermo Hernandez Sampere, diretor de negociação da gestora de ativos MPPM, à Bloomberg. "Será necessário um acordo rápido para não comprometer os ganhos anteriores do mercado", acrescenta.
Sem um novo acordo no horizonte, e com a escalada da retórica das duas partes, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, recua 0,76% para 562,32 pontos. O índice está a ser pressionado principalmente pelo setor automóvel, tecnológico e industrial, num dia em que as ações ligadas às telecomunicações estão em alta.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 1,12%, o espanhol IBEX 35 retrai 0,33%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 1,20%, o francês CAC-40 recua 0,75%, o britânico FTSE 100 desliza 0,32% e o neerlandês AEX cai 0,62%.
Com as atenções viradas para os EUA e a China, os investidores vão ter ainda a oportunidade de examinar os resultados da banca norte-americana, que dá o pontapé de saída para a "earnings season" referente ao terceiro trimestre do ano. Entre os nomes de peso, contam-se o JPMorgan, BlackRock, Wells Fargo, Citi Group e Goldman Sachs, que irão divulgar contas hoje, seguindo-se o Bank of America e o Morgan Stanley na quarta-feira.
Entre as principais movimentações de mercado, a Ericsson salta 14,43% para 89,14 coroas suecas, após a cotada do setor das telecomunicações ter conseguido duplicar os lucros no terceiro trimestre do ano. Já a Michelin afunda 8,34% para 26,28 euros, após a empresa ter informado os investidores que o resultado líquido referente aos meses de julho a setembro deve ser inferior ao esperado, devido a um desempenho mais fraco no mercado norte-americano.
Juros aliviam na Zona Euro. "Yield" portuguesa abaixo dos 3%
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a negociar com alívios substanciais esta manhã, num dia marcado pelo renovar das tensões comerciais entre EUA e China, que está a afastar os investidores do risco e a levá-los a apostarem em ativos mais seguros - como é o caso do ouro e da prata, além das obrigações.
A esta hora, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, recuam 4,3 pontos base para 2,591%, enquanto a "yield" da dívida francesa com a mesma maturidade cede 3,4 pontos para 3,433%. O prémio de risco de deter dívida gaulesa em relação à alemã continua estável perto dos 84 pontos, depois de ter atingido máximos deste ano no rescaldo da demissão de Sébastien Lecornu de primeiro-ministro - tendo sido, entretanto, reconduzido no cargo, preparando-se para entregar um novo orçamento esta terça-feira.
Pela Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa também a dez anos caem do patamar dos 3%, deslizando 3,1 pontos base para 2,993%, enquanto a "yield" das obrigações espanholas perde 3 pontos para 3,148%. Por Itália, os juros da dívida a dez anos aliviam 2,3 pontos para 3,408%.
Fora da Zona Euro, mantém-se a tendência de alívio com os juros das "Gilts" britânicas a ceder 5,3 pontos base para 4,603%.
Dólar resiste ao novo capítulo da guerra comercial. Euro em queda
O dólar está a negociar no verde contra a maioria dos seus principais concorrentes, continuando numa trajetória de recuperação face às perdas do final da semana passada. Os avanços acontecem apesar das renovadas tensões comerciais entre EUA e China, além das expectativas em torno de dois cortes de 25 pontos base nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
Depois de as duas nações terem optado por um tom conciliatório durante o fim de semana, com Donald Trump, Presidente dos EUA, a afirmar que iria "ficar tudo bem" com a China, as tensões voltaram a escalar com uma nova investida de Pequim sobre cinco subsidiárias de uma empresa sul-coreana que tem grande peso no fabrico de navios norte-americanos. O novo capítulo da guerra comercial ainda chegou a atirar o dólar para terreno negativo face à maioria das divisas, mas a "nota verde" já está a conseguir recuperar.
A esta hora, o euro recua 0,13% para 1,1556 dólares, enquanto a libra cai 0,55% para 1,3260 dólares. Por sua vez, a divisa norte-americana perde terreno contra a japonesa, ao cair 0,22% para 151,95 ienes, ao mesmo tempo que permanece quase inalterada face ao franco suíço, considerado uma moeda de refúgio por parte dos investidores.
"Há um argumento claro a favor de que isto não vai acabar só porque as partes [EUA e China] se reuniram para conversar, já que a fonte das tensões não pode ser resolvida até que alguém ceda muito mais do que está disposto a ceder", explica Vishnu Varathan, analista da Mizuho, à Reuters, que acrescenta que a relação entre os dois países já não é algo "cíclico", mas sim "um novo fator estrutural da realidade geoeconómica".
No mercado dos criptoativos, e depois de uma grande liquidação de posições no fim de semana, as principais moedas digitais continuam a perder terreno, com a bitcoin a cair 3,04% para 111.761,10 dólares e a ether a ceder 6,21% para 3.981,16 dólares.
Petróleo em queda com tensões comerciais e OPEP em foco
O barril de petróleo está novamente a negociar no vermelho, depois de na segunda-feira ter conseguido respirar de alívio e avançar mais de 1%. As tensões comerciais entre EUA e China estão de volta ao palco principal das preocupações dos investidores, isto depois de Pequim ter apostado numa nova investida, embora indireta, conta Washington, que teve como alvo a capacidade norte-americana de produção de navios.
“Se quiserem lutar, lutaremos até ao fim; se quiserem falar, a porta está aberta”, dramatizou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado. As novas restrições contra cinco subsidiárias de uma empresa sul-coreana, a Hanwha Ocean, dona de um estaleiro na Filadélfia, acontecem em resposta às ameaças da Casa Branca de aplicação de tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e outras medidas restritivas.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, cai 0,76%, para 59,04 dólares por barril, enquanto o Brent, referência para as importações europeias, desvaloriza 0,76% para 62,84 dólares.
"Enquanto as negociações entre as duas partes continuam, a China prometeu uma 'luta até ao fim', caso acabe por existir uma disputa [com os EUA}. O mercado petrolífero está bastante sensível a esta retórica proveniente de ambos os lados, embora esperemos que os movimentos dos preços permaneçam estáveis no curto prazo", antecipa Suvro Sarkar, líder da equipa do setor energético do DBS Bank, à Reuters.
A pressionar ainda os preços da matéria-prima está o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O grupo voltou a cortar as perspetivas de consumo de crude em 210 mil barris por dia em 2025 e 90 mil em 2026, esperando agora que o consumo se fique pelos 104,3 milhões de barris por dia até final do ano e 105,5 milhões de barris no próximo.
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