Europa arranca setembro no verde à boleia da defesa. Investidores já incorporam corte da Fed
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta segunda-feira.
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Europa arranca setembro no verde à boleia da defesa. Investidores já incorporam corte da Fed
As bolsas europeias terminaram a primeira sessão da semana e do mês em terreno positivo, com os investidores a começarem a incorporar um corte das taxas de juro do lado de lá do Atlântico pela Reserva Federal dos EUA, na reunião que termina a 17 de setembro.
O índice de referência para o Velho Continente, o Stoxx 600, somou 0,23% para 551,43 pontos, com todas as praças no verde à exceção de Amesterdão. Entre os 20 setores que compõem o "benchmark", os maiores ganhos deram-se nos setores da banca e automóvel, enquanto as "utilities" e as seguradoras travaram maiores subidas.
O índice francês CAC-40 parece estar a recuperar das perdas de 3,3% registadas na semana anterior, quando o país deu de caras com mais uma crise política. O Governo liderado por François Bayrou enfrentará uma moção de confiança na próxima semana que deverá ser chumbada. Ainda assim, esta segunda-feira subiu apenas 0,05%.
Noutras praças, o alemão DAX ganhou 0,57%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,51%, enquanto o britânico FTSE 100 somou 0,1%. Já o espanhol IBEX 35 subiu 0,02%. Em contraciclo, o neerlandês AEX perdeu modestos 0,04%.
"Setembro poderá ser um mês complicado para a Europa: acho que o surto desencadeado pela crise política francesa vai durar algum tempo. Isto poderá incentivar ainda mais vendas de ações da banca europeia, ainda mais porque o Banco Central Europeu (BCE) parece estar em pausa nos cortes das taxas de juro", afirmou Alexandre Baradez, analista da IG, em declarações à Bloomberg.
Há ainda algum otimismo na Europa. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou esta segunda-feira que o banco central alcançou a estabilidade dos preços e que fará o que for necessário para manter a inflação na Zona Euro sob controlo.
Entre os principais movimentos empresariais, a Novo Nordisk ganhou 1,76% após novos dados que mostraram mais confiança no seu medicamento para perda de peso Wegovy, que apresentou uma maior redução de riscos para a saúde do que um concorrente da norte-americana Eli Lilly.
O impulso na Europa surgiu sobretudo do setor da defesa, isto depois de o Financial Times avançar que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a Europa estava a preparar "planos bastante precisos" para enviar tropas para a Ucrânia como parte das garantias de segurança pós-conflito. Assim, a Rolls-Royce Holdings ganhou 2,8%, a Rheinmetall saltou 3,5% e a Hensoldt saltou 4,4%.
Juros agravam-se na Zona Euro. Investidores afastam-se de ativos mais seguros
Os juros da dívida soberana da Zona Euro agravaram-se na primeira sessão do mês, numa altura em que os investidores preferem ativos de risco em detrimento de ativos mais seguros, como as obrigações.
França estará no centro das atenções dos investidores nos próximos dias. O Governo de François Bayrou enfrenta uma moção de confiança na próxima semana e não se espera que seja aprovada, colocando mais uma vez França numa crise política, desencadeada pelo Orçamento de Estado de 2026, fortemente contestado pela oposição e os franceses.
As obrigações alemãs a dez anos, que servem de referência para o Velho Continente, subiram 2,2 pontos-base para uma taxa de 2,744%. Já em França, o agravamento foi de 2,5 pontos base para 3,534%. Em Itália, os juros da dívida cresceram também 2,2 pontos-base para uma taxa de 3,606% de rendibilidade.
Na Península Ibérica, a "yield" das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos somou 1,5 pontos-base para 3,186%, com os investidores a deixarem de lado a melhoria de rating que Portugal recebeu na passada sexta-feira por parte da Standard & Poors e seguindo a tendência registada no resto da Europa. Espanha acompanhou a tendência, com os juros da dívida a 10 anos subirem 2,1 pontos-base para 3,349%.
Fora da Zona Euro, no Reino Unido, a rendibilidade das obrigações situa-se nos 4,745%, após uma subida de 3 pontos-base.
Dólar atinge mínimos de cinco semanas antes de dados do emprego nos EUA
O dólar norte-americano está a perder terreno face às principais divisas, enquanto o mercado antecipa um corte das taxas de juro na reunião da Reserva Federal (Fed) de setembro. As apostas numa flexibilização deverão aumentar com o relatório do emprego divulgado esta sexta-feira e que deverá espelhar, mais uma vez, um mercado laboral enfraquecido.
Os cortes nas taxas tendem a pressionar as moedas. Neste contexto, o euro sobe 0,1% para 1,1702 dólares e, face à divisa nipónica, o dólar sobe 0,13% para 147,24 ienes. Já a libra avança 0,8% para 1,3453 dólares. O índice da "nota verde" chegou a ceder 0,15% para 97,71 pontos, o nível mais baixo desde 28 de julho, tendo ainda perdido mais de 2% no mês passado.
A influenciar a negociação em dia de feriado nos EUA - devido ao Dia do Trabalhador - estão ainda a decisão judicial de que a maioria das tarifas impostas por Donald Trump são ilegais, bem como a disputa contínua do presidente dos EUA com a Fed sobre a tentativa de demitir a governadora Lisa Cook.
Pela Europa, o euro segue firme à espera do resultado da moção de confiança do Governo francês, que o mercado prevê que seja chumbada, mergulhando a segunda maior economia do bloco em mais uma crise política.
Ouro paira perto de recordes. Prata em máximos de 14 anos
Os preços do ouro estão a negociar em alta e perto do recorde atingido em abril, nos 3.500 dólares por onça, numa altura em que a aposta num corte das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) na reunião de política monetária no dia 17 de setembro.
O metal amarelo ganha 0,82% para 3.476,06 dólares por onça, à boleia ainda da queda do dólar norte-americano, que torna o ouro mais barato para compradores de outras moedas.
A decisão da Fed será certamente influenciada pelos dados do mercado de trabalho dos EUA de agosto, que serão divulgados esta sexta-feira. Nos três meses anteriores, os relatórios de junho e julho foram fortemente revistos em baixa e os números de agosto ficaram bastante abaixo das expectativas dos analistas. Os dados chocaram o mercado e o próprio Presidente dos EUA, que acabou por despedir a responsável pelo relatório. Os analistas acreditam que o mercado de trabalho continuará fraco, pelo que apostas num corte de juros deverão aumentar.
"Os mercados antecipam não só um corte de 25 pontos base em setembro, como também consideram cada vez mais a possibilidade de uma nova redução antes do final do ano. Esta perspetiva 'dovish' mantém o dólar sob pressão, oferecendo suporte adicional ao ouro", disse Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, numa nota a que o Negócios teve acesso.
No entanto, há cada vez mais preocupações sobre a independência da Fed, isto depois de o Presidente dos EUA ter demitido a governadora Lisa Cook, na semana passada, afetando a confiança dos investidores no banco central.
A perspetiva de flexibilização monetária elevou ainda os preços da prata, que chegou a subir 2,6% para 40,75 dólares por onça, valor que não era atingido desde 2011. No ano, o "metal branco" valoriza mais de 40%.
"Os cortes nas taxas, o enfraquecimento do dólar, o aumento dos fluxos de entrada nos fundos negociados em bolsa e o aumento das importações por parte da India devem dar força ao ouro e à prata", afirmaram os analistas do Morgan Stanley, Amy Gower e Martijn Rats, citados pela Bloomberg. "Antecipamos um potencial de valorização adicional do ouro de cerca de 10%, enquanto a prata está a ser negociada quase ao nível da nossa previsão, com potencial para ultrapassar esse valor", acrescentaram.
Rússia e Ucrânia intensificam ataques e dão força aos preços do petróleo
Os preços do petróleo estão a subir mais de 1% esta segunda-feira, numa altura em que há preocupações com interrupções no fornecimento da matéria-prima decorrente da escalada dos riscos geopolíticos.
A Rússia e a Ucrânia têm intensificado os ataques aéreos, o que tem causado disrupções na exportação de petróleo russo, que caiu na semana para mínimos de um mês em 2,72 milhões de barris por dia. Os ataques russos visaram também centrais elétricas em território ucraniano, aos quais Volodymyr Zelensky prometeu retaliar em breve. Ao mesmo tempo, a Índia continua a refutar as sanções impostas por Donald Trump, alegadamente por continuar a comprar petróleo da Rússia.
Esta tarde, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 1,11% para os 64,72 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – avança 1,05% para os 68,19 dólares por barril. Além das tensões geopolíticas, os índices estão também a ser impulsionados pelo dólar mais fraco, que torna o "ouro negro" mais barato para compradores de outras moedas.
Esta segunda-feira é feriado nos EUA, pelo que a sessão não deverá sofrer grandes movimentos. O foco dos investidores está focado em Pequim, onde os presidentes chinês Xi Jinping e russo Vladimir Putin, bem como o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, participam numa cimeira regional. O mercado antecipa ainda mais uma reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e Aliadas (OPEP+), no próximo dia 7, para discutir a próxima decisão em relação à oferta, que tem vindo a aumentar nos últimos meses.
"O petróleo bruto caiu em agosto e começou setembro sem uma direção clara dentro das faixas já estabelecidas, enquanto os receios de um excesso de oferta no quarto trimestre são compensados por tensões geopolíticas", disse Ole Hansen, chefe de estratégia de "commodities" do Saxo Bank, em declarações à Reuters.
Esta semana deverá ainda ser divulgado o relatório do mercado de trabalho dos EUA, que vai dar uma ideia da saúde da economia norte-americana e vai testar a confiança dos investidores de que os cortes nas taxas de juros poderão acontecer em breve, perspetiva que fortaleceu o apetite por ativos mais arriscados.
Novo Nordisk vence nova batalha nos "GLP-1" e capitaliza em bolsa
Um dos destaques da negociação desta segunda-feira vai para a Novo Nordisk. As ações da empresa seguem a valorizar 2,51%, para 367 coroas dinamarquesas (cerca de 49 euros ao câmbio atual), depois de um novo teste clínico ter mostrado que o medicamento de perda de peso da empresa, o Wegovy, reduziu em 57% o risco de ataque cardíaco em pacientes com excesso de peso e doença cardiovascular, quando comparado com outros medicamentos de perda de peso, com destaque para os rivais Mounjaro e Zepbound.
Os medicamentos contra a perda de peso (os chamados GLP-1) tornaram-se numa indústria multimilionária dentro do setor das farmacêuticas, pelo que cada novo teste clínico acaba por influenciar as movimentações dos investidores em bolsa.
Outro destaque vai para a alemã Rheinmetall, que avança 3,40% para os 1.747 euros por ação. A empresa da área militar continua a capitalizar com a incerteza política que tem feito prolongar a guerra na Ucrânia, o que também tem levado a um "reamarmento" de vários países europeus.
A empresa apresentou na semana passada a maior fábrica de produção de munições da Europa e desde então que tem vindo a capitalizar em bolsa com essa aposta.
As declarações desta segunda-feira de Vladimir Putin que traçam uma linha vermelha relativamente à adesão da Ucrânia à NATO dão gás ao sentimento dos investidores relativamente às empresas da área militar.
Taxas Euribor sobem a três, seis e 12 meses
As taxas Euribor voltaram a subir nesta segunda-feira nos prazos de três, seis e 12 meses relativamente à sessão anterior.
A taxa a três meses subiu 0,013 pontos para para 2,074%, o que compara com 2,061% de sexta-feira, mas mesmo assim mantém-se abaixo das taxas a seis (2,086%) e a 12 meses (2,148%).
A taxa Euribor a seis meses, que em janeiro do ano passado passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu 0,012 pontos, para 2,086%, contra 2,074% na sessão anterior.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,74% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,28% e 25,58%, respetivamente.
A Euribor a 12 meses seguiu a tendência e avançou 0,029 pontos para 2,148%, o que compara com 2,119%.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa arranca mês decisivo no verde. Ações de defesa britânicas aceleram
Os principais índices europeus arrancaram a primeira sessão da semana maioritariamente em território positivo, com Madrid a ser a única praça a destoar desta tendência. Os ganhos desta segunda-feira dão o pontapé de saída de um mês que se avizinha crucial para as ações mundiais, com a decisão da Reserva Federal (Fed) norte-americana em relação às taxas de juro e a votação de uma moção de confiança em França em foco.
A esta hora, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, avança 0,39% para 552,29 pontos, depois de ter conseguido fechar agosto como o segundo mês consecutivo de ganhos. A indústria farmacêutica e as ações industriais registam, esta manhã, o melhor desempenho entre os vários setores que compõe o principal índice do Velho Continente, num dia em que as empresas mineiras e a banca estão em queda.
Apesar de continuar os esforços para assegurar que o governo francês não cai na próxima semana, o primeiro-ministro do país François Bayrou admitiu que as reuniões marcadas para esta segunda-feira com os partidos da oposição podem não surtir efeitos. "O compromisso é algo maravilhoso, mas não tenho a certeza de que seja possível", afirmou numa entrevista concedida a canais de notícias franceses no domingo à noite.
Uma nova crise política em França, a segunda no período de menos de um ano, pode "incentivar ainda mais a tomada de mais-valias nas ações bancárias europeias, numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) parece estar em pausa no que diz respeito a cortes nas taxas de juros”, explicou Alexandre Baradez, da IG, à Reuters. O analista considera que os impactos no mercado de uma provável crise política em França "vieram para ficar".
Entre as principais movimentações de mercado, a finlandesa Konecranes dispara 5,97% para 74,60 euros, depois de a empresa especializada no fabrico de guindastes e de equipamentos de elevação ter sido alvo de uma revisão em alta da recomendação por parte do banco norte-americano Goldman Sachs. Já a espanhola Amadeus recua 1,96% para 70,20 euros, após o Bank of America Global Research ter revisto em baixa as expectativas para o desempenho da empresa em bolsa.
As ações da área militar do Reino Unido também estão em destaque esta manhã, impulsionadas pela decisão da Noruega de fazer o país o seu principal fornecedor de fragatas. É o maior investimento de sempre da nação escandinava em defesa, que está a levar os títulos de empresas como a BAE Systems e a Babcock International a valorizarem 2,22% e 3,15%, respetivamente.
Nos resultados por praça, o alemão DAX sobe 0,56%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,59%, o francês CAC-40 avança 0,51%, enquanto o neerlandês AEX salta 0,17% e o britânico FTSE 100 ganha 0,25%. Já o espanhol IBEX 35 perde 0,22%.
Juros da Zona Euro sobem com riscos de crise política
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse já nesta segunda-feira que daquela que é a sua experiência, a "ocorrência de riscos políticos tem um impacto claro" na economia e na avaliação dos mercados financeiros.
E parece cada vez mais certo que França não deverá escapar a uma crise política. O primeiro-ministro francês, François Bayrou, declarou no domingo que a "questão em jogo" no voto de confiança no governo a 8 de setembro não é sobre o "destino do primeiro-ministro, mas sobre o destino da França". E ao que tudo indica, o primeiro-ministro francês não deverá conseguir o apoio parlamentar necessário para "sobreviver" à moção de confiança.
Esta situação continua a pesar sobre os juros das dívidas soberanas da Zona Euro, que estão a agravar nesta segunda-feira. O afastamento dos investidores das obrigações contrasta, por exemplo, com a procura em alta que o ouro (outro ativo de refúgio) está a ter neste dia.
As obrigações alemãs a dez anos, tidas como referência para o contexto europeu, estão a subir 3,0 pontos-base para uma taxa de 2,752%. Já em França, o aumento é de 2,1 pontos base para 3,530%. Em Itália o aumento é de 2,4 pontos-base para 3,607% de rendibilidade.
A "yield" das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos sobem 2,2 pontos-base, acompanhando aquela que é a tendência geral do mercado de juros das dívidas soberanas e não refletindo a melhoria do rating de Portugal feito pela Standard & Poor's na passada sexta-feira ao final do dia. Espanha segue em linha, com os juros da dívida a 10 anos subirem 2,1 pontos-base para 3,349%.
No Reino Unido, a rendibilidade das obrigações situa-se nos 4,747%, uma subida de 2,8 pontos-base.
Dólar em queda com aumento das expectativas de um corte nos juros
O dólar está a negociar em território negativo contra a maioria das divisas rivais, numa altura em que os investidores antecipam mais uma leitura da vitalidade do mercado laboral norte-americano, antes da reunião de setembro da Reserva Federal (Fed). Os mercados estão a olhar para estes dados de forma a determinar qual poderá ser o tamanho do corte nas taxas de juro empreendido pelo banco central daqui a duas semanas, numa altura em que crescem as preocupações em torno da legalidade das tarifas da administração Trump e a intervenção da Casa Branca na independência da Fed.
"Os mercados vão estar atentos aos dados divulgados para avaliar a situação do mercado de trabalho. Qualquer surpresa vai aumentar as expectativas do mercado em torno de um corte nas taxas [de juro] - e isso vai dar mais pistas sobre se esse corte será um corte normal de 25 pontos base ou um corte acima do normal, nos 50 pontos base", afirma Carol Kong, estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia, à Reuters.
A esta hora, o euro avança 0,26% para 1,1716 dólares, enquanto a libra cresce 0,09% para 1,3516 dólares. Em contraciclo está a divisa japonesa, com a "nota verde" a acelerar 0,07% para 147,15 ienes, num dia em que os mercados do país estiveram sob especial pressão do setor tecnológico. Mesmo assim, o iene continua a demonstrar força face ao dólar, tendo encerrado o mês passado com ganhos de 2,5%.
O mercado de "swaps" aponta para uma probabilidade de 88% da Fed avançar com um alívio de 25 pontos base nas taxas de juro daqui a duas semanas. Além de um novo corte, o dólar está ainda a ser pressionado pelo "braço de ferro" entre a administração Trump e a Fed, com o caso do despedimento de Lisa Cook, governadora do banco central, a arrastar-se em tribunal.
Prata em máximos de 14 anos. Ouro atinge valor mais elevado desde abril
A prata atingiu máximos de mais de uma década esta segunda-feira, ultrapassando pela primeira vez desde 2011 a marca dos 40 dólares por onça, num dia em que o ouro também negoceia em alta e alcançou o valor mais elevado em quatro meses. O metal precioso está a ser impulsionado pela crescente expectativa em torno de um corte nas taxas de juro já na próxima reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que se realiza a 16 e 17 de setembro.
A esta hora, o ouro avança 0,76% para 3.474,29 dólares por onça, depois de ter chegado a crescer 1,2% para máximos de 23 de abril deste ano. Já a prata acelera 2,26% para 40,87 dólares - o valor mais elevado desde setembro de 2011. "A prata está a subir em resposta às expectativas de taxas de juro mais baixas nos EUA, numa altura em que o mercado de oferta restrito está a ajudar a manter uma tendência ascendente" no metal precioso, considera Tim Waterer, analista-chefe de mercados da KCM Trade, em declarações à Reuters.
Na sexta-feira, o Gabinete de Estatística norte-americano divulgou os dados relativos à evolução da inflação no país, com os preços a acelerarem 2,6% em termos homólogos e 0,2% em cadeia – valores que ficaram em linha com as expectativas dos analistas e dão um caminho mais claro para o banco central dos EUA retomar a política de alívio das taxas de juro. Neste contexto, a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly, reiterou o seu apoio a um novo corte nos juros diretores na próxima reunião, citando os riscos para o mercado laboral de uma política restritiva.
Tanto o ouro como a prata estão a beneficiar ainda de um dólar mais fraco, isto depois de um tribunal norte-americano ter considerado a grande maioria das tarifas da administração Trump ilegais. As taxas aduaneiras do Presidente dos EUA vão continuar em vigor, mas esta decisão representa mais um revés nas polícias da Casa Branca, estando ainda em foco o "braço de ferro" entre Washington e a autoridade monetária do país.
Petróleo arranca setembro em alta após mês de perdas acentuadas
Após ter fechado o mês de agosto com um saldo negativo em torno dos 5%, o barril de petróleo está a registar pequenos ganhos no mercado internacional. As preocupações em torno de um potencial excedente de crude estão, no entanto, a travar maiores avanços nos preços da matéria-prima, num dia em que a Organização dos Países Produtores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) vai colocar mais meio milhão de barris no mercado - uma decisão anunciada em agosto.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 0,23% para os 64,16 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,19% para os 67,61 dólares por barril.
A administração Trump decidiu avançar com a imposição de tarifas secundárias à Índia, uma forma de sancionar as compras de petróleo russo por parte da economia asiática, numa altura em que os EUA estão investidos em acabar com o conflito na Ucrânia. No entanto, a medida parece ter provocado o efeito inverso e aproximado ainda mais a Índia e a Rússia, com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi a descrever um encontro com o Presidente russo Vladimir Putin como "agradável".
Só este ano, o Brent viu o seu valor desvalorizar cerca de 10%, pressionado pelo impacto económico da guerra comercial encabeçada pelos EUA, bem como por uma reversão nos cortes de produção impostos pela OPEP+. Com a entrada de 547 mil barris por dia no mercado, o grupo de produtores põe fim a um corte voluntário de 2,2 milhões de barris que tinha avançado em 2022 como forma de recuperar os preços. O "cartel" do petróleo vai reunir-se no domingo para discutir um novo aumento na produção, mas os analistas indicam que é pouco provável que isso aconteça.
"A atenção está agora voltada para a próxima reunião da OPEP+, onde as discussões vão centrar-se na potencial restauração dos restantes 1,65 milhões de barris por dia de cortes voluntários na produção", afirmou Gao Mingyu, analista-chefe de energia da SDIC Essence Futures, à Bloomberg. "Após o fim da época alta, a pressão do excesso de oferta no mercado petrolífero vai tornar-se ainda mais pronunciada".
"Sell-off" nas tecnológicas atira Ásia para o vermelho. China escapa com Alibaba a disparar 19%
As principais praças asiáticas encerraram a primeira sessão da semana maioritariamente no vermelho, com a China a escapar a uma maré vermelha no setor tecnológico após um salto nas ações da Alibaba. As fabricantes de semicondutores também estiveram em destaque esta segunda-feira, depois de os EUA terem decido revogar licenças para a exportação de material crítico para a produção de "chips" em território chinês – um movimento que veio adensar as preocupações no setor, depois de as previsões da Nvidia para o terceiro trimestre terem deixado de lado vendas à segunda maior economia do mundo.
As sul-coreanas Samsung e SK Hynix acabaram por ser as mais afetadas pela nova decisão da administração Trump. As ações das duas tecnológicas caíram 2,94% e 4,74%, respetivamente, uma vez que ambas estavam dependentes destas licenças para produzir "chips" em território chinês e, depois, exportá-los para os EUA. Embora tanto a Samsung como a SK Hynix tenham fábricas de produção de semicondutores na Coreia do Sul, a China continua a representar a grande fatia da produção global destas duas empresas.
O "sell-off" acabou por deixar a praça sul-coreana e a japonesa no vermelho. Tanto o Kospi como o Nikkei 225 registaram perdas de 1,43% esta segunda-feira, pressionados pelo setor tecnológico. Um movimento que já se tinha registado nos EUA na semana passada, quando o "guidance" abaixo das expectativas da Marvell Technology, aliado às preocupações em torno da Nvidia, levou o Nasdaq Composite a registar perdas superiores a 1%.
Pela China, a sessão foi de ganhos – muito graças ao bom desempenho da Alibaba. A campeã do comércio eletrónico chinês registou um aumento de três dígitos nas vendas de produtos relacionados com a inteligência artificial (IA), bem como acelerou as receitas acima do previsto na sua divisão de "cloud". Resultados trimestrais que deram ímpeto às ações da retalhista, que dispararam 19,10% para 137,80 dólares de Hong Kong, e fizeram com que o Hang Seng, de Hong Kong, acelerasse 1,8%.
"Enquanto a tecnologia global continua preocupada com a geopolítica e as avaliações, partes da tecnologia chinesa estão silenciosamente a acelerar novamente – impulsionadas não pela euforia, mas pelo crescimento real nas receitas em IA e nas vendas dos departamentos de 'cloud'», explicou Charu Chanana, estratega-chefe de investimentos da Saxo Markets, à Bloomberg. A analista considera que "uma reavaliação silenciosa da tecnologia asiática está em andamento", com o dinamismo do setor chinês a aproximar-se do norte-americano.
Pela Europa, avizinha-se uma sessão de ligeiros avanços, com a negociação de futuros do Euro Stoxx 50 a crescer 0,1%. Na sexta-feira, as principais praças do Velho Continente encerraram no vermelho, com a banca a registar o pior desempenho entre os vários setores que compõem o Stoxx 600 – "benchmark" para a negociação europeia.
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