Europa regista maior queda num mês. Setor do luxo escapa à maré
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta terça-feira.
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Europa regista maior queda num mês. Setor de luxo escapa a maré
As bolsas europeias estão pintadas de vermelho, tendo esta terça-feira registado mesmo a maior queda num mês, devido ao aumento dos juros da dívida soberana do bloco que afetaram o apetite por ativos de risco, como as ações.
A preocupação sobre a pressão sobre alguns orçamentos de países do Velho Continente, como a França e o Reino Unido, têm pesado no sentimento do mercado. Aliás, França poderá estar a preparar-se para ir, mais uma vez, a eleições. O primeiro-ministro François Bayrou vai enfrentar uma moção de confiança na próxima semana e o partido de extrema-direita disse que ia votar contra.
No Reino Unido, os investidores estão reticentes quanto à proposta do orçamento do Estado para o próximo ano, que prevê um grande corte de impostos.
Neste contexto, o índice que agrega as principais praças europeias, o Stoxx 600, mergulhou 1,5% para 546,17 pontos, com todos os setores que o compõem a terminarem a sessão com perdas. A pressionar mais estiveram os setores do imobiliário (com perdas de quase 4%), das viagens (-2,9%) e da tecnologia (-2,79%).
Nos resultados por praça, o francês CAC-40 afundou 0,70%, o alemão DAX perdeu 2,3%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 1,6%, o britânico FTSE 100 recuou 0,87%, enquanto o espanhol IBEX 35 desceu 1,57% e o neerlandês AEX deslizou 1,38%.
Os investidores estiveram ainda a reagir aos dados da inflação na Zona Euro, que se situou nos 2,1% em agosto, próximo da meta de 2% do Banco Central Europeu e consolidando as apostas de que BCE vai manter as taxas estáveis na reunião da próxima semana.
A economista Isabel Schnabel disse à Reuters que o banco central deve manter as taxas de juros estáveis, já que a economia do bloco é "resiliente" diante das tarifas dos EUA e a inflação ainda pode subir.
A destoar o sentimento negativo estiveram os ganhos da LVMH e da Kering, uma vez que o HSBC reviu em alta a recomendação para as ações das gigantes do luxo para "comprar", devido à perspetiva de uma recuperação do consumo chinês. A primeira subiu 1,85% e a segunda 3,83%.
Já a Nestlé perdeu 0,74%, depois de ontem a empresa ter feito saber que tinha demitido o CEO devido a um alegado caso amoroso com uma funcionária, tendo depois nomeado o Presidente da Nespresso para o cargo.
Juros das dívidas soberanas da Zona Euro disparam
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro subiram esta terça-feira, num dia marcado por uma grande oferta de obrigações europeias, a maior de sempre, depois de Itália e Reino Unido terem lançado emissões de grandes dimensões, no arranque de mês de setembro que deverá ser forte em termos de financiamento depois de uma pausa em agosto.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, avançaram 3,8 pontos base para 2,783%, enquanto a "yield" das obrigações francesas acelerou 4,6 pontos para 3,581%. Em Itália, a tendência manteve-se, com os juros da dívida a crescerem 6,7 pontos para 3,673% e a afastarem-se dos pares gauleses.
Na Península Ibérica, a "yield" das obrigações portuguesas e espanholas também registou agravamentos. Enquanto os juros da primeira subiram 3,9 pontos base para 3,225% - depois de uma subida de "rating" surpresa por parte da Standard & Poor's -, os juros da segunda aceleraram 4,7 pontos para 3,396%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas a dez anos, maturidade de referência, subiu 4,9 pontos base para 4,798%, enquanto os juros da dívida a 30 anos chegaram a subir 3 pontos para 5,67% - o valor mais elevado desde 1998.
O aumento dos custos de financiamento no país é mais uma "dor de cabeça" para o governo de Keir Starmer antes da apresentação do orçamento para o próximo ano, com a ministra das Finanças, Rachel Reeves, a ser bastante pressionada para melhorar a sustentabilidade das contas do país. O Governo parece assim com bastante dificuldades em recuperar a confiança dos mercados financeiros.
Dólar recupera força. Libra pressionada pelas finanças públicas
A libra britânica está a descer face aos pares esta terça-feira, numa altura em que há cada vez mais preocupação por parte dos investidores sobre as finanças públicas do Reino Unido antes de ser apresentada a proposta do orçamento do Estado para o próximo ano. A incerteza permitiu que o dólar dos EUA recuperasse algum terreno e registasse a maior subida num mês. Espera-se que a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, aumente os impostos no próximo orçamento.
A impulsionar a procura pela divisa norte-americana está também a venda repentina de ações por todo o mundo, levando os investidores a recorrer a ativos seguros.
O euro perde 0,47% para 1,1656 dólares e, face à divisa nipónica, a "nota verde" avança 0,73% para 148,26 ienes. A libra afunda 1,17% para 1,3386 dólares e 0,67% para 1,1488 euros. Já o índice do dólar sobe 0,5% para 98,252 pontos.
"O fraco desempenho da libra reflete as crescentes preocupações com a situação orçamental à medida que nos aproximamos da apresentação da proposta e se torna um foco maior para os 'traders'", disse Lee Hardman, analista do MUFG, à Reuters.
Os investidores aguardam o relatório da criação de emprego dos EUA desta sexta-feira à procura de sinais sobre a próxima tendência da divisa americana nas próximas semanas, disse a UBS à Reuters.
Ouro em níveis recordes com investidores a afastarem-se do risco
O ouro segue a brilhar mais do que nunca. O metal amarelo, que bateu recordes esta manhã, continua a subir e esta tarde está a ganhar mais de 1% para 3.516,61 dólares por onça.
O mercado aposta todas as fichas num corte de juros por parte da Reserva Federal (Fed) na reunião deste mês, depois de o presidente Jerome Powell ter aberto a porta a essa possibilidade. Este é o maior impulso para os ganhos do metal, ao mesmo tempo que a escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia - sem fim à vista - está também a afastar os investidores dos ativos de risco.
"Ao mesmo tempo, a possibilidade de paz entre a Rússia e a Ucrânia está a desvanecer-se, enquanto em Gaza não se vislumbra o fim dos combates. Esta turbulência geopolítica tende a aumentar a procura por ativos de refúgio, apoiando o metal precioso", disse Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, numa nota a que o Negócios teve acesso.
O ouro já conta com uma valorização de 33% desde o início do ano. "O mercado do ouro está a entrar num período sazonalmente forte para o consumo, aliado à expectativa de um corte de juros na reunião da Fed de setembro. Continuamos a prever novos recordes", disse Suki Cooper, analista de metais preciosos do Standard Chartered Bank, em declarações à Reuters.
O banco reviu em alta as estimativas para o preço do metal nos próximos tempos. "Continuamos a prever mais riscos para os preços do ouro. Prevemos uma média de 3.500 dólares por onça no terceiro trimestre deste ano e 3.700 dólares por onça no quarto trimestre", acrescentaram.
Os investidores esperam pelos dados do mercado de laboral para ter mais certezas sobre a decisão do banco central. O relatório do emprego dos EUA de agosto será divulgado esta sexta-feira.
Noutros metais, a prata sobe 0,28% para 40,81 dólares por onça, ainda em máximos de 2011.
Petróleo prolonga ganhos. Analistas não antecipam acordo de paz tão cedo na Ucrânia
Os preços do petróleo continuam em trajetória ascendente, enquanto o conflito entre Rússia e Ucrânia escala e um acordo de cessar-fogo parece não estar para breve. O desenvolvimento da guerra tem provocado interrupções no abastecimento da matéria-prima.
Aliás, de acordo com os cálculos da Reuters, os ataques da Ucrânia forçaram a Rússia a fechar 17% da capacidade de processamento de petróleo até agora, pelo menos 1,1 milhões de barris por dia. "O principal impulso para o crude é o risco geopolítico. Ninguém acredita que um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia esteja iminente", disse Arne Lohmann Rasmussen, analista da A/S Global Risk Management, à Bloomberg.
A negociação pode sofrer uma reviravolta nos próximos dias, isto porque o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, disse que a Casa Branca iria analisar as sanções que têm imposto à Rússia.
Esta tarde, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 2,17% para os 65,40 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – avança 1,17% para os 68,96 dólares por barril.
Os investidores estão também a antecipar a reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) no domingo, onde o cartel vai decidir sobre a produção de outubro, que o mercado espera que fique estável no nível atual, de forma a manter os preços do barril nos 60 dólares.
A impulsionar as cotações estão ainda as apostas numa queda dos "stocks" nos EUA desta semana, segundo os analistas da UBS.
Vendas de obrigações europeias prestes a alcançar recorde diário de 49,6 mil milhões
O mercado de obrigações europeu prepara-se para atingir um recorde diário de emissões, depois de Itália e Reino Unido terem lançado ofertas de grandes dimensões, no arranque de mês de setembro que deverá ser forte em termos de financiamento depois de uma pausa em agosto.
Existem 28 emitentes que procuram angariar pelo menos 49,6 mil milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, o que supera o recorde diário anterior de 47,6 mil milhões alcançado este ano.
O aumento da oferta reflete a tradicional recuperação de setembro, quando os países e as empresas regressam aos mercados depois das férias para garantir o financiamento para o resto do ano.
"Sell-off" em Wall Street. Principais índices arrancam setembro com perdas de mais de 1%
Os principais índices norte-americanos retomaram a negociação depois de um fim de semana prolongado com quedas de cerca de 1%, com os investidores a reverem as suas posições antes de serem conhecidos uma série de dados económicos, que podem dar clareza em relação ao rumo a seguir por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA. Ainda em destaque está a decisão de um tribunal do país que considerou as tarifas da administração Trump ilegais, embora tenha permitido que as mesmas continuem em vigor até 14 de outubro – de forma a dar tempo à Casa Branca de recorrer ao Supremo.
O S&P 500, "benchmark" para a negociação norte-americana, arrancou a sessão com perdas de 1,31% para 6.375,93 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cai 1,18% para 45.006,01 pontos. O "sell-off" tecnológico, que começou na passada sexta-feira, continua em força, com o Nasdaq Composite a deslizar 1,63% para 21.100,83 pontos – depois de já ter caído mais de 1% na última sessão.
"Se o Supremo Tribunal decidir que as tarifas são ilegais, o Governo terá de devolver todo esse dinheiro. Se houver mais dívida, os juros vão subir ainda mais, o que significa mais problemas para o mercado", explica Robert Pavlik, gestor sénior de carteiras da Dakota Wealth, à Reuters. Neste momento, a "yield" das "Tresuries" norte-americanas a dez anos, maturidade de referência, aceleram 4,3 pontos base para 4,271% - máximos de mais de um mês.
Este recuo nos principais índices dos EUA acontece apesar de os mercados já estarem quase a incorporar na totalidade um corte de 25 pontos base nas taxas de juro. As expectativas dos investidores vão ser, contudo, postas à prova com uma nova leitura da inflação e da vitalidade do mercado laboral antes de o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) da Fed reunir a 16 e a 17 de setembro. Na sexta-feira, o Gabinete de Estatística norte-americano dá a conhecer os dados da criação de emprego relativos a agosto - que, segundo os analistas, devem demonstrar uma ligeira aceleração na criação de postos de trabalho, embora este indicador continue em níveis baixos.
Entre as principais movimentações de mercado, a PepsiCo acelera 4,40% para 155,20 dólares, depois de o Wall Street Journal ter noticiado que o fundo ativista Elliott Management adquiriu uma posição avaliada em 4 mil milhões de dólares na empresa. Por sua vez, as aç ões ligadas ao setor mineiro negoceiam em alta, com a Harmony Gold a liderar os ganhos setoriais e a disparar 4,10%, isto após o ouro ter tocado em máximos históricos esta manhã.
Taxas Euribor voltam a subir a três, seis e 12 meses
As taxas Euribor voltaram esta terça-feira a subir nos prazos de três, seis e 12 meses face à sessão anterior.
A taxa a três meses subiu 0,001 pontos para 2,075%, o que compara com 2,074% na véspera, mantendo-se abaixo das taxas a seis (2,089%) e a 12 meses (2,162%).
A taxa Euribor a seis meses, que em janeiro do ano passado passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta terça-feira 0,003 pontos, para 2,089%, contra 2,086% na sessão anterior.
No caso da Euribor a 12 meses, a subida face a segunda-feira foi de 0,014 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,74% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,28% e 25,58%, respetivamente.
Em agosto, a Euribor a três meses atingiu uma média de 2,021%, a seis meses de 2,084% e a 12 meses 2,114%, contra, respetivamente, 1,986%, 2,055% e 2,079% em julho.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Tecnológicas e Nestlé atiram Europa para o vermelho. Empresa cai mais de 3%
As principais praças europeias arrancaram a sessão a negociar maioritariamente em território negativo, num dia marcado pela desvalorização das ações da Nestlé, após a maior empresa do ramo alimentar do mundo ter demitido o seu CEO, Laurent Freixe (na imagem em cima), após um caso amoroso com uma colega. Os investidores procuram novos catalisadores para as ações do Velho Continente, numa altura em que uma nova crise em França ameaça a estabilidade política da região e, no Reino Unido, crescem as pressões para o Governo de Keir Starmer encontrar forma de dar a volta às contas públicas.
A esta hora, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, recua 0,46% para 548,88 pontos, afastando-se cada vez mais dos máximos históricos que atingiu no início do ano. O setor automóvel regista o melhor desempenho esta manhã, mas não avança o suficiente para compensar as perdas expressivas no setor tecnológico - sob pressão nas últimas sessões - e das empresas ligadas ao ramo alimentar.
A Nestlé afunda, neste momento, 2,57% para 73,55 euros, tendo chegado a cair 3,6%, depois de a empresa ter aberto uma investigação sobre um relacionamento amoroso que o diretor executivo terá mantido com uma colega de trabalho e sua subordinada direta. Freixe não terá comunicado a relação aos recursos humanos e o Conselho de Administração decidiu afastá-lo do cargo de CEO, escolhendo Philipp Navratil, presidente do grupo Nespresso, para o posto.
As ações europeias têm perdido força nas últimas semanas, numa altura em que os investidores parecem estar a voltar a apostar nos EUA e alguns desenvolvimentos políticos têm afastado os "traders" do Velho Continente. No curto prazo, o estratega-chefe de investimentos do BNP Paribas, Stephan Kemper, acredita que a volatilidade vai continuar na região, uma vez que "entramos no mês mais fraco do ano tanto para os mercados europeus quanto para os americanos". No entanto, Kemper vê a Europa a "retomar o caminho de desempenho relativamente superior em relação aos EUA até ao final do ano", contou à Reuters.
Nos resultados por praça, o francês CAC-40 continua a recuperar de forma tímida e avança 0,06%, depois de ontem ter registado ganhos de 0,05%. No entanto, Paris é a única bolsa europeia que negoceia no verde, a esta hora. O alemão DAX perde 0,74%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,32%, o britânico FTSE 100 recua 0,39%, enquanto o espanhol IBEX 35 desce 0,42% e o neerlandês AEX desliza 0,54%.
Juros agravam-se na Zona Euro. "Yield" britânica a 30 anos atinge máximos do século
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta terça-feira, num dia em que a Alemanha e a Itália retornam ao mercado da dívida e em que os investidores vão poder avaliar a evolução dos preços nos países da moeda única. Já no Reino Unido, a "yield" das "Gilts" de longo prazo a 30 anos atingiu o valor mais elevado deste século, com o governo de Keir Starmer com bastante dificuldades em recuperar a confiança dos mercados financeiros.
A esta hora, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, avançam 2,9 pontos base para 2,773%, enquanto a "yield" das obrigações francesas acelera 3,3 pontos para 3,568%. Por Itália, a tendência mantém-se com os juros da dívida a crescerem 4 pontos para 3,646% e afastarem-se dos pares gauleses.
Na Península Ibérica, a "yield" das obrigações portuguesas e espanholas também registam agravamentos. Enquanto os juros da primeira sobem 3 pontos base para 3,216% - depois de uma subida de "rating" surpresa por parte da Standard & Poor's -, os juros da segunda aceleram 3,3 pontos para 3,382%.
Fora da Zona Euro, o claro destaque vai para o Reino Unido. A "yield" das "Gilts" britânicas a dez anos, maturidade de referência, sobe 2,7 pontos base para 4,777%, enquanto os juros da dívida a 30 anos chegaram a subir 3 pontos para 5,67% - o valor mais elevado desde 1998. O aumento dos custos de financiamento no país é mais uma "dor de cabeça" para o governo de Starmer antes da apresentação do orçamento para o próximo ano, com a ministra das Finanças, Rachel Reeves, a ser bastante pressionada para melhorar a sustentabilidade das contas do país.
"Os aumentos de impostos são inevitáveis, mas estamos a chegar a um ponto em que novas subidas podem até tornar-se contraproducentes”, explica Mohit Kumar, estratega-chefe europeu da Jefferies International, à Bloomberg. “Continuamos pessimistas em relação ao Reino Unido no longo prazo", adiciona.
Dólar recupera terreno com investidores atentos a novos dados económicos nos EUA
O dólar norte-americano recupera algum fôlego na negociação cambial após cinco sessões de quedas, apoiado pela expectativa em torno da divulgação de indicadores económicos dos Estados Unidos esta semana. O Dollar Index Spot, que mede a força da "nota verde" contra as divisas de outros países, soma 0,03% para 97,80 pontos, depois de ter tocado na véspera o valor mais baixo desde o final de julho.
O regresso dos investidores norte-americanos ao mercado, após o feriado do Dia do Trabalhador, coincide com a valorização da “nota verde” face às principais divisas. Contra o iene, o dólar avança 0,63% para 148,11 ienes, apoiado pelo tom mais cauteloso do Banco do Japão. Já o euro cede 0,12%, com a moeda única a recuar para 1,1697 dólares.
A libra esterlina perde 0,41% para 1,3490 dólares, afastando-se dos máximos de duas semanas atingidos na véspera. Já face ao franco suíço, o dólar valoriza 0,16% para 0,8018 francos.
Segundo os analistas do banco DBS, os investidores continuam otimistas quanto aos ativos norte-americanos, apesar das tensões entre a Casa Branca e a Reserva Federal. Ainda assim, as apostas em futuros cortes de juros ganham força, mesmo num contexto em que o mercado laboral dá sinais de arrefecimento.
Ouro ultrapassa os 3.508 dólares e bate novo máximo histórico
Nunca o ouro valeu tanto. Durante a madrugada desta terça-feira, o preço da onça do "metal amarelo" no mercado "spot" tocou nos 3.508,73 dólares (cerca de 2.998 euros ao câmbio atual), o que representa um novo máximo histórico para a matéria-prima. Já houve entretanto uma pequena correção na negociação e a esta hora o ouro segue a negociar 3.485,11 dólares por onça.
Só em 2025, o preço da onça de ouro já aumentou 30%, alimentado por diferentes fatores que têm colocado o metal precioso na mira dos mercados.
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Petróleo continua em alta à boleia da escalada do conflito na Ucrânia
O barril de petróleo encontra-se a valorizar esta terça-feira, numa altura em que a escalada do conflito na Ucrânia está a aumentar os receios de uma possível disrupção no abastecimento mundial. De acordo com os cálculos da Reuters, os mais recentes ataques de Kiev a instalações petrolíferas russas devem diminuir a produção de crude no país em 17%, ou seja, cerca de 1,1 milhões de barris por dia - uma ofensiva que Kiev pretende reforçar, de acordo com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Apesar de os EUA e os líderes europeus estarem empenhados em acabar com esta guerra que se estende há mais de três anos e meio, tanto a Rússia como a Ucrânia intensificaram os ataques nas últimas semanas. Depois de ontem já terem subido mais de 1%, hoje o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 1,56% para os 65,01 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,54% para os 68,52 dólares por barril.
"Os riscos contínuos para a infraestrutura energética na Rússia continuam elevados. A Ucrânia atacou mais refinarias de petróleo russas durante o fim de semana, intensificando a sua ofensiva", escreve Daniel Hynes, estratega sénior de "commodities" do ANZ, numa nota acedida pela agência de notícias. Enquanto Kiev tem optado por deixar na sua mira as refinarias russas de crude, Moscovo virou-se para as infraestruturas energéticas e para os sistemas de transportes ucranianos.
Os preços do petróleo estão ainda a beneficiar de uma perspetiva de cortes nas taxas de juro nos EUA. O mercado já tem praticamente incorporado um alívio de 25 pontos base na próxima reunião de setembro da Reserva Federal (Fed) norte-americana - uma redução que deverá dar mais espaço para a economia respirar e deverá desvalorizar o dólar, tornando a compra de crude mais atrativa para os mercados internacionais.
No entanto, no curto prazo, as atenções dos investidores viram-se para a reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e dos seus aliados (OPEP+), a realizar-se este domingo. Depois de terem revertido os anteriores cortes de 2,2 milhões de barris diários para recuperar a quota perdida, o grupo de produtores de crude não deve voltar a aumentar a colocação de petróleo no mercado, uma vez que o período de maior consumo - as férias de verão - já passou.
Ásia e Europa divididas à espera do retorno de Wall Street
Os principais índices asiáticos encerraram a segunda sessão da semana divididos entre ganhos e perdas, com os investidores a aguardarem o retorno de Wall Street para ajustar as posições, depois de as praças norte-americanas terem estado encerradas devido a um feriado local. Este mês prepara-se para ser decisivo para os mercados financeiros, com dados da inflação e do mercado laboral a serem divulgados nas próximas semanas e a culminarem na decisão da Reserva Federal (Fed) em relação a um corte nas taxas de juro.
Em clima de antecipação, e numa altura em que os grandes líderes asiáticos encontram-se reunidos na Cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, os maiores índices chineses terminaram a negociação no vermelho. O Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 0,3%, enquanto o Shanghai Composite cedeu 0,4%. Na sessão anterior, os avanços expressivos do setor tecnológico ligado à inteligência artificial conseguiram resgatar as praças do país do vermelho – num dia marcado por um "sell-off" na Ásia.
Já pelo Japão e pela Coreia do Sul, a sessão foi de recuperação. Os japoneses Topix e Nikkei 225 avançaram, respetivamente, 0,5% e 0,3%, enquanto o sul-coreano Kospi saltou 0,85%. Este último foi impulsionado por uma inflação em desaceleração no país, com os preços a crescerem apenas 1,7% em agosto quando comparado com o mesmo mês do ano passado. É um número bastante inferior aos 2,1% de julho e aos 2% previsto pelos economistas, abrindo espaço a novos cortes nas taxas de juro.
Na Índia, os comentários de Donald Trump deram alento às ações. O Presidente norte-americano afirmou que o país prometeu reduzir as taxas aduaneiras às importações dos EUA para zero, isto depois de Washington ter sancionado Nova Deli com tarifas secundárias de 25% (elevando o total para 50%), devido às compras de petróleo russo por parte da nação asiática. O principal índice indiano, o Nifty 50, encerrou a sessão a acelerar 0,42%.
Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura praticamente inalterada, com o Euro Stoxx 50 a perder apenas 0,1% no "pre-market". As atenções dos investidores vão estar viradas para a nova leitura da inflação na Zona Euro referente ao mês de agosto, depois de em julho ter estabilizado nos 2%. Apesar de os economistas preverem que continue nessa marca, há países com sinais de agravamento – como são os casos da Alemanha e de Portugal.
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